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quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Semana Nacional da Família 2020

 

D. Orani João Tempesta
Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro

A Semana Nacional da Família deste ano inicia-se em 9 de agosto com a celebração do Dia dos Pais e se estenderá até o próximo sábado, dia 15. Este ano, a Semana Nacional da Família terá como tema “Eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Cf. Js 24,15). Com esse tema a Igreja convida a todas as famílias a louvarem o Senhor por todos os benefícios que Ele nos concede, inclusive por termos uma família.

A Mãe Igreja sempre compreendeu a família como a “Igreja doméstica”, ou seja, é nas famílias que as crianças devem aprender a rezar para chegarem na catequese com uma base, os pais devem ser os primeiros catequistas dos filhos em casa. Desde o batismo, os pais devem acompanhar a vida de fé dos filhos, levando-os à celebração da Santa Eucaristia para que eles comecem a se acostumar com o ambiente da Igreja, e depois fica mais fácil para eles decidirem por si só a continuarem na vida de fé e optarem por fazer os demais sacramentos.

É de suma importância que as famílias tenham momentos de oração com a participação de seus integrantes em um determinado período do dia, seja de manhã ou à noite quando todos estiverem em casa. Ao invés de ficarem na televisão ou na internet, podem rezar um terço, fazer uma novena e tirarem dúvidas sobre a fé juntos, para que a casa seja sempre alimentada e protegida por Deus.

As famílias precisam de momentos para dialogar e se encontrar, já que durante o dia devido ao trabalho e ao estudo não é possível, por isso que, ao menos à noite, se sentem juntos e conversem sobre como foi o dia de cada um, as dificuldades e as alegrias que cada um enfrentou naquele dia e até mesmo tirem dúvidas de fé e rezem juntos.

Hoje em dia perdeu-se o hábito da família sentar-se junto à mesa para as refeições. Muitas vezes a mãe acaba comendo sozinha na mesa, o pai o faz na frente da televisão na sala e os filhos diante do computador ou do videogame no quarto. Jesus sempre deu muita importância à mesa da refeição que é a extensão da mesa Eucarística. Observamos em diversas passagens do Santo Evangelho Jesus, visitando as pessoas e tomando refeição com elas. Jesus se deu em alimento a nós na mesa, na última ceia.

Por isso é importante as famílias retomarem esse hábito de sentarem à mesa e conversarem, perguntar como foi o dia de cada um e, sobretudo, agradecer por aquele alimento que está na mesa. Sentirem a mesa como algo sagrado, lugar de respeito e tendo o chefe da família sentado nela. E claro, sentindo a presença do próprio Jesus ali na mesa abençoando aquele lar para que nunca falte o alimento material naquela mesa.

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Semana Nacional da Família: cuidar da família é dever de todos, afirma presidente da CNBB

Até o próximo sábado, 17 de agosto, a Igreja no Brasil dedica uma semana para valorizar o papel da família e refletir sobre os desafios atuais do primeiro espaço destinado à formação das pessoas e de aprender o jeito cristão de viver e se relacionar. As comunidades são convidadas a se reunir para rezar e meditar a Palavra de Deus, seguindo o modelo da família cristã de Nazaré.

O Brasil tem sofrido com realidades vividas fora do ambiente familiar e que somam estatísticas preocupantes e desafiadoras para reflexão da Igreja. Segundo Dom Jaime Spengler, primeiro vice-presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre/RS, é uma questão urgente para ser enfrentada:
“Quando somos desafiados por ideologias que colocam em xeque a nossa compreensão de instituição familiar, nós somos convidados a dar testemunho do que representa para nós, constituir e promover uma família. Família é a base da sociedade e nós nos vemos confrontados por situações das mais diversas hoje, por exemplo, no ambiente escolar, mas não só, também no ambiente universitário e nas diversas instâncias da sociedade quando assistimos e temos ciência de um número expressivo de adolescentes que, nas nossas escolas hoje, aparecem mutilados, que se ferem, que se machucam, a automutilação; vemos um número expressivo de jovens que se suicidam; e uma multidão de órfãos, filhos de pais vivos.”

