D.
Orani João Tempesta
Cardeal
Arcebispo do Rio de Janeiro
A primeira propriedade da Igreja é ser una. O
que nós vemos na Bíblia a respeito da unidade da Igreja é que Jesus revelou o
mistério dessa unidade em algumas parábolas, como por exemplo a da videira
(João 15,1-17); do Reino (Mateus 12, 25-28); do Bom Pastor (João 10,1-18).
Todas elas demonstram que Jesus quer que sua Igreja seja una, assim como Ele e
o Pai são um. Jesus também orou pela unidade da Igreja na véspera da sua
Paixão, como podemos ler no capítulo 17 do Evangelho de São João. A Igreja de
Cristo nasce unida, pois tudo o que os primeiros cristãos faziam era em comum,
como lemos em Atos dos Apóstolos 2,42: “Eles mostravam-se assíduos ao
ensinamento dos apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações”.
A unidade da Igreja, segundo o Catecismo da
Igreja Católica no seu número 814, se apresenta com uma grande diversidade.
Esta se dá, primeiro, pela riqueza de dons, carismas e ministérios que o
Espírito Santo dota a Igreja, a fim de que ela cumpra sua missão. Uma segunda é
o número de culturas que assimilam o Evangelho. Cada povo, com suas próprias
peculiaridades, vai acolhendo e iluminando seu jeito de ser pelas palavras de
Jesus. A única Igreja se espalha pelo mundo todo e, nas diferentes culturas,
testemunha a fé em Jesus, nosso Senhor.
Igreja é sujeito e objeto da fé: sujeito
enquanto “Povo de Deus”, objeto enquanto “mistério” e “sacramento de salvação”.
Sua meta é o Reino de Deus, Reino de justiça e solidariedade, de misericórdia e
paz. O anúncio e o advento do Reino colocam a Igreja permanentemente em estado
de penitência e missão. A missão da Igreja, que emerge de sua origem e
estrutura trinitária, é defender a plenitude da vida de todos e a integridade
da vida de cada um. Essa luta pela vida que Deus nos deu inclui os espaços
particulares e regionais e, ao mesmo tempo, ultrapassa todas as fronteiras
geográficas, étnicas e culturais.
Em preparação para a terceira edição da Festa
da Unidade que marca o encerramento do Ano da Esperança, no dia 21 de novembro,
na véspera da Solenidade de Cristo Rei, a Arquidiocese do Rio está se
mobilizando em todas as suas comunidades, pastorais, movimentos e grupos que,
juntamente com os bispos, padres, diáconos, religiosos, consagrados,
seminaristas e povo de Deus, quer testemunhar visivelmente a alegria dessa
caminhada de unidade.
O tema deste ano está relacionado à
esperança, na qual o apóstolo Paulo afirma em Romanos: “A esperança não
decepciona” (Rm 5,5), (que é também o tema de minha terceira carta pastoral à
arquidiocese) que contemplará as atividades durante o evento. Outro ponto que
será destacado são as ações missionárias que acontecem na arquidiocese, com o
anúncio de Cristo nas periferias existenciais e humanas, como gesto concreto
desse ano da esperança.
Procuremos reunir nossas forças vivas, e, por
isso, contamos com a participação expressiva dos fiéis, sacerdotes, diáconos e
todo o povo de Deus para que possamos celebrar juntos a comunhão em Cristo.
Jesus estava prestes a partir. Escreve a
testemunha que viu e participou: “sabendo Jesus que chegara a sua hora de
passar deste mundo ao Pai, tendo amado os seus que estavam neste mundo, amou-os
até o fim” (Jo. 13,1) E, tendo dado seu corpo em alimento e seu sangue em
bebida, no final da oração sacrifical, poucas horas antes de iniciar sua
paixão, implorou ao Pai por seus discípulos e “por aqueles que por sua palavra
vão crer em mim para que todos sejam um, assim como Vós, o Pai, estais em mim e
eu em Vós” (Jo 17, 20-21).
A união entre os discípulos foi uma constante
preocupação para Jesus. O Mestre bem sabia o quanto eram propensos para a
discórdia e a divisão e como estavam sujeitos a se deixarem levar pelo egoísmo.
Afinal, havia escolhido pessoas simples a serem educadas na sabedoria do Reino.
Jesus apresenta sua união com o Pai como modelo da união dos discípulos entre
si. “Que sejam um como nós somos um!” A unidade com o Pai, da parte do Filho
estava fundada na fidelidade.
A programação tem início a partir das 13h30 e
vai até 18h, com missa presidida por mim e concelebrada pelos bispos auxiliares
e pelos sacerdotes presentes. Haverá testemunhos, momento mariano, louvor,
pregação, atrações musicais e adoração ao Santíssimo Sacramento. A celebração
surgiu devido ao meu lema episcopal: “Que Todos Sejam Um”. A Festa da Unidade é
realizada na véspera da Solenidade de Cristo Rei, por tratar-se do encerramento
do ano litúrgico. Após a missa sairemos em procissão para os Arcos da Lapa,
onde os músicos católicos irão propor à cidade –,que completa 450 anos –, com o
show “Rio em Comunhão”, que não perca as suas origens.
Dessa maneira, quero convidar a toda grande
comunidade da Arquidiocese de São Sebastião a estar presente na celebração da
Festa da Unidade e do show “Rio em Comunhão”. Assim, desde já te acolhemos na
festa da comunhão e que nos faz ser casa e escola da comunhão!
Fonte:
http://arqrio.org/formacao/detalhes/985/festa-da-unidade