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quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Pesar de Francisco pela morte de dom Eusébio: um generoso pastor da Igreja do Brasil

 

O telegrama de condolências foi dirigido ao arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta. Na mensagem, também enviada "a todos quantos lamentam a perda do seu amado pastor”, o Papa recordou dom Eusébio Oscar Scheid através do seu lema episcopal, “Deus é bom”, como uma “recordação verdadeiramente consoladora” do cardeal brasileiro. Francisco destacou ainda que dom Eusébio “serviu o povo de Deus com muito denodo”, desde quando iniciou o ministério episcopal como “primeiro bispo de São José dos Campos e pastoreado com igual esmero a Arquidiocese de Florianópolis e a Sé Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro”.


Nesta quinta-feira (14), o Papa Francisco enviou um telegrama de pesar pela morte de dom Eusébio Oscar Scheid, arcebispo emérito do Rio de Janeiro, que faleceu na quarta-feira (13), aos 88 anos de idade. A mensagem de condolências foi dirigida ao arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta.

No texto, em língua portuguesa, Francisco escreve que recebeu a notícia do falecimento de dom Eusébio “com profundo pesar” e assegura a sua “solidariedade orante com todos os fiéis que nele encontraram um zeloso pastor”. O Pontífice, então, lembra do lema episcopal do cardeal brasileiro, “Deus é bom”, como uma “recordação verdadeiramente consoladora” de dom Eusébio, que também recorda “a bondade de Deus com a sua Igreja”.

No telegrama, o Papa destaca que o cardeal brasileiro “serviu o povo de Deus com muito denodo”, desde quando iniciou o ministério episcopal como “primeiro bispo de São José dos Campos e pastoreado com igual esmero a Arquidiocese de Florianópolis e a Sé Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro”.

Um generoso pastor da Igreja do Brasil
Ao finalizar a mensagem de condolências, enviando a sua bênção apostólica, o Papa Francisco também agradece “ao Altíssimo por ter dado à Igreja do Brasil tão generoso pastor” e eleva fervorosas preces “para que o acolha na sua felicidade eterna e console pela esperança na ressureição a todos quantos lamentam a perda do seu amado pastor”.

A despedida a dom Eusébio
Dom Eusébio, em seus 60 anos de ministério presbiteral e 40 anos dedicados à vida episcopal, participou ativamente da história e, assim, deixa o seu legado à Igreja. A despedida aconteceu ainda nesta quarta-feira (13), com enterro no Ossuário da Catedral São Dimas, seguida de missa em sufrágio pela alma do cardeal brasileiro no início de noite, com transmissão das redes sociais da catedral. Dom Eusébio foi “mais uma vítima da Covid-19, que já ceifou mais de 204 mil vidas somente em solo brasileiro”, recordou dom Orani João Tempesta:

“É uma perda dolorosa que se soma aos padres e bispos brasileiros que tiveram suas vidas interrompidas nesta pandemia, que já se transformou em uma tragédia incalculável que afeta direta ou indiretamente todas as famílias.”

Com uma vida “intensa e incansável”, acrescentou dom Orani, “marcada pela preocupação na formação do clero, no incentivo à evangelização e na organização da pastoral, sua morte não deve ser motivo para contrariedades humanas, mas sim, para compreendermos o projeto de Deus para nós, a promessa da vida eterna ao lado de Cristo”. O arcebispo do Rio, então, também deixou a sua mensagem:

“Em orações, peço a Deus Pai Misericordioso que o receba em seus braços para a ressurreição e glória da vida eterna. Amou a Cristo e à Igreja oferecendo sua vida pelos irmãos bispos, padres, diáconos, consagrados e povo de Deus como ele mesmo deixou por escrito em seu testamento.”


Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2021-01/telegrama-pesar-papa-francisco-morte-eusebio-oscar-scheid.html

domingo, 25 de outubro de 2020

Penitenciaria Apostólica: Indulgências Plenárias prorrogadas para todo o mês de novembro

 

O Decreto sobre as Indulgências Plenárias é válido para todo o mês de novembro, dedicado aos defuntos. O documento responde aos pedidos dos bispos a fim de evitar aglomerações por causa da pandemia de coronavírus.


“Este ano, nas atuais contingências devidas à pandemia da “Covid-19”, as Indulgências Plenárias para os fiéis defuntos serão prorrogadas para todo o mês de novembro, adequando as obras e condições a fim de garantir a incolumidade dos fiéis.”

É o que afirma o Decreto da Penitenciaria Apostólica sobre as Indulgências Plenárias publicado, nesta sexta-feira (23/10), assinado pelo penitencieiro-mor, cardeal Mauro Piacenza, e pelo regente do dicastério, mons. Krzysztof Nykiel, válido para todo o mês de novembro, dedicado aos defuntos. O documento responde às súplicas dos bispos que, por causa do coronavírus, pediram para “comutar as obras piedosas a fim de alcançar as Indulgências Plenárias aplicadas às almas do Purgatório, de acordo com o Manual de Indulgências”.

Rezar pelos falecidos
O organismo vaticano, por mandato especial do Papa Francisco, estabeleceu e decidiu que, este ano, para evitar aglomerações onde forem proibidas, a Indulgência Plenária para aqueles que visitam um cemitério e rezam pelos defuntos, ainda que apenas mentalmente, de norma estabelecida apenas de 1° a 8 de novembro, pode ser transferida para outros dias do mesmo mês até seu término. Tais dias, escolhidos livremente pelo fiel, também podem ser separados uns dos outros.

A Penitenciaria Apostólica decretou que a Indulgência Plenária de 2 de novembro, estabelecida por ocasião da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos para aqueles que visitam piedosamente uma igreja ou um oratório e ali rezam o “Pai-Nosso” e o “Credo”, pode ser transferida não apenas para o domingo precedente ou seguinte ou para o dia da Solenidade de Todos os Santos, mas também para outro dia do mês de novembro, à livre escolha de cada fiel.

Os idosos, os doentes e todos aqueles que por motivos graves não podem sair de casa, por exemplo, por causa das restrições impostas pela autoridade competente para o tempo de pandemia, a fim de evitar que um grande número de fiéis se aglomere nos lugares sagrados, poderão obter a Indulgência Plenária desde que, unindo-se espiritualmente a todos os outros fiéis, completamente distantes do pecado e com a intenção de cumprir o mais rápido possível as três condições habituais (confissão sacramental, Comunhão eucarística e oração segundo as intenções do Santo Padre), rezem orações piedosas pelos falecidos diante de uma imagem de Jesus ou da Bem-aventurada Virgem Maria, como por exemplo, Laudes e Vésperas do Ofício dos Defuntos, o Rosário Mariano, o Terço da Divina Misericórdia, outras orações pelos mortos queridos dos fiéis, façam a leitura meditada de uma das passagens evangélicas propostas pela liturgia dos defuntos ou uma obra de misericórdia oferecendo a Deus as dores e dificuldades da própria vida. 

segunda-feira, 22 de junho de 2020

O desenvolvimento da doutrina é a fidelidade na novidade

Algumas críticas ao atual pontificado contestam o Concílio Vaticano II e chegam a esquecer o magistério de São João Paulo II e de Bento XVI.