A família, como vai?
Para cuidar da família e promover iniciativas para fortalecer a instituição, a Igreja no Brasil está celebrando a Semana Nacional da Família desde o último domingo (11), Dia dos Pais no país e uma oportunidade para comemorar o Jubileu de Prata da Campanha da Fraternidade de 1994 e também enaltecer a Exortação Apostólica “Amoris Laetitia” do Papa Francisco, de 2016. Além disso, o próprio Pontífice, através da intenção de oração para este mês de agosto, pede para se rezar pelas famílias para que possam se tornar “escolas de crescimento humano”, já que as famílias são “o melhor legado possível” para deixar ao mundo. 
Através do tema: “A família, como vai?”, uma questão simples, mas instigadora, a Semana Nacional da Família no Brasil convida a realizar um caminho de discernimento para compreender melhor a dignidade e a nobreza da família cristã. As comunidades são chamadas a se reunir para rezar e meditar a Palavra de Deus até o dia 17. Afinal, é dentro das famílias que acontecem encontros especiais para se educar e viver a iniciação à vida cristã, não sendo um espaço para doutrinas, mas para aprender um jeito cristão de se relacionar, afirma Dom Adelar Baruffi, bispo de Cruz Alta/RS.

Cuidar muito e bem da família
Em vídeo divulgado pelo canal oficial da CNBB no YouTube, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB e arcebispo de Belo Horizonte/MG, afirma que é “preciso cuidar muito e cuidar bem da família”, e enfatiza que “cuidar da instituição familiar não é dever de uma pessoa, mas compromisso de todos nós”. O presidente lembra que a família é a primeira escola que nos forma como pessoa, um ambiente de amor e rico de referências que capacita a se relacionar com o próximo e de onde se aprende os valores humanos e cristãos.

Dom Jaime reforça os valores pregados em ambiente familiar para poder crescer no amor e na fé:

“É o primeiro espaço, é o primeiro lugar da educação, da formação para a vida em sociedade. Nosso modelo de família sempre será a família de Nazaré, onde havia cuidado de um para com os outros. Homem e mulher unidos na fé e no amor, participam de uma forma especial da obra da Criação. ”


quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Secretário-geral da CNBB convoca os cristãos para a Semana Nacional da Família 2019

Este ano, a Semana Nacional da Família, que ocorre de 11 a 17 de agosto, traz como temática “A família, como vai?”. A proposta é indicar a necessidade de a família vivenciar uma profunda experiência de Jesus e da sua Palavra para conseguir vencer os desafios e dificuldades que encontra em seu caminho, e assim compreender seu papel evangelizador na Igreja e na sociedade.
O bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Joel Portella, faz um convite especial para que as comunidades participem deste momento que celebra o jubileu de prata – 25 anos – da Campanha da Fraternidade de 1994.



sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Semana Nacional da Família 2018

A Semana Nacional da Família 2018 será celebrada de 11 a 18 de agosto, em âmbito diocesano. Todos os vicariatos rezarão o Terço Mariano, de 10 a 17 de agosto, às 20h. O encerramento das atividades será no dia 18, com a missa ‘O Rio Celebra’, na Catedral Metropolitana de São Sebastião, às 9h.
O arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, acredita que o evento é “um privilegiado momento para refletir sobre a grandeza do projeto de Deus revelado na família desde a criação”.
A Semana da Família é promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF), e este ano terá como tema: “O Evangelho da Família, alegria para o mundo”. O tema é o mesmo do 9º Encontro Mundial das Famílias com o Papa Francisco, que acontece este mês em Dublin, na Irlanda.
“O tema é interessante, abre o horizonte para inúmeros aprofundamentos e, por isso, vamos nos debruçar sobre algumas ideias para a reflexão e o debate sobre o tema, convicto que o Evangelho da Família é alegria para o mundo”, afirmou o cardeal.

