A pandemia limitou a vida das comunidades paroquiais e das atividades pastorais. Um dos grupos mais afetados, inicialmente, foi a Iniciação Cristã, com seus catequizandos em preparação para receber os sacramentos da Confissão, da Primeira Comunhão e do Crisma.
As paróquias tiveram que se reiventar. Assim aconteceu com a Iniciação Cristã da Paróquia São Paulo Apóstolo, em Copacabana. “Vendo que os dias estavam passando, já que mal havíamos iniciado o ano e já tivemos que parar atividades, estando com uma turma de 1ª etapa finalizando o livro e da 2ª etapa nos últimos encontros para receberem a Primeira Eucaristia, começamos a ficar preocupados”, contou os coordenadores Marcelo Sampaio e Cristina de Andrade Pinto, da catequese, pré, 1ª etapa e 2ª etapa.
A catequese na Paróquia São Paulo Apóstolo precisou ser reinventada |
Em conjunto, a equipe de catequistas refletiu que a evangelização é permanente, e por isso, não pode parar. Era preciso manter a chama de Cristo acesa nos corações das crianças e, principalmente, dos pais e responsáveis. A equipe também refletiu que o tempo é curto e que a evangelização acontecia somente aos domingos.
Ainda que muitos pais não se dediquem tanto em assumir a missão de primeiros catequistas em casa. “Corríamos o risco das crianças acabarem se distanciando do grupo catequético, podendo esquecer as informações recebidas ao longo do ano, e perderiam também o costume de se encontrar com o sagrado”, contou Marcelo.
Pensando na situação, surgiu a ideia do que poderia ser feito de concreto que envolvesse a catequese em família. Seria preciso manter a chama da fé acesa e alimentar o conhecimento dos catequizandos. Desta forma, seria um estímulo para que todos pudessem continuar conectados com a fé, com Jesus Cristo. “Partilhamos, via online, o projeto com nosso pároco, padre Paulo de Tarso Rodrigues. Ele nos acolheu e abençoou nossa iniciativa, e colocamos as mãos na massa”, disse Cristina. Marcelo Sampaio contou que o primeiro passo foi comunicar aos catequistas o que seria feito, pedindo a adesão de todos, com o envio de materiais, trabalhos e tudo o que gostariam que fosse divulgado.
Os catequizandos se alegraram com a catequese em casa |
Por meio do aplicativo WhatsApp, acrescentou Cristina, foi anunciado aos pais e responsáveis que a catequese teria continuidade, porém de forma online. “Todos ficaram alegres e aceitaram a proposta. Dissemos que não seria substituição da catequese presencial, mas uma outra forma de evangelizar, até que nos encontrássemos de novo na paróquia”, disse Marcelo.
“Desde então, estamos enviando para o grupo dos pais e responsáveis páginas do livro de catequese a serem trabalhadas em casa, com a família, além de atividades extras e vídeos.Estamos ainda pedindo a participação nas missas online de nossa paróquia ou pela TV”, acrescentou Cristina.
Ações para manter a chama da fé nas crianças |
Uma das sugestões foi as confecções de cartazes e cartão de Feliz Páscoa, distribuídos aos paroquianos e nos demais grupos de WhatsApp da paróquia. “A cada semana, as crianças nos enviam o que foi feito, e nós vamos comentando, tirando dúvidas dos pais e pedindo para que todos trabalhem juntos”, disse Marcelo.
“Estamos percebendo a importância do envolvimento da família neste processo de iniciação à vida cristã. Têm sido bastante gratificantes estes encontros com Cristo”, completou Cristina.
Fonte: Jornal Testemunho de Fé, edição 3 a 9 de maio de 2020 - pág. 8