Certas críticas de caráter doutrinal ao pontificado atual estão mostrando um distanciamento gradual, mas cada vez mais claro, do Concílio Vaticano II. Não a partir de uma certa interpretação de alguns textos, mas a partir dos próprios textos conciliares. Há leituras que insistem em colocar o Papa Francisco contra os seus predecessores imediatos acabando assim por criticar abertamente São João Paulo II e Bento XVI ou, de alguma forma, silenciam alguns aspectos fundamentais do seu ministério que representam evidentes desenvolvimentos do último Concílio.

A profecia do diálogo
Um exemplo disso foi o recente 25º aniversário da Encíclica Ut Unum sint, na qual o Papa Wojtyla afirma que o compromisso ecumênico e o diálogo com os não-católicos são uma prioridade da Igreja. O aniversário foi ignorado por aqueles que hoje propõem uma interpretação redutiva da Tradição, fechada a esse "diálogo de amor", além do doutrinal, promovido pelo Papa polonês em obediência ao ardente desejo de unidade de Nosso Senhor.

A profecia do perdão
Do mesmo modo foi esquecido outro aniversário importante: o pedido de perdão jubilar fortemente desejado por São João Paulo II em 12 de março de vinte anos atrás. O poder profético de um Pontífice que pede perdão pelos pecados cometidos pelos filhos da Igreja é algo decisivo. E quando se trata de "filhos", inclui os papas. Sabe-se: aqueles que pedem perdão por erros cometidos se colocam em uma situação de risco de revisão. Wojtyla escolheu profeticamente o caminho da verdade. A Igreja não pode e não deve ter medo da verdade. O então Cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, sublinhou a "novidade deste gesto", como um "ato público de arrependimento da Igreja pelos pecados do passado e do presente": um mea culpa do Papa em nome da Igreja", um verdadeiro "gesto novo, mas ainda assim em profunda continuidade com a história da Igreja, com a sua autoconsciência".

Inquisição e violência: uma consciência que cresce
Muitas lendas obscuras foram fomentadas sobre a Inquisição, as fogueiras e várias intolerâncias da Igreja ao longo da história, exagerando, falsificando, caluniando e descontextualizando para apagar da memória a grande e decisiva contribuição do cristianismo para a humanidade. E os historiadores muitas vezes trouxeram de volta à verdade muitas distorções e mitologias da realidade. Mas isso não nos impede de fazer um sério exame de consciência para "reconhecer" - afirma João Paulo II - "os desvios do passado" e "despertar as nossas consciências diante dos compromissos do presente". A partir disso chegou o pedido de perdão no ano 2000 "pelas divisões que ocorreram entre os cristãos, pelo uso da violência que alguns deles aplicaram a serviço da verdade, e pelas atitudes de desconfiança e hostilidade por vezes assumidas em relação aos seguidores de outras religiões". "Com o avanço dos tempos - disse em 2004 - a Igreja, guiada pelo Espírito Santo, percebe com uma consciência cada vez mais viva quais são as exigências de sua conformidade" ao Evangelho, que rejeita os métodos intolerantes e violentos que desfiguraram seu rosto na história.

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Orientações para as paróquias e capelas na Arquidiocese em tempo de pandemia


A Igreja Católica sempre preocupada com o valor da vida humana e comprometida com o povo carioca, desde o início do isolamento social vem atuando de modo que os seus membros não ficassem em um isolamento espiritual. Através da internet e das mídias digitais, tanto da Arquidiocese como das paróquias, os fiéis têm tido possibilidade de uma assistência espiritual com as missas e outros atos religiosos através desses meios.

Para um retorno à ansiosa e querida participação presencial dos fiéis, se está preparando orientações para higienização dos templos e suas dependências e irá capacitar pessoas que orientarão os fiéis nas diversas atividades religiosas.

A Arquidiocese está atenta ao desenvolvimento da pandemia, por isso, a abertura das paróquias e capelas acontecerá quando houver um controle efetivo da doença. Por enquanto, os fiéis continuarão com a assistência espiritual através da internet e mídias digitais.


Rio de Janeiro, 27 de maio de 2020

Dom Juarez Delorto Secco
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Moderador da Cúria Metropolitana


Mensagem do novo bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro: Mons. Célio da Silveira Calixto Filho


“Todo sumo sacerdote é tirado do meio dos homens
e instituído em favor dos homens
nas coisas que se referem a Deus,
para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados.

Sabe ter compaixão
dos que estão na ignorância e no erro,
porque ele mesmo está cercado de fraqueza” (Hb 5,1-2)



Estes versículos da Carta aos Hebreus foram escolhidos por nossa turma, por ocasião da Ordenação Sacerdotal no dia 28 de setembro de 2002. Retornei a eles há alguns dias, quando fui surpreendido por um telefonema de nosso Cardeal Dom Orani João Tempesta, que me perguntava sobre renovar o “sim” dado ao plano de Deus repetidas diversas vezes ao longo de meu caminho vocacional.

Confirmada a intenção de continuar doando-me no serviço à Igreja do Senhor na nova missão apresentada, não pude deixar de reparar no carinho da Divina Providência, ao comunicar-me a nomeação ao Episcopado no Centenário de São João Paulo II, exemplo de pastor que deu a vida pelas ovelhas (cf. Jo 10,11). Surpresa maior foi a de descobrir, ao reler os textos deste Santo Papa, que sua Ordenação Episcopal foi num 28 de setembro, dia de minha ordenação sacerdotal! E as coincidências não param por aí: o anúncio oficial foi marcado para 27 de maio, dia em que fui batizado!

Enormes são os desafios que se apresentam, mas a graça de Deus não haverá de faltar, como não faltou até hoje. Renovo o desejo de ser instrumento de comunhão na Igreja, sob a autoridade do Sumo Pontífice, conforme o Decreto “Christus Dominus”, n.3, agradecendo ao mesmo Sumo Pontífice pela nomeação e a Dom Orani pela indicação e confiança. 

Agradeço também o carinho do povo de Deus e dos irmãos no sacerdócio, contando com suas preces nesta nova etapa do ministério pastoral.