Pequena Igreja doméstica
Dom Orani explicou que a família é uma pequena Igreja doméstica, e que a Igreja deve estar atenta para preservar esse núcleo social tão importante. Segundo ele, ao viver a Semana Nacional da Família, que acontece logo após a comemoração do Dia dos Pais, o convite é para que todos trabalhem juntos na Pastoral Familiar e, em especial, nesta semana, que todos os movimentos, associações e pastorais ligadas à família proponham ao mundo a verdadeira face cristã da família.
“Que nesta semana especial possa ser ainda mais aprofundado ‘O Evangelho da família’, que é alegria para o mundo e isso porque é sacramento; porque é vida nova doada por Cristo, segundo o projeto de Deus, porque tem posição privilegiada na missão da Igreja, uma vez que testemunha o amor de Cristo e da Igreja no meio da sociedade e, por fim, é uma instituição na qual todos os católicos são responsáveis em acompanhar e sustentar”, rogou o arcebispo.
Ele chamou a atenção ainda para o trecho do número 211, da Exortação “Amoris Laetitia”, que diz: “A pastoral pré-matrimonial e matrimonial deve ser uma pastoral do vínculo. O vínculo, que nasce também do sacramento, é sagrado e todo o esforço da pastoral da família deve ser para acompanhá-lo e sustentá-lo. O Sacramento do Matrimônio, salvo particulares exceções estabelecidas pelo Direito Canônico, se recebe publicamente e, por isso, a Igreja, a comunidade que participa do consentimento, é também responsável pelos matrimônios que ali nascem”.
Segundo o cardeal, seria de particular interesse que em cada paróquia e cada diocese tivesse um centro de acompanhamento das famílias, não para sustentá-las somente quando os problemas surgem, mas em toda a caminhada da vida, afinal a Exortação “Amoris Laetitia” e todos os documentos da Igreja sobre a família a veem de maneira positiva e especial.
“É necessário ter consciência do dever de sustentar o vínculo - lugar onde Deus habita - para descobrir os tesouros da vida familiar e não esperar os problemas advirem”, pontuou.

