“Quem
segue verdadeiramente a Cristo deseja que todos o sigam e, por isso, volta-se
para o próximo com solicitude de ânimo, devota oração e pregação da Palavra”
(Santo Antônio).
Nesta quinta-feira, 13 de junho, a Igreja
celebra a Solenidade de Santo Antônio de Pádua, também chamado Santo Antônio de
Lisboa, cidade onde nasceu. O santo português, que ganhou fama de ser
casamenteiro, pois em certa ocasião intercedeu por uma jovem que teria
conseguido fazer um ótimo casamento, é muito popular também por ser o santo das
coisas perdidas.
Frade franciscano, Santo Antônio tem
particular ligação com a Igreja no Brasil, onde 5 arquidioceses e 10 dioceses o
tomam por padroeiro ou titular. Também são 24 as catedrais dedicadas ao santo e
13 municípios brasileiros que o têm como padroeiro.
O município e a diocese de Nova Iguaçu (RJ)
estão nesta lista. A festa de Santo Antônio é a maior e mais popular da cidade
e consegue mobilizar vários setores da vida religiosa, social e cultural,
descasa o bispo de Nova Iguaçu, dom Gilson Andrade da Silva.
“Quando um santo alcança tal popularidade
revela que sua palavra e vida nunca perdem a atualidade, ou seja, que o
Evangelho que ele pregou e viveu consegue inspirar todas as gerações e
culturas, ajudando-as a dar o melhor de si”, afirma.
Ainda segundo dom Gilson, o povo
brasileiro se identificou muito com a figura de Santo Antônio pelo seu exemplo
e zelo de pastor e pela sua sensibilidade para com os sofridos e mais
pobres. “É um santo que entrou no coração e na alma do povo”.
Nascido em 1195, em Lisboa, o jovem Fernando
de Bulhões e Taveira de Azevedo, nome de batismo de Santo Antônio, ingressou na
Ordem dos Agostinianos aos 15 anos. Dez anos depois, já em Coimbra, foi
ordenado sacerdote e adotou o nome de Antônio ao ingressar na Ordem dos Frades
Menores, fundada por São Francisco de Assis.
Lá viveu de maneira simples entre os frades,
até que um dia precisou substituir um pregador que faltou numa grande festa e
fez a homilia. Com excelente oratória e profundo conhecimento das Sagradas
Escrituras, se destacou e, então foi nomeado pregador oficial dos Franciscanos
e professor de Teologia, tornando-se famoso por suas pregações.
Para dom Tarcísio Nascentes dos Santos, bispo
de Duque de Caxias (RJ), cidade que também tem o santo como padroeiro municipal
e da catedral, “Santo Antônio contribuiu, para a Igreja no Brasil e no
mundo, de maneira significativa para o desenvolvimento da espiritualidade
franciscana, com seus fortes traços de inteligência, equilíbrio, zelo
apostólico e, principalmente, fervor místico”.
Segundo dom Tarcísio, no último período da
sua vida, Antônio escreveu dois ciclos de “Sermões”, intitulados,
respectivamente, “Sermões dominicais” e “Sermões sobre os santos”, destinados
aos pregadores e professores de estudos teológicos da ordem franciscana.
“Nos ‘Sermões’, ele fala da oração como uma
relação de amor, que conduz o homem a conversar docemente com o Senhor, criando
uma alegria inefável, que envolve suavemente a alma em oração”, destaca.
Aproveitando a festa de seu padroeiro, a
diocese de Piracicaba, lança a Revista “Jubileu”, nesta quinta-feira, durante a
missa solene, presidida pelo bispo diocesano, dom Fernando Mason, na Sé
Catedral Santo Antônio, em Piracicaba (SP). A publicação faz parte da
programação celebrativa do Jubileu de Brilhante (75 anos) de criação e
instalação da diocese de Piracicaba.
Padroeiro de Pádua e de Lisboa, o santo
venerado por suas pregações, vida de penitência e pelos milagres morreu em
Pádua, na Itália, em 13 de junho de 1231 aos 36 anos de idade. Seu corpo foi
sepultado numa basílica que se tornou lugar de peregrinação. Ele foi canonizado
no ano seguinte pelo papa Gregório IX. E foi declarado Doutor da Igreja pelo
Papa Pio XII.
Santo casamenteiro e dos
objetos perdidos
A história retrata que a fama de casamenteiro
se deu porque Santo Antônio teria atendido aos rogos de uma moça que para casar
precisava um dote. De acordo com a agência ACI Digital, a moça teria recebido
de Santo Antônio um bilhete para entregar a um determinado comerciante. O
bilhete dizia que o comerciante desse à moça moedas de prata segundo o peso do
papel. Pensando que o papel pesaria muito pouco ele aceitou. Mas foram
necessários 400 escudos da prata para que a balança chegasse ao equilíbrio. O
comerciante lembrou-se de uma promessa que havia feito a Santo Antônio e não
havia cumprido: dar 400 escudos de prata. A jovem recebeu a quantia e pode
assim casar-se.
Além disso, segundo a ACI Digital, o santo é
invocado para encontrar objetos perdidos, talvez porque certo dia um noviço
fugiu do convento com um saltério que ele usava. Santo Antônio orou para
recuperar o seu livro e o noviço se viu diante de uma aparição terrível e
ameaçadora que o obrigou a regressar e devolver o que roubou.
Diz-se também que em uma ocasião, enquanto
orava, apareceu-lhe o menino Jesus e o santo segurou-o em seus braços e por
esta razão, até hoje, é representado sustentando o menino Deus. Santo Antônio é
patrono das mulheres estéreis, dos pobres, dos viajantes, dos pedreiros, dos
padeiros, entre outros. Devido à sua caridade com os pobres, com frequência se
representa Santo Antônio oferecendo pão a indigentes.