Por fim, gostaria de citar um pequeno trecho da Homilia da Ordenação Episcopal, proposta no Ritual Romano, que pretendo fazer ressoar ao longo de minha vida:


“O episcopado é um serviço, e não uma honra; 
o Bispo deve distinguir-se mais pelo serviço prestado
que pelas honrarias recebidas.

Conforme o preceito do Senhor, aquele que é o maior 
seja como o menor, 
e aquele que preside, como o que serve”



Rio de Janeiro, 27 de maio de 2020.

Mons. Célio da Silveira Calixto Filho





segunda-feira, 25 de maio de 2020

Por trás dos números: talentosa, irmã Maria de Nazaré dedicou mais de 50 anos à fé católica

Foi depois de um encontro “marcante” com a Madre Maria Helena Cavalcanti, fundadora da Congregação de Nossa Senhora de Belém, que Vilma Maria ingressou na vida paroquial e se tornou, aos 21 anos, a Irmã Maria de Nazaré, em 1966. Ela morreu no dia 15 de maio, vítima da Covid-19, aos 76 anos, sendo quase 55 deles de dedicação total à ordem, que fica em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.

Sua vida começou bem longe dali, no município de Cruzília, no sul de Minas. A irmã foi criada em uma numerosa família na cidade de Conceição do Rio Verde, também no estado e onde o seu pai trabalhava em uma fazenda. Foi ainda na infância que começou a trabalhar, principalmente nas tarefas domésticas. Segundo a Irmã Stella Maria de Belém, também da congregação, era conhecida pelo seu talento na cozinha e na jardinagem:

— Estava sempre alegre, prestativa, paciente, pronta para atender os pobres e as pessoas que pediam orações. Gostava de repetir para as Irmãs: “servir a Deus é reinar”. Era um exemplo a ser seguido e nos deixa com muita saudade— relembra a Irmã Stella.

Apesar da distância, era muito apegada à sua família, numerosa e muito unida. Tinha especial conexão com a sua irmã gêmea:

— Eles estavam sempre juntos e em comunhão nos momentos alegres, nas lutas e dificuldades, que serão superadas com a colaboração de cada um.

Segundo a amiga, sua passagem não pela congregação, mas também na vida das pessoas, será lembrada:

— Guardamos no coração seu sorriso, sua humildade, sua disposição em servir, seu amor à família, às pessoas, especialmente aos pobres, à Igreja e sua entrega e dedicação à sua fé.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Os 100 anos de João Paulo II: Não tenhais medo

Hoje, segunda-feira, 18 de maio, o Papa João Paulo II completaria 100 anos. Um pontificado inesquecível não só na memória dos cristãos

Era a missa do início do pontificado, em 22 de outubro de 1978. Hoje João Paulo II completaria 100 anos de idade. Atravessou o século perseguido pelas duas piores ditaduras, marcado por graves dores familiares, pelas dificuldades da guerra, compartilhando o árduo trabalho dos operários, estudando como seminarista clandestino, acompanhando jovens universitários com mil problemas, vendo bispos e sacerdotes de seu país perseguidos, mas sempre confiando-se à mesma pessoa...


“Irmãos e Irmãs: não tenhais medo de acolher Cristo e de aceitar o Seu poder! E ajudai o Papa e todos aqueles que querem servir a Cristo e, com o poder de Cristo, servir o homem e a humanidade inteira! Não, não tenhais medo! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo! Ao Seu poder salvador abri os confins dos Estados, os sistemas econômicos assim como os políticos, os vastos campos de cultura, de civilização e de progresso! Não tenhais medo! Cristo sabe bem ‘o que é que está dentro do homem’. Somente Ele o sabe!”

25 de março de 1984. Nossa Senhora de Fátima
Na Basílica Vaticana, João Paulo II despedia-se da imagem de Nossa Senhora de Fátima, transferida para o Vaticano no Ano Santo da Redenção. Gigante da fé, ele também tinha o olhar do profeta, juntamente com o prudente realismo político, e a vontade de olhar para o futuro. Como Papa, continuou o novo humanismo do seu predecessor Paulo VI: nada mais importante do que a dignidade do homem, começando de seu trabalho.

“Confiando-Vos, ó Mãe, o mundo, todos os homens e todos os povos, nós Vos confiamos também a própria consagração do mundo, depositando-a no Vosso Coração materno. De modo especial Vos entregamos e consagramos aqueles homens e aquelas nações, que desta entrega e desta consagração têm particularmente necessidade”

Trabalho e dignidade
Em 1983, em um Congresso da Conferência dos Bispos Italianos sobre o tema do trabalho disse palavras que poderiam ser destinadas ao mundo atual.

“Os problemas relativos à crise quantitativa do trabalho estão à vista de todos: o drama do desemprego, a difícil situação dos que se encontram em ‘desemprego temporário’, os jovens que não conseguem obter um lugar de trabalho; e depois, também os emigrantes e os estrangeiros, os deficientes e os anciãos, sem esquecer os problemas relativos ao duplo emprego, à mobilidade profissional, à casa, aos transportes, ao próprio uso do desemprego temporário, bem como ao abuso que se faz por vezes do direito à greve”

Completando:

“É necessária uma renovada e precisa atenção, bem como um claro testemunho no mundo do trabalho, porque surgem sempre nele novas interrogações e novos problemas, nascem novas esperanças, como também motivos de temor e ameaças, ligados a esta dimensão fundamental da existência humana”

O atentado de 13 de maio de 1981
A veste branca manchada de sangue. Alguns dias depois, dia 17 de maio, no leito hospitalar recitava o Regina Coeli pronunciando estas palavras:

“Sei que nestes dias, e de modo especial nesta hora do Regina Caeli estais unidos a mim. Agradeço-vos comovido as vossas orações e abençoo-vos a todos. Estou particularmente próximo das duas pessoas atingidas como eu. Peço pelo irmão que me feriu, a quem perdoei sinceramente. Unido a Cristo, Sacerdote e vítima, ofereço os meus sofrimentos pela Igreja e pelo mundo. A Ti, Maria, repito: Totus tuus eco sum.”

Terceiro Milênio

No Ano Santo que nos levou ao Terceiro Milênio João Paulo II afirmava:

“Nesta Noite Santa, o Anjo nos repete, homens e mulheres do final do milênio: "Não temais, eis que vos anuncio uma grande alegria... Hoje nasceu para o mundo, na cidade de David, um salvador"(Lc 2, 10-11). Nós nos preparamos para acolher estas palavras consoladoras durante o tempo do Advento: nelas se atualiza o "hoje" de nossa redenção. A esta hora, o "hoje" ressoa com um timbre singular: não é apenas a memória do nascimento do Redentor, é o início solene do Grande Jubileu. […] Aos pés do Verbo Encarnado depositamos alegria e apreensões, lágrimas e esperanças. Somente em Cristo, o homem novo, o mistério do ser humano encontra a verdadeira luz.”