Fonte: http://arqrio.org/noticias/detalhes/6894/semana-nacional-da-familia-2018

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

O EVANGELHO DA FAMÍLIA ALEGRIA PARA O MUNDO - Semana Nacional da Família - 2018

D. Orani João Tempesta
Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro

A Semana Nacional da Família, promovida pela Comissão da Vida e Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, que acontecerá dos dias 12 a 18 de agosto, é um privilegiado momento para refletir sobre a grandeza do projeto de Deus revelado na família desde a criação. O tema proposto para a edição de 2018 é: O Evangelho da Família, alegria para o mundo, que se coloca em plena comunhão com outro evento da Igreja: o Encontro Mundial das Famílias com o Papa que acontecerá em Dublin, na Irlanda também no mês de agosto. O tema é interessante e abre o horizonte para inúmeros aprofundamentos e, por isso, vamos nos debruçar sobre algumas ideias para a reflexão e para o debate sobre o tema, convicto que o Evangelho da Família é alegria para o mundo.
A família cristã nasce do sacramento do matrimonio instituído por Jesus com a sua própria vida; os cristãos quando se esposam dizem o sim no altar e naquele momento se tornam verdadeira imagem do amor de Cristo e da Igreja; portanto o Evangelho da família é alegria para o mundo por que nasce do amor de Cristo e é, segundo o projeto do Criador, elevado por Ele (Cristo) à dignidade de sacramento. O sacramento do matrimonio que se celebra na Igreja anuncia a beleza da celebração a vida que deverão construir sobre a sólida base do sacramento que, contudo, não termina ali, mas continua no quotidiano dos esposos, no quotidiano da comunidade em que são inseridos.
Os sacramentos operam mudanças na vida dos homens e, também, inaugura novas formas de relação com Deus e com os homens. Em especial, aqueles que dizem sim um ao outro não podem mais serem reconhecidos somente de maneira singular; a outra parte se torna carne da carne, e ossos dos ossos e assim são reconhecidos diante de Deus até que a morte os separe. Ora, se Deus que opera o grande milagre de unir duas pessoas e os reconhece como um só corpo e uma só carne, também a Igreja e a sociedade assim devem reconhecê-los. Particularmente a Igreja não somente reconhece a família como instituição privilegiada criada por Deus, mas afirma que a família é uma Pequena Igreja Doméstica. Do ponto de vista social, no entanto observamos os muitos ataques que se faz contra a instituição familiar (e temos visto muitos) e nós cristãos temos que lutar contra e, ao mesmo tempo, apresentar a beleza da proposta de Deus para o homem e mulher.
A nova vida, como esposos, inaugurada na recepção do sacramento do matrimonio, por outro lado, coloca os esposos em privilegiada posição na missão da Igreja. A partir do momento que dizem sim, se tornam imagem do amor de Cristo e da Igreja e o modo de viver o matrimonio cristão no dia-a-dia é anúncio de Cristo no meio da sociedade. Os esposos são testemunhas do Amor, são testemunhas da fidelidade de Deus para com os homens, são testemunhas do perdão, são testemunhas da bondade da criação e da comunhão, e tantas outras realidades em que se descobre e revela Cristo e o Evangelho. É necessário recordar sempre que o primeiro lugar de comunicação do Evangelho foi a família.
Outro ponto importante para a reflexão, encontramos na Exortação Amoris Laetitia, ao número 211, que diz: A pastoral pré-matrimonial e matrimonial deve ser uma pastoral do vínculo. O vínculo, que nasce também do sacramento, é sagrado e todo o esforço da pastoral da família deve ser para acompanhá-lo e sustentá-lo. O sacramento do matrimonio, salvo particulares exceções estabelecidas pelo Direito Canônico, se recebe publicamente e, por isso, a Igreja, a Comunidade que participa do consentimento é também responsável pelos matrimônios que ali nascem. Seria de particular interesse que em cada paróquia e cada Diocese tivesse um centro de acompanhamento das famílias, não para sustentá-las somente quando os problemas surgem, mas em toda a caminhada da vida, afinal a Exortação Amoris Laetitia e todos os documentos da Igreja sobre a família a veem de maneira positiva e especial, é necessário ter consciência do dever de sustentar o vínculo - lugar onde Deus habita - para descobrir os tesouros da vida familiar e não esperar os problemas advirem.
Ao viver a Semana Nacional da Família, após a comemoração do Dia dos Pais, somos chamados a trabalhar juntos nessa pastoral e em especial nesta semana, todos os movimentos, associações, pastorais ligadas a família para propor ao mundo a verdadeira face cristã da família. Que nesta semana especial possa ser ainda mais aprofundado “O Evangelho da família” que é alegria para o mundo e isso porque é sacramento; porque é vida nova doada por Cristo segundo o projeto de Deus, porque tem posição privilegiada na missão da Igreja uma vez que testemunha o amor de Cristo e da Igreja no meio da sociedade e, por fim, é uma instituição da qual todos os católicos são responsáveis em acompanhar e sustentar. Desejo a todos, por intercessão da Sagrada Família de Nazaré, uma excelente Semana da Família!

Fonte: http://arqrio.org/formacao/detalhes/2294/o-evangelho-da-familia-alegria-para-o-mundo-semana-nacional-da-familia-2018

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Papa no Angelus: família, um santuário da vida

"É preciso aprender a confiar e a se calar diante do mistério de Deus e a contemplar na humildade e no silêncio a sua obra, que se revela na história e que muitas vezes supera a nossa imaginação", disse Francisco.

O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, deste domingo (24/06), Solenidade da Natividade de São João Batista, com os fiéis e peregrinos de várias partes do mundo, presentes na Praça São Pedro.
O nascimento de João Batista “é o evento que ilumina a vida de seus pais Isabel e Zacarias, e envolve os parentes e vizinhos na alegria e estupor. Esses pais idosos sonharam e prepararam aquele dia, mas agora não o esperavam mais. Sentiam-se excluídos, humilhados e desiludidos: não tinham filhos”.
“Diante do anúncio do nascimento de um filho, Zacarias ficou incrédulo, porque as leis naturais não o permitiam: eram idosos. Consequentemente, o Senhor o tornou mudo durante todo o tempo da gestação”, frisou o Papa.

