D. Orani João Tempesta
Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro
Neste sábado que antecede a Semana Santa, ao celebrar pelos meios de comunicação a liturgia do dia muitos pensamentos vieram à mente. Nós nos reunimos no amor de Cristo numa assembleia que se espalha pelo Brasil e pelo mundo pelos meios de comunicação. Neste tempo diferente em que vivemos queremos chegar nas igrejas domésticas que ao assistir esta Eucaristia faz a experiência da presença de Cristo. Em nossa celebração rezamos pelo fim da pandemia, suplicando a poderosa intercessão da Bem Virgem Maria, e, também para que a Semana Santa seja o momento de esperança quando anunciamos que a vida vence a morte e, em meio às dores e sofrimentos do mundo, assumir a nossa cruz unida à cruz de Cristo dá sentido à nossa vida e à nossa existência. Rezamos sempre por todos os falecidos para que experimentem a visão beatífica de Deus.
Rezo de maneira especial pelos doentes do COVID 19, pelos cientistas, médicos, enfermeiros, por todos os que precisam de nossas orações.
Começamos a Semana Santa, onde concluiremos o tempo da Quaresma e iniciaremos o Tríduo Pascal abrindo a grande celebração da Páscoa do Senhor, de uma maneira inaudita.
Neste final de semana temos o encerramento da Campanha da Fraternidade que tem como tema: “Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso” e como Lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”(cf. Lc 10,33-34). A Campanha da Fraternidade deve iluminar todo o ano pastoral que ainda continuaremos até a Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo. Cuidar do outro é muitas vezes não se aproximar do outro, não contaminar em tempos de pandemia. Ter cuidado com as pessoas não transmitindo esta doença que não tem cura por enquanto. Cuidar do outro, do que está na rua, das necessidades de cada dia. Como vivem nossos irmãos vulneráveis na situação de rua? Como continuar sendo bons samaritanos e alimentá-los é uma obrigação de cada um de nós. Somos chamados a viver na fé na vida que vence a morte, e que nos configura aos mistérios do Senhor Ressuscitado.
A Coleta da Solidariedade, gesto concreto da Campanha da Fraternidade, que tradicionalmente é feita no Domingo de Ramos e da Paixão, será feita em outra ocasião indicada pela nossa Conferência Episcopal. A Campanha da Fraternidade termina neste domingo, mas o tema continua sempre. Ter compaixão e cuidar do outro é algo que devemos levar para toda a nossa vida.
Tenho celebrado nos dias permitidos o novo formulário de Missa aprovado pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos para os tempos de pandemia.
Com as vésperas de hoje, iniciaremos a Semana Santa, que marca a nossa vida e marca a nossa história. É o centro de nossa liturgia e num tempo muito diferente. Todos somos tocados pela vivência dos mistérios pascais. A Quaresma é encerrada na quinta-feira santa. Com a missa vespertina da instituição da Eucaristia, na Quinta-Feira Santa iremos celebrar o mandamento novo, passando pela ação litúrgica na sexta-feira santa com a Paixão, Morte do Senhor para culminar na vigília solene da ressurreição do Senhor. A solene e jubilosa celebração da Páscoa nos coloca no mistério de celebrar a vida plena. Essa alegria se estende pela Oitava, como um único dia continuados pelos 50 dias do Tempo Pascal.
A Páscoa é o mistério central da vida cristã. Quis as circunstâncias que nesse ano a nossa Semana Santa fosse diferente. O povo de Israel, no exílio, depois da experiência da libertação da escravidão do Egito, teve que viver a Páscoa de maneira diferente. No exílio da babilônia o povo estava com saudades de celebrar a Páscoa em sua terra. Jesus passou na vida do povo no Egito e os libertou da escravidão. Em cada ano se faz necessário fazer a atualização, a memória da libertação do Egito, e, muitas vezes os judeus não puderam fazer em Israel, mas tiveram que fazer no estrangeiro, em que os Salmos colocam a saudade e de querer voltar para a Casa do Senhor.
Nós sabemos que em todas as Paróquias e Dioceses as celebrações acontecem sem a presença do povo, colaborando com as autoridades sanitárias, para não disseminar muito rapidamente o vírus para dar tempo de poder cuidar de todos os enfermos. Na igreja primitiva, depois de frequentar o templo com as orações, o povo partia o pão pelas casas. Somos convidados a viver a Páscoa, a Semana Santa, participando unidos às Paróquias, Dioceses e ao próprio Santo Padre. Somos chamados a vivenciar de maneira diferente, mas sempre a mesma realidade: a passagem da morte para a vida, a presença do Senhor que está presente no meio de nós.