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Domingo de Ramos e Tríduo Pascal na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro em 2020.

    Vivemos o mistério central de nossa fé: a Páscoa! É o centro do ano litúrgico e o grande acontecimento anual que dá origem a todas as demais celebrações. Neste ano, devido a Pandemia do COVID-19, a Arquidiocese do Rio de Janeiro seguindo as orientações da OMS e das autoridades civis federais, estaduais e municipais, preocupada em preservar a vida e não disseminar a contaminação, informa abaixo como serão as celebrações do Domingo de Ramos e Tríduo Pascal presididas pelo Cardeal. Os decretos da Congregação para o Culto Divino e da Cúria Metropolitana já estão previstos na organização abaixo. 
    A proximidade da Arquidiocese através de suas paróquias e comunidades neste ano se faz de modo diferente, mas sempre com a alegria e esperança cristã. As Missas nas paróquias da Arquidiocese estão sendo transmitidas online (sem presença do povo) pelas redes sociais e sites das respectivas paróquias. As celebrações presididas pelo Cardeal serão transmitidas pela Rádio Catedral e a Web TV Redentor com as respectivas redes sociais e aplicativos.

Domingo de Ramos – 05/04
    No Domingo de Ramos a missa será as 11h da manhã. Seguida do Ângelus pelos meios de comunicação.
   Sugestão de sinal: colocar ramos nas portas ou portões de suas casas (iniciamos a Semana Santa!).

Quarta-feira Santa – 08/04
07:00 – oração silenciosa no Cristo Redentor antes de iniciar o Tríduo Pascal
Organização: Pe. Omar

Quinta-feira Santa – 09/04
a) A Missa do Crisma será às 10h da manhã. Haverá uma grande rede para essa transmissão gerada pela Rádio Catedral e WebTv Redentor. Os padres renovarão as promessas sacerdotais de suas próprias casas. Abençoaremos os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagraremos o óleo do Crisma.
b) A Missa vespertina da Ceia do Senhor, sem o rito de lava pés, será transmitida às 18 horas concluindo com uma breve adoração ao Santíssimo Sacramento. Sugestão de sinal: colocar um pequeno pão envolto em um plástico nas portas de suas casas (símbolo da Eucaristia).

Sexta-feira Santa – 10/04
    Na Sexta-feira da Paixão do Senhor, a Ação Litúrgica desse dia será transmitida as 15h. Sugestão de sinal: colocar uma cruz em suas portas (paixão e morte do Senhor).

Sábado Santo – 11/04
a) Às 9 horas, no horário do “Rio Celebra”, uma reflexão especial sobre o Tríduo Pascal. Esse momento será gerado pela Rede Vida de Televisão para nossas redes.
b) A Vigília Pascal será celebrada as 19h. Rito mais breve e sem batizados.
Sugestão de sinal: uma vela simbolizando o Círio Pascal.
c) As 21:30, comandados pela Rádio Catedral e nossas redes de áudio, WebTV e redes digitais faremos uma bela manifestação pascal nas portas e janelas de nossas casas: acender a lanterna do celular e cantar “Porque Ele Vive” com toda alegria e confiança concluindo com o repicar dos sinos.

Domingo de Páscoa – 12/04
a) A Missa Pascal Arquidiocesana será as 11h da manhã concluindo com o Regina Coeli solene com sinos
b) O almoço de Páscoa para os pobres na Catedral neste ano será diferente: serão distribuídas quentinhas para a população em situação de rua no local onde se encontram os irmãos e irmãs evitando aglomeração; (muitas comunidades paroquiais, religiosas e novas comunidades o estão fazendo também todos esses dias nas diversas regiões da cidade)
c) Às 15 horas (12 horas na Basílica de Guadalupe no México), coordenada pela CNBB teremos a consagração do Brasil em Rede Nacional de rádios e TVs católicas. Após essa consagração devem tocar os sinos das igrejas.
d) Às 15 horas saída do helicóptero com o Santíssimo Sacramento para dar a benção pascal à cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro enquanto tocam os sinos das igrejas.
e) Consagração do Brasil aos pés do Cristo Redentor – às 19 horas.

    Que em meio a tantas preocupações e mudanças em nossas vidas nestes dias, a celebração pascal encha de confiança e esperança nossas vidas para retomarmos de modo novo nossa caminhada assim que passar esse momento que agora vivemos. Saudamos a cada um com a certeza de que a vida vence a morte e que o Senhor ressuscitado está entre nós. Feliz Páscoa!

Cônego Claudio dos Santos
Coordenador da Comissão de Pastoral

quarta-feira, 18 de março de 2020

Decreto da Arquidiocese

De acordo com o decreto assinado pelo Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, sua Eminência Reverendíssima Cardeal Orani João Tempesta, O.Cist., respeitando as orientações das autoridades e civis para evitar e combater a disseminação do novo coronavírus, a partir de hoje, 16 de março de 2020, os fieis estão desobrigados a de participarem das missas dominicais e dias de preceito, até que seja ordenado o contrário.
Importante ressaltar que isso não significa a suspensão das celebrações, mas recomenda-se aos que participarem que evitem aglomerações acompanhando pela TV, rádio e outras formas de transmissão. Este decreto se soma às demais normas estabelecidas anteriormente, que já vem sendo observadas em todo território arquidiocesano.
Aproveitando o tempo da Quaresma, nos coloquemos em profunda oração por todas as nações, enfermos e seus familiares que já sofrem com essa pandemia causada pela doença, sem pânico, mas colocando em prática o grande mandamento do amor ao próximo.

Leia o decreto: 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Querida Amazônia, a Exortação do Papa por uma Igreja com rosto amazônico

A Exortação pós-sinodal sobre a Amazônia foi publicada esta quarta-feira (12/02). O documento traça novos caminhos de evangelização e cuidados do meio ambiente e dos pobres. Francisco auspicia um novo ímpeto missionário e encoraja o papel dos leigos nas comunidades eclesiais.

“A Amazônia querida apresenta-se aos olhos do mundo com todo o seu esplendor, o seu drama e o seu mistério.” Assim tem início a Exortação apostólica pós-sinodal, Querida Amazônia. O Pontífice, nos primeiros pontos, (2-4) explica “o sentido desta Exortação”, rica de referências a documentos das Conferências episcopais dos países amazônicos, mas também a poesias de autores ligados à Amazônia. Francisco destaca que deseja “expressar as ressonâncias” que o Sínodo provocou nele. E esclarece que não pretende substituir nem repetir o Documento final, que convida a ler “integralmente”, fazendo votos de que toda a Igreja se deixe “enriquecer e interpelar” por este trabalho e que a Igreja na Amazônia se empenhe “na sua aplicação”. O Papa compartilha os seus “Sonhos para a Amazônia” (5-7), cujo destino deve preocupar a todos, porque esta terra também é “nossa”. Assim, formula “quatro grandes sonhos”: que a Amazônia “que lute pelos direitos dos mais pobres”, “que preserve a riqueza cultural”, que “que guarde zelosamente a sedutora beleza natural”, que, por fim, as comunidades cristãs sejam “capazes de se devotar e encarnar na Amazônia”.