Confiar e se calar diante do mistério de Deus
“É um sinal, mas Deus não depende de nossas lógicas e capacidades humanas limitadas. É preciso aprender a confiar e a se calar diante do mistério de Deus e a contemplar na humildade e no silêncio a sua obra, que se revela na história e que muitas vezes supera a nossa imaginação.”
Agora que o evento se cumpre e Isabel e Zacarias experimentam que “para Deus nada é impossível”, grande é a sua alegria.
“O Evangelho deste domingo anuncia o nascimento e depois se detém no momento da imposição do nome ao menino”, sublinhou Francisco.
“Isabel escolhe um nome estranho à tradição familiar e diz: ‘Ele vai chamar-se João’, dom gratuito e inesperado, porque João significa ‘Deus fez a graça’. Este menino será arauto, testemunha da graça de Deus para os pobres que esperam com fé humilde a sua salvação.”
Zacarias confirma inesperadamente a escolha daquele nome, escrevendo-o numa tabuinha, porque estava mudo, e ‘no mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus’.

Estupor, surpresa e gratidão
O nascimento de João Batista é circundado de uma sensação alegre de estupor, surpresa e gratidão. “Estupor, surpresa e gratidão. As pessoas ficaram tomadas pelo temor santo de Deus, e ‘a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Judéia’.”
Segundo o Papa, “o povo fiel entende que aconteceu algo de grande, embora humilde e escondido, e se pergunta: ‘O que virá a ser este menino?’ O povo fiel de Deus é capaz de viver a fé com alegria, com a sensação de estupor, surpresa e gratidão. Olhemos para as pessoas que falavam bem sobre esse fato maravilhoso, sobre esse milagre do nascimento de João, e faziam isso com alegria, estavam felizes, sentiam estupor, surpresa e gratidão”.
“Olhando para isso, perguntemo-nos: como anda a minha fé? É uma fé alegre ou uma fé sempre igual, uma fé plana? Fico surpreso quando vejo as obras do Senhor, quando ouço falar de evangelização ou da vida de um santo, ou quando vejo muitas pessoas boas: sinto a graça dentro ou nada se mexe dentro do meu coração? Sinto o consolo do Espírito ou estou fechado?” “Perguntemo-nos, cada um de nós, no exame de consciência: como está a minha fé? É alegre? É aberta às surpresas de Deus? Porque Deus é o Deus das surpresas. Experimentei na alma a sensação de estupor que a presença de Deus dá, o senso de gratidão? Pensemos nessas palavras que foram de ânimo para a fé: alegria, sensação de estupor, surpresa e gratidão”, disse o Papa.

Família, um santuário da vida 
Francisco concluiu, pedindo à “Virgem Maria para que nos ajude a entender que em cada ser humano existe a marca de Deus, fonte da vida”.
Que Maria, Mãe de Deus e nossa, “nos torne cada vez mais conscientes de que na gestação de um filho os pais agem como colaboradores de Deus. Uma missão realmente sublime que faz de toda família um santuário da vida e desperta, todo nascimento de um filho, a alegria, o estupor e a gratidão”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2018-06/papa-angelus-familia-santuario-vida.html

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Homilia do Papa no Jubileu das Famílias

Santa Missa na Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José e pelo Jubileu das Famílias
Basílica Vaticana
Domingo, 27 de dezembro de 2015

