“Todo sumo sacerdote é tirado do meio dos homens
e instituído em favor dos homens
nas coisas que se referem a Deus,
para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados.
Sabe ter compaixão
dos que estão na ignorância e no erro,
porque ele mesmo está cercado de fraqueza” (Hb 5,1-2)
Estes versículos da Carta aos Hebreus foram escolhidos por nossa turma, por ocasião da Ordenação Sacerdotal no dia 28 de setembro de 2002. Retornei a eles há alguns dias, quando fui surpreendido por um telefonema de nosso Cardeal Dom Orani João Tempesta, que me perguntava sobre renovar o “sim” dado ao plano de Deus repetidas diversas vezes ao longo de meu caminho vocacional.
Confirmada a intenção de continuar doando-me no serviço à Igreja do Senhor na nova missão apresentada, não pude deixar de reparar no carinho da Divina Providência, ao comunicar-me a nomeação ao Episcopado no Centenário de São João Paulo II, exemplo de pastor que deu a vida pelas ovelhas (cf. Jo 10,11). Surpresa maior foi a de descobrir, ao reler os textos deste Santo Papa, que sua Ordenação Episcopal foi num 28 de setembro, dia de minha ordenação sacerdotal! E as coincidências não param por aí: o anúncio oficial foi marcado para 27 de maio, dia em que fui batizado!
Enormes são os desafios que se apresentam, mas a graça de Deus não haverá de faltar, como não faltou até hoje. Renovo o desejo de ser instrumento de comunhão na Igreja, sob a autoridade do Sumo Pontífice, conforme o Decreto “Christus Dominus”, n.3, agradecendo ao mesmo Sumo Pontífice pela nomeação e a Dom Orani pela indicação e confiança.
Agradeço também o carinho do povo de Deus e dos irmãos no sacerdócio, contando com suas preces nesta nova etapa do ministério pastoral.
Por fim, gostaria de citar um pequeno trecho da Homilia da Ordenação Episcopal, proposta no Ritual Romano, que pretendo fazer ressoar ao longo de minha vida:
“O episcopado é um serviço, e não uma honra;
o Bispo deve distinguir-se mais pelo serviço prestado
que pelas honrarias recebidas.
Conforme o preceito do Senhor, aquele que é o maior
seja como o menor,
e aquele que preside, como o que serve”
Rio de Janeiro, 27 de maio de 2020.
Mons. Célio da Silveira Calixto Filho