O sonho social: a Igreja ao lado dos oprimidos
O primeiro capítulo de Querida Amazônia é centralizado no “Sonho social” (8). Destaca que “uma verdadeira abordagem ecológica” é também “abordagem social” e, mesmo apreciando o “bem viver” dos indígenas, adverte para o “conservacionismo”, que se preocupa somente com o meio ambiente. Com tons vibrantes, fala de “injustiça e crime” (9-14). Recorda que já Bento XVI havia denunciado “a devastação ambiental da Amazônia”. Os povos originários, afirma, sofrem uma “sujeição” seja por parte dos poderes locais, seja por parte dos poderes externos. Para o Papa, as operações econômicas que alimentam devastação, assassinato e corrupção merecem o nome de “injustiça e crime”. E com João Paulo II, reitera que a globalização não deve se tornar um novo colonialismo.

Os pobres sejam ouvidos sobre o futuro da Amazônia
Diante de tanta injustiça, o Pontífice fala que é preciso “indignar-se e pedir perdão” (15-19). Para Francisco, são necessárias “redes de solidariedade e de desenvolvimento” e pede o comprometimento de todos, inclusive dos líderes políticos. O Papa ressalta o tema do “sentido comunitário” (20-22), recordando que, para os povos amazônicos, as relações humanas “estão impregnadas pela natureza circundante”. Por isso, escreve, vivem como um verdadeiro “desenraizamento” quando são “forçados a emigrar para a cidade”. A última parte do primeiro capítulo é dedicado às “Instituições degradadas” (23-25) e ao “Diálogo social” (26-27). O Papa denuncia o mal da corrupção, que envenena o Estado e as suas instituições. E faz votos de que a Amazônia se torne “um local de diálogo social” antes de tudo “com os últimos. A voz dos pobres, exorta, deve ser “a voz mais forte” sobre a Amazônia.

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Igreja no Brasil celebra a canonização de Santa Dulce dos Pobres

Aos 13 anos, Maria Rita de Souza Brito Lopes transformou a casa dos pais, o dentista Augusto Lopes Pontes e Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes, num lar de acolhida e atendimento a mendigos e doentes. Situada à rua da Independência, 61, no bairro Nazaré, de Salvador-BA, a casa ficou conhecida como ‘A Portaria de São Francisco’, tal o número de carentes que se aglomeravam a sua porta. O gesto é o embrião de uma vida virtuosa, desde cedo inclinada à santidade.
Trata-se de um entre tantos fatos na biografia de Irmã Dulce, conhecida como o Anjo Bom da Bahia, que no dia 13 de outubro, às 10h (horário do Vaticano) em celebração presidida pelo Papa Francisco, no Vaticano, será elevada aos altares na condição de Santa Dulce dos Pobres. O anúncio de sua canonização aconteceu dia 1º de julho, quando o Papa presidiu, na Sala Clementina, no Vaticano, o Consistório Ordinário Público para a Canonização da Bem-Aventurada e de outros quatro beatos.
Para o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a canonização da Irmã Dulce é um grande presente para toda a Igreja no Brasil, de modo especial para a Igreja na Bahia, mas também para toda sociedade. Dom Walmor destaca o caráter exemplar de sua biografia. “Ela é exemplar na fé incondicional em Deus e exemplar no desdobramento autêntico de sua fé que se traduz no cuidado com os mais pobres. Por isto é elevada à glória dos altares”, disse.
Segunda filha, ao nascer em 26 de maio de 1914, em Salvador, Irmã Dulce recebeu o nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes. A menina Maria Rita foi uma criança cheia de alegria, adorava brincar de boneca, empinar arraia e tinha especial predileção pelo futebol – era torcedora do Esporte Clube Ypiranga, time formado pela classe trabalhadora e os excluídos sociais.
A vocação para trabalhar em benefício da população carente teve a influência direta da família, uma herança do pai que ela levou adiante, com o apoio decisivo da irmã, Dulcinha. Além da inclinação para doar-se ao serviço solidário, na adolescência também manifestou, pela primeira vez, após visitar com uma tia em áreas onde habitavam pessoas pobres, o desejo de se dedicar à vida religiosa.
Em 8 de fevereiro de 1933, logo após a sua formatura como professora, Maria Rita entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, na cidade de São Cristóvão, em Sergipe. Em 13 de agosto de 1933, recebe o hábito de freira das Irmãs Missionárias e adota, em homenagem a sua mãe, o nome de Irmã Dulce.

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Papa Francisco institui Domingo da Palavra de Deus

Com o Motu Proprio “Aperuit illis", o Santo Padre estabelece que “o III Domingo do Tempo Comum seja dedicado à celebração, reflexão e divulgação da Palavra de Deus”.

Foi divulgada, nesta segunda-feira (30/09), a Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio “Aperuit illis” do Papa Francisco com a qual se institui o Domingo da Palavra de Deus.
Com esse documento, o Santo Padre estabelece que “o III Domingo do Tempo Comum seja dedicado à celebração, reflexão e divulgação da Palavra de Deus”. O Motu Proprio foi publicado no dia em que a Igreja celebra a memória litúrgica de São Jerônimo, início dos 1.600 anos da morte do conhecido tradutor da Bíblia em latim que afirmava: “A ignorância das Escrituras é a ignorância de Cristo”.
Francisco explica que com essa decisão quis responder aos muitos pedidos dos fiéis para que na Igreja se celebrasse o Domingo da Palavra de Deus. A carta começa com a seguinte passagem do Evangelho de Lucas (Lc 24,45): “Encontrando-se os discípulos reunidos, Jesus aparece-lhes, parte o pão com eles e abre-lhes o entendimento à compreensão das Sagradas Escrituras. Revela àqueles homens, temerosos e desiludidos, o sentido do mistério pascal, ou seja, que Ele, segundo os desígnios eternos do Pai, devia sofrer a paixão e ressuscitar dos mortos para oferecer a conversão e o perdão dos pecados; e promete o Espírito Santo que lhes dará a força para serem testemunhas deste mistério de salvação”