A liturgia deste sábado nos fala disso: A Primeira Leitura(cf. Ez 37,21-28) relata que Ezequiel vendo o povo disperso convoca o povo para voltar para a terra de Israel. E ele proclama: Farei deles uma nação única!
A conspiração dos fariseus é a nota fundamental do Evangelho contra Jesus (cf. Jo 11,45-56). O Evangelho sublinha que é também para reunir na unidade os filhos de Deus dispersos. Lázaro tinha voltado para a vida e muitas foram as conversões. Isso incomodou profundamente os sumos sacerdotes e aos doutores da lei. Jesus veio reunir as pessoas dispersas. Nós estamos sempre desejando que Deus se manifeste através de sinais e milagres para que possamos crer nele, mas não percebemos os seus contínuos milagres e sinais em nossa vida cotidiana. Nesse aspecto, nesta véspera de começar a Semana Santa, em que vemos o sinal desta comunhão que Jesus oferece a vida para todos nós.
Estamos unidos no mesmo espírito de Jesus, na mesma fé, no mesmo acontecimento pascal, que era outra maneira de viver este momento. Mas nós devemos estar unidos no mesmo batismo, no mesmo Espírito e ainda contando com a possibilidade dos meios de comunicação, das mídias digitais.
Faremos a experiência do mistério, mesmo não unidos fisicamente no mesmo lugar, mas unidos no mesmo espírito unidos à todos. O descendente de Davi, o Senhor Ressuscitado, que leva adiante com a sua vida, morte e ressurreição, que está presente em nossa vida.
Cabe a nós hoje, unidos ao mistério pascal, experimentarmos a união e esta unidade. Hoje vemos que o Senhor Jesus nos une a todos, não fisicamente, mas unidos em diversas formas. Que esta unidade se manifesta nas preocupações em cuidar do outro como as prevenções que devemos fazer. Assim celebramos a Semana Santa com esta comunhão e com esta unidade espiritual, de comunhão espiritual, experiência única, aquilo que é unidade e comunhão, reforce cada vez mais unidos com mais fervor ainda e experimentando o Senhor que é consolo, neste tempo em que estivemos longes fisicamente dos parentes, amigos e da comunidade, mas unidos no Senhor.
Cristo nos une e nos dá a vida! Que as comunicações virtuais e as reuniões virtuais nos animem a celebrar e reunir todos os povos dispersos e trazer a vida para todos. Santa Semana. Amém
Rezo de maneira especial pelos doentes do COVID 19, pelos cientistas, médicos, enfermeiros, por todos os que precisam de nossas orações.
Começamos a Semana Santa, onde concluiremos o tempo da Quaresma e iniciaremos o Tríduo Pascal abrindo a grande celebração da Páscoa do Senhor, de uma maneira inaudita.
Neste final de semana temos o encerramento da Campanha da Fraternidade que tem como tema: “Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso” e como Lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”(cf. Lc 10,33-34). A Campanha da Fraternidade deve iluminar todo o ano pastoral que ainda continuaremos até a Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo. Cuidar do outro é muitas vezes não se aproximar do outro, não contaminar em tempos de pandemia. Ter cuidado com as pessoas não transmitindo esta doença que não tem cura por enquanto. Cuidar do outro, do que está na rua, das necessidades de cada dia. Como vivem nossos irmãos vulneráveis na situação de rua? Como continuar sendo bons samaritanos e alimentá-los é uma obrigação de cada um de nós. Somos chamados a viver na fé na vida que vence a morte, e que nos configura aos mistérios do Senhor Ressuscitado.
A Coleta da Solidariedade, gesto concreto da Campanha da Fraternidade, que tradicionalmente é feita no Domingo de Ramos e da Paixão, será feita em outra ocasião indicada pela nossa Conferência Episcopal. A Campanha da Fraternidade termina neste domingo, mas o tema continua sempre. Ter compaixão e cuidar do outro é algo que devemos levar para toda a nossa vida.
Tenho celebrado nos dias permitidos o novo formulário de Missa aprovado pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos para os tempos de pandemia.
