Em preparação ao período da Quaresma, a
Arquidiocese do Rio de Janeiro fez, nesta semana, o anúncio da Campanha da
Fraternidade, e lançou o livreto de reflexões e orações, preparado pela
coordenação arquidiocesana de pastoral, contendo cinco encontros, a Hora Santa
e a Via-Sacra.
O anúncio aconteceu durante missa presidida
pelo Cardeal Orani João Tempesta, no dia 15 de fevereiro, realizada na Catedral
de São Sebastião, no Centro, seguida de encontro de formação, sob a coordenação
do Vicariato Episcopal para a Caridade Social.
Neste ano de 2020, a Campanha da Fraternidade
convida os fiéis a olharem de modo mais atento e detalhado para a vida. Com o
tema: “Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso” e o lema: “Viu, sentiu compaixão
e cuidou dele” (Lc 10,33-34), busca conscientizar, à luz da Palavra de Deus,
para o sentido da vida como dom e compromisso, que se traduz em relações de
mútuo cuidado entre as pessoas, na família, na comunidade, na sociedade e no
planeta, casa comum.
Segundo o vigário episcopal para a Caridade
Social, monsenhor Manuel Manangão, o material aprovado neste ano para a
campanha, desenvolvido a partir da parábola do bom samaritano, deve inspirar as
pessoas a serem elementos de transformação na vida dos outros.
“A Campanha da Fraternidade foi pensada para
ser um elemento dentro da Quaresma. Mesmo falando sobre muitos temas, nosso
objetivo é motivar a conversão. Dessa vez não tem como escapar, pois lembramos
as muitas angústias, os muitos caídos à beira da estrada, as muitas situações
em que as pessoas fecham as portas, se escusam de parar para ajudar e, ao mesmo
tempo, coloca como central a figura do bom samaritano, que é alguém que
interrompe seu caminhar e suas preocupações para ajudar alguém que ficou ferido
na beira da estrada e perdeu tudo”, disse.
A parábola lembra de não passar com
indiferença pela dor do outro, pois quando Deus fala em amar o próximo como a
si mesmo, isso se estende a todos e todas. Uma das melhores personificações
desta mensagem talvez tenha sido Santa Dulce dos Pobres, canonizada no ano
passado. A primeira santa brasileira é homenageada nos materiais da Campanha da
Fraternidade de 2020.
“A campanha é uma oportunidade de unir as
diversas ações e pastorais da Igreja. Se por um lado as ações têm ficado muito
no âmbito da Pastoral Social, eu vejo nessa campanha uma oportunidade de, no
momento histórico que vivemos, trabalharmos com todas as pastorais. Nós
percebemos que não é um mundo dividido em que de um lado estão as pastorais que
falam para dentro da Igreja e, do outro lado, as pastorais que falam para o
lado social, destacou.
Ele recordou o pensamento do Papa emérito,
Bento XVI, que defende a união entre a anúncio, a celebração e a caridade: “O
Papa Bento XVI que fala da Igreja como um tripé: anunciar de um lado, celebrar
do outro e viver a caridade da Igreja do outro. O tripé só fica em pé com as
três pernas juntas. Essa integração é necessária, e o documento apresentado
pela CNBB para a campanha desse ano vislumbra isso: resgatar uma comunhão e uma
unidade de ação entre todas as pastorais”, afirmou.
Além da união das pastorais, a campanha
também oferece a oportunidade de unir as diferentes paróquias e vicariatos em
torno de um mesmo tema.
É um momento de trabalho mais intenso, de
renovação da maneira como organizamos a pastoral social de toda a arquidiocese.
No mês de dezembro, nos reunimos com os coordenadores vicariais da campanha, na
qual foi traçado um plano de ação que envolveu todos os vicariatos e foranias
para animar as paróquias a viverem o conteúdo do material. Agora, em preparação
ao lançamento da campanha, tivemos uma manhã de formação, na qual apresentamos
o tema da campanha de maneira mais esmiuçada”, declarou.
A Campanha da Fraternidade de 2020 começará
na Quarta-feira de Cinzas, dia 26 de fevereiro, indo até dia 9 de abril, quando
se encerra a Quaresma. Os materiais da campanha estão disponíveis nas paróquias
da Arquidiocese do Rio.
Coleta Nacional
Coleta Nacional
No dia 5 de abril, Domingo de Ramos, a Igreja
no Brasil realiza a Coleta Nacional da Solidariedade, um gesto concreto, por
meio do qual os fiéis demonstram seu comprometimento com a evangelização e a
promoção da dignidade dos pobres e oprimidos.
Do montante arrecadado na Coleta, 60% são
utilizados para dar apoio a projetos sociais da própria arquidiocese. Com esses
60%, a Cáritas Diocesana administra esse fundo, apoiando e criando projetos
sociais em toda a Arquidiocese do Rio. E 40% vão para o Fundo Nacional de
Solidariedade, gerido pela própria CNBB. O dinheiro é utilizado no
fortalecimento da solidariedade entre as diferentes regiões do país, em
projetos sociais aprovados pela CNBB, a cada ano.