A Bíblia não pode ser patrimônio só de alguns
O Papa recorda o Concílio Vaticano II que “deu um grande impulso à redescoberta da Palavra de Deus com a Constituição Dogmática Dei Verbum”, e Bento XVI que convocou o Sínodo, em 2008, sobre o tema “A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja” e escreveu a Exortação Apostólica Verbum Domini, que “constitui um ensinamento imprescindível para as nossas comunidades”. Nesse documento, observa, “aprofunda-se o caráter performativo da Palavra de Deus, sobretudo quando o seu caráter sacramental emerge na ação litúrgica”.
"O Domingo da Palavra de Deus", sublinha o Pontífice, "situa-se num período do ano que convida a reforçar os laços com os judeus e a rezar pela unidade dos cristãos": “Não é uma mera coincidência temporal: celebrar o Domingo da Palavra de Deus expressa um valor ecumênico, porque as Sagradas Escrituras indicam para aqueles que se colocam à escuta o caminho a ser percorrido para alcançar uma unidade autêntica e sólida”.
Francisco exorta a viver esse domingo “como um dia solene. Entretanto será importante que, na celebração eucarística, se possa entronizar o texto sagrado, de modo a tornar evidente aos olhos da assembleia o valor normativo que possui a Palavra de Deus (...). Neste Domingo, os Bispos poderão celebrar o rito do Leitorado ou confiar um ministério semelhante, a fim de chamar a atenção para a importância da proclamação da Palavra de Deus na liturgia. De fato, é fundamental que se faça todo o esforço possível no sentido de preparar alguns fiéis para serem verdadeiros anunciadores da Palavra com uma preparação adequada (...). Os párocos poderão encontrar formas de entregar a Bíblia, ou um dos seus livros, a toda a assembleia, de modo a fazer emergir a importância de continuar na vida diária a leitura, o aprofundamento e a oração com a Sagrada Escritura, com particular referência à lectio divina.

sexta-feira, 26 de julho de 2019

26 de julho: Dia de celebrar os avós e a memória de São Joaquim e Sant´Ana, avós de Jesus

Cumplicidade talvez essa seja a palavra mais adequada para descrever a relação de avós e netos que traz uma série de benefícios para todos os envolvidos. O dia 26 de julho é dia de celebrar a vida dos avós e a memória de São Joaquim e Sant´Ana, pais de Maria, avós de Jesus.
De acordo com a tradição cristã, os Santos são lembrados por terem educado Maria no caminho da fé, alimentando seu amor pelo Criador e preparando-a para sua missão. Essa formação, influenciou profundamente na educação de Jesus.
A devoção a Sant’Ana chegou ao Brasil trazida pelos portugueses. Ana é a imagem da mãe educadora e da avó que ensina os netos. Entretanto, na velhice os papeis muitas vezes se invertem. Os netos acabam cuidados dos seus avós. Mesmo assim, na condição de idosos não deixam de ensinar, repassar aos mais jovens aquilo que aprenderam com a vida, pois carregam consigo uma coisa chamada ‘experiência de vida’.
De acordo com o arcebispo de Curitiba e referencial da Pastoral da Pessoa Idosa, dom José Antônio Peruzzo, o melhor dos aprendizados é aquele que contempla intensamente a dimensão afetiva das relações de encontro e de comunhão. Eis aí o lugar dos avós para os netos. Segundo ele, nos dias atuais é muito comum que pai e mãe trabalhem fora. A presença dos avós se torna mais ativa.

“O benefício é recíproco. Para eles renovam-se as vitalidades e os afetos. Para os netos a presença do Vô e da Vó lhes infunde um senso de largueza das relações familiares. Ao mesmo tempo percebem, desde a infância, a realidade da fragilidade, o que lhes favorece a superação de preconceitos, o sentido de solidariedade, além do valor da partilha, ressalta.

Nesse contexto, o cuidado e a preocupação com idosos são fundamentais. Uma pesquisa do IBGE, divulgada em maio de 2019, mostra que população brasileira está envelhecendo. Entre 2012 e 2018, houve um aumento de 26% no número de pessoas com 65 anos de idade ou mais, ou seja, 10,5% (21,872 milhões) do total da população residentes no Brasil em 2018 que foi estimada em 207,8 milhões de pessoas.
Diante dessa realidade, a Igreja no Brasil tem realizado um trabalho de acolhida e cuidado através da pastoral da Pessoa Idosa, criada em 1993 pela médica pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann, também criadora da Pastoral da Criança. Segundo sua fundadora, o objetivo é fazer com que os idosos tenham uma vida melhor, mais saúde, mais alegria e possam participar ativamente das comunidades onde estão inseridos.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Documento de Trabalho do Sínodo: "Amazônia pede à Igreja que seja sua aliada"

Apresentado o Instrumentum Laboris do Sínodo para a Amazônia. A realidade das Igrejas locais aponta: É necessário passar de uma “Igreja que visita” para uma “Igreja que permanece”, que possa oferecer a Eucaristia para suas comunidades.

O mundo amazônico pede à Igreja que seja sua aliada: esta é a alma do Documento de Trabalho (Instrumentum Laboris) publicado na manhã desta segunda-feira (17 de junho) pela Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos e apresentado à imprensa.
O Documento é fruto de um processo de escuta que teve início com a visita do Papa Franciscoa Puerto Maldonado (Peru) em janeiro de 2018, prosseguiu com a consulta ao Povo de Deus em toda a Região Amazônica por todo o ano e se concluiu com a II Reunião do Conselho Pré-Sinodal, em maio passado. 

Ouvir com Deus o grito do povo; até respirar nele a vontade a que Deus nos chama
O território da Amazônia abrange uma parte do Brasil, da Bolívia, do Peru, do Equador, da Colômbia, da Venezuela, da Guiana, do Suriname e da Guiana Francesa, em uma extensão de 7,8 milhões de quilômetros quadrados, no coração da América do Sul. Suas florestas cobrem aproximadamente 5,3 milhões de km2, o que representa 40% da área de florestas tropicais do globo.
A primeira parte do Documento, “A voz da Amazônia”, apresenta a realidade do território e de seus povos. E começa pela vida e sua relação com a água e os grandes rios, que fluem como veias da flora e fauna do território, como manancial de seus povos, de suas culturas e de suas expressões espirituais, alimentando a natureza, a vida e as culturas das comunidades indígenas, camponesas, afrodescendentes, ribeirinhas e urbanas.