            As leituras bíblicas, que acabamos de ouvir, apresentam-nos a imagem de duas famílias que realizam a sua peregrinação à casa de Deus. Elcana e Ana levam o filho Samuel ao templo de Silo e consagram-no ao Senhor (cf. 1 Sm 1, 20-22.24-28). E da mesma forma José e Maria, juntamente com Jesus, vão como peregrinos a Jerusalém pela festa da Páscoa (cf. Lc 2, 41-52).
            Muitas vezes os nossos olhos deparam com os peregrinos que vão a santuários e lugares queridos da devoção popular. Mesmo nestes dias, há muitos que se puseram a caminho para penetrar na Porta Santa aberta em todas as catedrais do mundo e também em muitos santuários. Mas o fato mais interessante posto em evidência pela Palavra de Deus é a peregrinação ser feita pela família inteira: pai, mãe e filhos vão, todos juntos, à casa do Senhor a fim de santificar a festa pela oração. É uma lição importante oferecida também às nossas famílias. Antes, podemos dizer que a vida das família é um conjunto de pequenas e grandes peregrinações.
            Por exemplo, como nos faz bem pensar que Maria e José ensinaram Jesus a rezar as orações! E esta é uma peregrinação, a peregrinação da educação à oração. E como nos faz bem saber que, durante o dia, rezavam juntos; depois, ao sábado, iam juntos à sinagoga ouvir as Sagradas Escrituras da Lei e dos Profetas e louvar o Senhor com todo o povo! E que certamente rezaram, durante a peregrinação para Jerusalém, cantando estas palavras do Salmo: «Que alegria, quando me disseram: “Vamos para a casa do Senhor!” Os nossos passos detêm-se às tuas portas, ó Jerusalém» (122/121, 1-2)!
            Como é importante, para as nossas famílias, caminhar juntos e ter a mesma meta em vista! Sabemos que temos um percurso comum a realizar; uma estrada, onde encontramos dificuldades, mas também momentos de alegria e consolação. Nesta peregrinação da vida, partilhamos também os momentos da oração. Que poderá haver de mais belo, para um pai e uma mãe, do que abençoar os seus filhos ao início do dia e na sua conclusão? Fazer na sua fronte o sinal da cruz, como no dia do Batismo? Não será esta, porventura, a oração mais simples que os pais fazem pelos seus filhos? Abençoá-los, isto é, confiá-los ao Senhor, como fizeram Elcana e Ana, José e Maria, para que seja Ele a sua proteção e amparo nos vários momentos do dia? Como é importante, para a família, encontrar-se também para um breve momento de oração antes de tomar as refeições juntos, a fim de agradecer ao Senhor por estes dons e aprender a partilhar o que se recebeu com quem está mais necessitado. Trata-se sempre de pequenos gestos, mas expressam o grande papel formativo que a família possui na peregrinação de todos os dias.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Papa fala sobre o convívio familiar em sua catequese

CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje vamos refletir sobre uma qualidade característica da vida familiar que se aprende desde os primeiros anos de vida: o convívio, ou seja, a atitude de partilhar os bens da vida e de ficar feliz de poder fazer isso. Partilhar e saber partilhar é uma virtude preciosa! O seu símbolo, o seu “ícone” é a família reunida em torno da mesa doméstica. A partilha do alimento – e portanto, além disso, também dos afetos, dos relatos, dos acontecimentos… – é uma experiência fundamental. Quando há uma festa, um aniversário, nos reencontramos à mesa. Em algumas culturas é costume fazer isso também por luto, para estar próximo a quem está na dor pela perda de um familiar.
O convívio é um termômetro seguro para mensurar a saúde das relações: se em família há algo que não está bem, ou qualquer ferida escondida, à mesa se entende logo. Uma família que quase nunca come junto, ou em cuja mesa não se fala, mas se olha para a televisão, ou para o smartphone, é uma família “pouco família”. Quando os filhos, sentados à mesa, estão apegadas ao computador, ao telefone e não se escutam entre eles, isso não é família, é um pensionato.
O Cristianismo tem uma vocação especial ao convívio, todos sabem disso. O Senhor Jesus ensinava com prazer à mesa e representava o reino de Deus como um banquete festivo. Jesus também escolheu a mesa para entregar aos seus discípulos o seu testamento espiritual – fez isso na ceia – condensado no gesto memorial do seu Sacrifício: doação do seu Corpo e do Seu Sangue como Alimento e Bebida de salvação, que alimentam o amor verdadeiro e duradouro.
Nesta perspectiva, podemos bem dizer que a família é “de casa” na Missa, justamente porque leva à Eucaristia a própria experiência de convívio e a abre à graça de um convívio universal, do amor de Deus pelo mundo. Participando da Eucaristia, a família é purificada da tentação de se fechar em si mesma, fortificada no amor e na fidelidade e alarga os confins da própria fraternidade segundo o coração de Cristo.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