Com as vésperas de hoje, iniciaremos a Semana Santa, que marca a nossa vida e marca a nossa história. É o centro de nossa liturgia e num tempo muito diferente. Todos somos tocados pela vivência dos mistérios pascais. A Quaresma é encerrada na quinta-feira santa. Com a missa vespertina da instituição da Eucaristia, na Quinta-Feira Santa iremos celebrar o mandamento novo, passando pela ação litúrgica na sexta-feira santa com a Paixão, Morte do Senhor para culminar na vigília solene da ressurreição do Senhor. A solene e jubilosa celebração da Páscoa nos coloca no mistério de celebrar a vida plena. Essa alegria se estende pela Oitava, como um único dia continuados pelos 50 dias do Tempo Pascal.
A Páscoa é o mistério central da vida cristã. Quis as circunstâncias que nesse ano a nossa Semana Santa fosse diferente. O povo de Israel, no exílio, depois da experiência da libertação da escravidão do Egito, teve que viver a Páscoa de maneira diferente. No exílio da babilônia o povo estava com saudades de celebrar a Páscoa em sua terra. Jesus passou na vida do povo no Egito e os libertou da escravidão. Em cada ano se faz necessário fazer a atualização, a memória da libertação do Egito, e, muitas vezes os judeus não puderam fazer em Israel, mas tiveram que fazer no estrangeiro, em que os Salmos colocam a saudade e de querer voltar para a Casa do Senhor.
Nós sabemos que em todas as Paróquias e Dioceses as celebrações acontecem sem a presença do povo, colaborando com as autoridades sanitárias, para não disseminar muito rapidamente o vírus para dar tempo de poder cuidar de todos os enfermos. Na igreja primitiva, depois de frequentar o templo com as orações, o povo partia o pão pelas casas. Somos convidados a viver a Páscoa, a Semana Santa, participando unidos às Paróquias, Dioceses e ao próprio Santo Padre. Somos chamados a vivenciar de maneira diferente, mas sempre a mesma realidade: a passagem da morte para a vida, a presença do Senhor que está presente no meio de nós.
A liturgia deste sábado nos fala disso: A Primeira Leitura(cf. Ez 37,21-28) relata que Ezequiel vendo o povo disperso convoca o povo para voltar para a terra de Israel. E ele proclama: Farei deles uma nação única!
A conspiração dos fariseus é a nota fundamental do Evangelho contra Jesus (cf. Jo 11,45-56). O Evangelho sublinha que é também para reunir na unidade os filhos de Deus dispersos. Lázaro tinha voltado para a vida e muitas foram as conversões. Isso incomodou profundamente os sumos sacerdotes e aos doutores da lei. Jesus veio reunir as pessoas dispersas. Nós estamos sempre desejando que Deus se manifeste através de sinais e milagres para que possamos crer nele, mas não percebemos os seus contínuos milagres e sinais em nossa vida cotidiana. Nesse aspecto, nesta véspera de começar a Semana Santa, em que vemos o sinal desta comunhão que Jesus oferece a vida para todos nós.
Estamos unidos no mesmo espírito de Jesus, na mesma fé, no mesmo acontecimento pascal, que era outra maneira de viver este momento. Mas nós devemos estar unidos no mesmo batismo, no mesmo Espírito e ainda contando com a possibilidade dos meios de comunicação, das mídias digitais.
Faremos a experiência do mistério, mesmo não unidos fisicamente no mesmo lugar, mas unidos no mesmo espírito unidos à todos. O descendente de Davi, o Senhor Ressuscitado, que leva adiante com a sua vida, morte e ressurreição, que está presente em nossa vida.
Cabe a nós hoje, unidos ao mistério pascal, experimentarmos a união e esta unidade. Hoje vemos que o Senhor Jesus nos une a todos, não fisicamente, mas unidos em diversas formas. Que esta unidade se manifesta nas preocupações em cuidar do outro como as prevenções que devemos fazer. Assim celebramos a Semana Santa com esta comunhão e com esta unidade espiritual, de comunhão espiritual, experiência única, aquilo que é unidade e comunhão, reforce cada vez mais unidos com mais fervor ainda e experimentando o Senhor que é consolo, neste tempo em que estivemos longes fisicamente dos parentes, amigos e da comunidade, mas unidos no Senhor.
Cristo nos une e nos dá a vida! Que as comunicações virtuais e as reuniões virtuais nos animem a celebrar e reunir todos os povos dispersos e trazer a vida para todos. Santa Semana. Amém