Vida ameaçada, ameaça integral
A vida na Amazônia está ameaçada pela destruição e exploração ambiental, pela violação sistemática dos direitos humanos elementares de sua população. De modo especial a violação dos direitos dos povos originários, como o direito ao território, à autodeterminação, à demarcação dos territórios e à consulta e ao consentimento prévios.
Segundo as comunidades participantes nesta escuta sinodal, a ameaça à vida deriva de interesses econômicos e políticos dos setores dominantes da sociedade atual, de maneira especial de empresas extrativistas. Atualmente, a mudança climática e o aumento da intervenção humana (desmatamento, incêndios e alteração no uso do solo) estão levando a Amazônia rumo a um ponto de não-retorno, com altas taxas de desflorestação, deslocamento forçado da população e contaminação, pondo em perigo seus ecossistemas e exercendo pressão sobre as culturas locais.

O clamor da terra e dos pobres
Na segunda parte, o Documento examina e oferece sugestões às questões relativas à ecologia integral. Hoje, a Amazônia constitui uma formosura ferida e deformada, um lugar de dor e violência, como o indicam de maneira eloquente os relatórios das Igrejas locais recebidos pela Secretaria Geral do Sínodo. Reinam a violência, o caos e a corrupção.
“O território se transformou em um espaço de desencontros e de extermínio de povos, culturas e gerações.”
Há quem se sente forçado a sair de sua terra; muitas vezes cai nas redes das máfias, do narcotráfico e do tráfico de pessoas (em sua maioria mulheres), do trabalho e da prostituição infantil. Trata-se de uma realidade trágica e complexa, que se encontra à margem da lei e do direito.

Território de esperança e do “bem viver”
Os povos amazônicos originários têm muito a ensinar-nos. Reconhecemos que desde há milhares de anos eles cuidam de sua terra, da água e da floresta, e conseguiram preservá-las até hoje a fim de que a humanidade possa beneficiar-se do usufruto dos dons gratuitos da criação de Deus. Os novos caminhos de evangelização devem ser construídos em diálogo com estas sabedorias ancestrais em que se manifestam as sementes do Verbo.

Povos nas periferias
O Documento de Trabalho analisa também a situação dos Povos Indígenas em Isolamento Voluntário (PIAV). Segundo dados de instituições especializadas da Igreja (por ex., CIMI) e outras, no território da Amazônia existem de 110 a 130 diferentes “povos livres”, que vivem à margem da sociedade, ou em contato esporádico com ela. São vulneráveis perante as ameaças... do narcotráfico, de megaprojetos de infraestrutura, e de atividades ilegais vinculadas ao modelo de desenvolvimento extrativista.

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Sínodo para a Amazônia: aprovados o Documento de trabalho e o Instrumentum laboris

Concluiu-se, no Vaticano, a 2ª reunião do Conselho Pré-sinodal do Sínodo dos Bispos para a Amazônia que finalizou o Documento de trabalho e aprovou o projeto do Instrumentum laboris que recolhe num único texto o material da consulta iniciada com o Documento preparatório.

Realizou-se nos dias 14 e 15 deste mês, a 2ª reunião do Conselho Pré-sinodal da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Amazônia.
Participaram todos os membros do Conselho, dentre os quais cardeais, bispos, religiosas e um leigo, representando as Igrejas na Amazônia. Estiveram presentes também especialistas, consultores da Secretaria Geral e convidados especiais.
Os trabalhos foram abertos pelo secretário-geral do Sínodo, cardeal Lorenzo Baldisseri, que agradeceu ao Papa Francisco pela nomeação do relator geral, o arcebispo emérito de São Paulo cardeal Cláudio Hummes, presidente da Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM), e de dois secretários especiais: o vigário apostólico de Puerto Maldonado, no Peru, dom David Martínez de Aguirre Guinea, e o subsecretário da Seção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, pe. Michael Czerny. Além disso, o secretário-geral do Sínodo saudou os membros do Conselho Pré-sinodal, especialistas e outros convidados especiais, convocados para a reunião.

Atividades realizadas pela Secretaria Geral 
No relatório do secretário-geral foram enumeradas as várias atividades realizadas pela Secretaria Geral desde a primeira reunião do Conselho pré-sinodal, realizada em abril de 2018, em vista da Assembleia do Sínodo Pan-amazônico.
A primeira atividade, em ordem cronológica, foi a segunda reunião da REPAM com a Secretaria do Sínodo, realizada em Manaus nos dias 14 e 15 de novembro de 2018, que contou com a participação dos bispos representantes da REPAM nos vários países que fazem parte da Pan-amazônia e também dos delegados das Conferências Episcopais no território da Amazônia brasileira.
O segundo evento em relação ao Sínodo da Pan-amazônia foi o seminário de estudos organizado pela Secretaria Geral sobre o tema “Rumo ao Sínodo Especial para a Amazônia: dimensão regional e universal”, realizado de 25 a 27 de fevereiro deste ano. O programa do seminário incluía duas grandes questões: missão da Igreja e ecologia integral.
A terceira atividade da Secretaria Geral foi a sua participação na Conferência internacional de Washington realizada de 19 a 21 de março de 2019, promovida pela REPAM, pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, pelo Observador da Santa Sé na ONU e pela Conferência dos Provinciais Jesuítas dos Estados Unidos e do Canadá. O tema do evento foi “Ecologia integral: uma resposta sinodal da Pan-amazônia e outros biomas/territórios essenciais para o cuidado da Casa comum”.
Além disso, a atividade mais importante em que a Secretaria Geral foi envolvida foi a preparação do Documento de trabalho, objeto principal na ordem do dia dessa 2ª reunião do Conselho Pré-sinodal.

Documento de trabalho dividido em três partes
Nas várias sessões dessa reunião foi examinado o projeto do Instrumentum laboris para a Assembleia Especial que recolhe num único texto o material da consulta iniciada com o Documento Preparatório, os resultados do seminário, assim como a documentação abundante proveniente dos eventos organizados pela REPAM no âmbito da Amazônia.
O Documento de trabalho foi dividido em três partes que abordam as seguintes temáticas: a voz da Amazônia entendida como escuta daquele território, ecologia integral e Igreja com o rosto amazônico. O objetivo do texto é apresentar a situação pastoral daquelas terras e iniciar novos caminhos para uma evangelização mais incisiva na Amazônia.