A Família e o Sínodo

D. Orani João Tempesta
Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro

Estamos na última semana da XIV Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, que está ocorrendo entre os dias 4 e 25 de outubro de 2015, com o tema: "A vocação e a missão da família na igreja e no mundo contemporâneo".
O tema “família” há muito tem sido aprofundado pela Igreja. Recordamos com carinho das palavras proféticas do Papa São João Paulo II: “o futuro da humanidade passa pela família”. Estamos em um momento histórico para o destino da humanidade e a grande questão tem sido a família. As discussões são enormes e apaixonadas. Mesmo no interior da Igreja se sente a tensão de ideias e ideologias.
Encontramos nas Escrituras Sagradas as orientações claras sobre a vida conjugal e a família. Depois vêm as discussões históricas e a Palavra de Jesus restaurando o plano de Deus.
Durante um mês, em 1980, tivemos a V Assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a Família: “A Missão da Família no mundo contemporâneo”. Depois de um ano, a 22 de novembro de 1981, o Papa João Paulo II publicou o documento pós-sinodal “Familiaris Consortio” como resultado dessas discussões.
Nesse documento o Papa assim inicia: “A Família nos tempos de hoje, tanto e talvez mais que outras instituições, tem sido posta em questão pelas amplas, profundas e rápidas transformações da sociedade e da cultura. Muitas famílias vivem essa situação na fidelidade àqueles valores que constituem o fundamento do instituto familiar. Outras tornaram-se incertas e perdidas frente a seus deveres ou, ainda mais, duvidosas e quase esquecidas do significado último e da verdade da vida conjugal e familiar. Outras, por fim, estão impedidas por variadas situações de injustiça de realizarem os seus direitos fundamentais.”
“Consciente de que o matrimônio e a família constituem um dos bens mais preciosos da humanidade, a Igreja quer fazer chegar a sua voz e oferecer a sua ajuda a quem, conhecendo já o valor do matrimônio e da família, procura vivê-lo fielmente; a quem, incerto e ansioso, anda à procura da verdade, e a quem está impedido de viver livremente o próprio projeto familiar.” “Sustentando os primeiros, iluminando os segundos e ajudando os outros, a Igreja oferece o seu serviço a cada homem interessado nos caminhos do matrimônio e da família”.
Estamos comemorando neste ano os 50 anos da Instituição do Sínodo dos Bispos pelo Papa Paulo VI, e já estamos na XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, fora as três Assembleias Extraordinárias e as outras referentes a sínodos de regiões continentais.
É significativo que, logo depois da eleição para a Sé de Pedro, o Papa Francisco, ao ser perguntado sobre o tema para o Sínodo dos Bispos, tenha escolhido justamente o tema “família”. Isso representa a preocupação da Igreja com o momento atual em que, se de um lado procura encontrar meios para anunciar a vida em família como cristãos, ao mesmo tempo busca estar presente diante de tantas situações de dores que passam as pessoas em suas realidades familiares, assim como diante de vários modelos familiares que hoje se debatem na sociedade.
Para esse tema tivemos um aprofundamento gradual: o primeiro foi em fevereiro de 2014 durante o Consistório, quando o Cardeal Kasper expôs o tema ao Colégio Cardinalício e houve um belo aprofundamento do tema com as intervenções dos Cardeais.
Depois houve a convocação da III Assembleia Geral Extraordinária, que ocorreu em outubro de 2014 sobre o tema: “Os desafios pastorais sobre a família no contexto da Evangelização”. Esse tema foi estudado por todas as Dioceses do mundo e depois, ao abrir a Assembleia Extraordinária, foi feito o relatório para o sínodo sobre as contribuições do mundo. Depois de 2 semanas de trabalhos, essa assembleia produziu um texto com propostas que foram votadas e apresentadas ao Santo Padre, que as mandou publicar e que servissem para o debate para o Sínodo do ano seguinte.
Esse texto foi enviado com perguntas, como sempre acontece, para todas as Dioceses do Mundo, que depois foi resumido no relatório na abertura deste Sínodo que agora está chegando ao seu final: a XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos com o tema: “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”.
Um dos assuntos que chamou a atenção no ano passado foi a demora e os custos dos processos da nulidade matrimonial. O Papa Francisco constituiu uma comissão que examinou a questão e contribuiu para que encontrasse caminhos canônicos. Esse processo resultou na Carta Apostólica em forma de “Motu Proprio”, “Mitis Iudex Dominus Iesus” (O Senhor Jesus, manso Juiz), para a Igreja latina sobre a “reforma do processo canônico para as causas de declaração de nulidade do matrimônio no Código de Direito Canônico”. Foi feita outra para a Igreja Oriental, que possui Código Canônico próprio. Dessa forma ficou resolvida essa questão. Caberia agora ao Sínodo examinar outras questões sobre a vida e missão da família.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Na família viver a fidelidade do amor, diz o Papa

