No dia 28 de agosto, último domingo do Mês
Vocacional, comemora-se o Dia do Catequista, aquele que promove a fé na
comunidade cristã. Os catequistas carregam a importante missão de preparar
crianças, jovens e adultos não só para os sacramentos, mas também para darem o
testemunho de Cristo e do Evangelho no mundo.
Esta missão, que faz parte da vida da Igreja,
é essencial para todos, mas apresenta alguns desafios no dia a dia ao levar e
testemunhar a mensagem de Jesus Cristo. Seja com crianças, jovens, adultos ou
especiais, o trabalho de transmitir as verdades divinas é árduo, mas sempre
gratificante.
“Catequizar é mais do que evangelizar e
transmitir a Palavra de Deus. É fazer parte da vida de cada um e contribuir,
como instrumentos de Deus, para que sejam bons cristãos, pessoas melhores. Não
é fácil. Exige amor e dedicação” definiu a catequista Jandira Ferreira, da
Paróquia São Rafael Arcanjo, em Vista Alegre.
Atuando na Iniciação Cristã de jovens e
adultos, Jandira revela que a missão de catequista é uma grande
responsabilidade, pois é preciso ter sensibilidade para ver o peso que
determinados assuntos têm na vida de um catequizando. “Muitas vezes o que você
coloca dentro de um encontro como verdade de fé vai cair como uma pedra na vida
de uma pessoa. Isso pode surtir um efeito tanto positivo como negativo. Cabe ao
catequista reconhecer e ajudar”, acrescentou.
Na catequese de jovens e adultos, o trabalho
vai muito além da evangelização. O catequista se torna, em muitos casos, mãe,
advogado e psicólogo. “A gente vai ajudar o ser humano a se encontrar como
pessoa diante de Deus e diante do mundo”, disse Jandira, que está há 28 anos
atuando como catequista.
Ela conta um exemplo de uma ex-catequizanda
que fez o ciclo três vezes e, mesmo após a conclusão, sempre voltava a
procurá-la para um conselho, uma ajuda. “Eu me tornei um pouco mãe; sempre
conversávamos em momentos difíceis, e ela sempre se acalmava com uma palavra
amiga”.
Além do trabalho direto com os catequizados,
indiretamente a missão também atinge as famílias, que entram junto no processo
evangelizador, como mencionou Ana Claudia Freitas, da Paróquia Santa Mônica, no
Leblon. “Temos histórias lindas de mães que fizeram a Primeira Comunhão junto
com os filhos e que hoje são catequistas”.
Ana Claudia, além de trabalhar com a
Iniciação Cristã de crianças, é psicóloga por formação e estudante de
pedagogia. Ela contou que são nos pequenos gestos que é possível ver a evolução
da fé nas crianças. Isso, afirmou, a faz seguir em frente e continuar a missão.
“A gente recebe crianças que ainda não têm vivência de religião, são muito
cruas, e nós vamos apresentar para elas quem é Cristo. Nesse processo é muito
importante todo o rito litúrgico, mas também o nosso testemunho da nossa vida
como catequista”, relatou Ana.
Há 23 anos Rosali Vila Real ingressou no
curso de formação da catequese especial. A falta de uma catequese especial na
paróquia para o filho fez com que Rosali iniciasse a jornada. “Eu me
descobri uma pessoa que fala de Jesus, de um modo que eles entendem, aceitam e
amam”, confessou.
Para ela, que atua na Paróquia São Francisco
de Paula, na Barra, o fundamental de existir esse tipo de catequese é poder
tornar os jovens portadores de deficiência inseridos na Igreja. Rosali admitiu
que “há muitos desafios pelos quais os catequizandos têm que passar”, inclusive
dentro da própria paróquia. Hoje ela dá cursos de formação para pessoas que
desejam evangelizar na catequese especial e implanta o projeto nas dioceses
vizinhas.
Fonte:
http://arqrio.org/noticias/detalhes/4772/muito-mais-do-que-catequistas