Aprovado o Instrumentum laboris
Ao mesmo tempo, o Documento de trabalho é uma reflexão sobre o problema ecológico que afeta a região para promover uma ecologia integral, segundo a Encíclica Laudato si’. Os membros apreciaram o trabalho realizado e ofereceram sugestões úteis para o seu melhoramento.
No final da discussão, o Conselho Pré-sinodal aprovou o Instrumentum laboris. Sucessivamente o texto será transmitido às Conferências Episcopais interessadas e a outros organismos que têm direito, cujos representantes participarão da Assembleia sinodal. Além disso, o documento será amplamente divulgado em todos os níveis a fim de envolver o Povo de Deus no processo sinodal.
Na conclusão dos trabalhos, o Secretário Geral agradeceu aos membros do Conselho e aos participantes por suas contribuições e pelo espírito de comunhão manifestado durante a reunião.


quarta-feira, 10 de abril de 2019

Paróquias do Rio de Janeiro se mobilizam para ajudar vítimas das chuvas

O arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, juntamente com o vigário episcopal para a Caridade Social, monsenhor Manuel Manangão, fez um pronunciamento na manhã desta terça-feira, 9 de abril, afirmando que a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro se solidariza com as vítimas das fortes chuvas que ceifaram vidas e deixaram um rastro dramático de destruição em todas as regiões da cidade, em especial, nos bairros das zonas Sul e Oeste.
Dom Orani destacou ainda a atuação de muitos sacerdotes e fiéis da Arquidiocese do Rio, que desde a noite desta segunda-feira, dia 8, estão com as portas de suas paróquias abertas acolhendo todos os adultos, crianças e idosos que ficaram ilhados e tiveram que passar a noite fora de suas casas. O arcebispo ressaltou também que muitas igrejas estão acolhendo famílias desabrigadas que moram em áreas de deslizamentos e anunciou o início de uma campanha emergencial de arrecadação de donativos e recursos financeiros, através da Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro.

Como colaborar
Para aderir à campanha, as doações de alimentos não perecíveis, água mineral, colchonetes, fraldas, roupas, calçados, material de higiene e limpeza, móveis e utensílios podem ser feitas diretamente nas paróquias e capelas mais próximas dos locais atingidos pelas chuvas. A ajuda financeira também pode ser feita através de depósito: Banco Bradesco; conta corrente 48500-4; agência 0814 –1, em nome de Cáritas Emergência.

Paróquia São José
A Paróquia São José, na Lagoa, foi uma das igrejas da Arquidiocese do Rio que abriu suas portas para refugiar quem estava ilhado devido ao temporal. A ideia de acolher as pessoas e avisar sobre o abrigo pelas redes sociais foi do pároco, padre Omar Raposo.
De acordo com a secretária paroquial, Anne Ramiro, cerca de 50 pessoas que estavam há mais de quatro horas desabrigadas puderam se proteger da chuva, se hidratar, ir ao banheiro, tomar um café com leite, telefonar para a família e recarregar o celular. Ainda segundo ela, um grupo conseguiu ir embora apenas por volta das 5h desta terça-feira, quando a chuva já havia melhorado e o nível da água estava mais baixo.
“A paróquia se tornou um importante ponto de abrigo e acolhimento, um local estratégico na Zona Sul e, graças a Deus, um dos pontos onde as pessoas puderam ser acolhidas e preservadas da forte enchente que atingiu a Lagoa e o Jardim Botânico. Abrimos a igreja e ela permaneceu aberta durante toda a madrugada. Algumas pessoas dormiram nos bancos, outras aproveitaram a presença dos padres para pedir uma assistência espiritual. Logo após a Missa das 19h, presidida pelo monsenhor Antonio Luiz Catelan, começamos a atender as primeiras crianças da Escola Parque que estavam ilhadas dentro do transporte escolar e foram sendo conduzidas até a paróquia, o que trouxe um pouco mais de tranquilidade aos pais até que eles pudessem chegar e resgatar seus filhos. Outro ponto importante foi que pudemos nos utilizar da comunicação através da grande imprensa e também das redes sociais, o que fez com que muitas pessoas deixassem seus carros e descessem dos ônibus para buscar abrigo na igreja. A mobilização, a tecnologia e o acolhimento dão muito certo! Sem esses elementos nós não conseguimos mais exercitar, com competência, uma ajuda humanitária. São elementos que nos integram e que nessa perspectiva nos ajudam a dar um belo testemunho de fé. Aconselhamos que a população evite sair de casa em dias de fortes chuvas, mas estamos com uma operação de 24h na igreja para qualquer situação emergencial, inclusive, no que tange a nossa população em situação de rua que também estamos prontos para acolher em nossa paróquia, sempre exercitando o nosso papel cristão de estabelecer uma relação de amor, além de colaborar com o poder público nesse momento emergencial”, garantiu padre Omar.
Para colaborar com os assistidos pela Paróquia São José, ligue: (21) 2294-6549.

Paróquia São João Batista
Outra comunidade arquidiocesana que está 24h de portas abertas para atender aos mais pobres e desabrigados é a Paróquia São João Batista, em Rio das Pedras. Conduzida pelo padre Marcos Vinício Miranda Vieira, a igreja está acolhendo famílias desabrigadas que moram em áreas de deslizamentos e recebendo doações de alimentos não perecíveis e água potável.     
“Como consequência das fortes chuvas desta segunda-feira, que atingiu todo o Rio de Janeiro, tivemos vários alertas na comunidade e em função disso muitos desabrigados. Em atenção a essa triste realidade nossa paróquia está aberta 24h para acolher todos aqueles que precisam, em especial, as famílias que estão nesse risco iminente de terem suas casas atingidas por deslizamentos de terra e enchentes. Enquanto Igreja Católica, a exemplo do Papa Francisco e de Dom Orani, colocamos nossa paróquia à disposição de todas as pessoas que estão vivendo esse drama das chuvas. Estamos aqui de prontidão nessa ação social, que visa ajudar essas famílias desabrigadas, mas toda a comunidade está sofrendo muito, pois também vários dos nossos paroquianos foram afetados. Nossa igreja tem feito esse papel de estar em unidade com os mais pobres e carentes que vem sofrendo com essas chuvas e que estão desamparados. Estamos recebendo doações neste momento e continuaremos com esse trabalho pós-chuvas para auxiliar na reconstrução das casas, da dignidade e da vida desse povo, buscando sempre atendê-los em suas necessidades”, afirmou padre Marcos Vinício.
Para colaborar com os desabrigados acolhidos pela Paróquia São João Batista, ligue: (21) 3415-0399. A igreja fica na Estrada de Jacarepaguá, 4.450, em Rio das Pedras.

Capela Santo Antônio
O pároco da Igreja Nossa Senhora do Desterro, padre Paulo Roberto Teixeira de Abreu, solicita que todos os fiéis e cidadãos auxiliem os moradores das comunidades do Jardim Maravilha, Guaratiba, Paciência e outros bairros da Zona Oeste da cidade, que foram atingidos pelas fortes chuvas da última segunda-feira. De acordo com o sacerdote, as contribuições mais importantes neste momento são: roupas infantis, fraldas para crianças e adultos, e água potável. As doações podem ser encaminhadas para a Capela Santo Antônio, que fica localizada na Avenida Cesário de Melo, 3615, em Campo Grande. Mais informações pelo telefone (21) 3394-2847.