A família vive da promessa de amor e fidelidade que o homem e a mulher se fazem reciprocamente. Uma promessa que inclui o empenho de “acolher e educar os filhos” – continuou o Santo Padre – é uma promessa que também inclui “tratar dos pais idosos” e “proteger e acudir os mais frágeis da família”. É também, segundo o Papa, uma promessa que se alarga a todas as outras famílias:
“A promessa conjugal alarga-se a partilhar as alegrias e os sofrimentos de todos os pais e mães, as crianças, com generosa abertura perante a humana convivência e o bem comum. Uma família que se fecha em si própria é como uma contradição, uma mortificação da promessa que a fez nascer e a faz viver.”
Neste ponto da sua catequese o Papa Francisco definiu dois conceitos importantes para a vivência da promessa: a liberdade e a fidelidade. E, segundo o Papa, na vida familiar para se viver a fidelidade é necessária a liberdade, porque sem liberdade não há matrimónio:
“Sem liberdade não há amizade, sem liberdade não há amor, sem liberdade não há matrimónio.”
Assim, “liberdade e fidelidade não se opõem uma à outra”, pelo contrário, “sustêm-se, seja nas relações interpessoais seja naquelas sociais”. Apontando os danos que “provocam na civilização da comunicação global a inflação de promessas não mantidas”, o Santo Padre definiu o que é a fidelidade:
“Sim, caros irmãos e irmãs, a fidelidade é uma promessa de empenho que se auto-realiza, crescendo na livre obediência à palavra dada. A fidelidade é uma confiança que quer ser partilhada, e uma esperança que quer ser cultivada em conjunto.”
“Há que restituir a honra social devida à fidelidade do amor” – afirmou o Papa Francisco.
É necessário tirar da clandestinidade o milagre diário de milhões de homens e mulheres que regeneram o próprio alicerce familiar, do qual vive toda a sociedade e que não o pode garantir de qualquer outro modo. Por isso Deus inscreveu este princípio da fidelidade à promessa do amor e da geração na obra da criação como uma bênção perene, à qual está confiado o mundo – afirmou o Papa na conclusão da sua catequese.
Nas saudações o Papa Francisco dirigiu-se também aos peregrinos de língua portuguesa:
“Queridos peregrinos de Portugal, Brasil e outros países de língua portuguesa, bem-vindos! Saúdo-vos cordialmente a todos, confiando ao bom Deus a vossa vida e a dos vossos familiares. Com alegria, acolho a delegação da Comunidade Hebraica de São Paulo, acompanhada pelo Cardeal Odilo Scherer. Esta visita a Roma vos ajude a estar prontos, como Abraão, a sair cada dia para a terra de Deus e do homem, revelando-vos um sinal do amor de Deus por todos os seus filhos. Obrigado!”
O Papa Francisco a todos deu a sua bênção!

Fonte: http://pt.radiovaticana.va/news/2015/10/21/audi%C3%AAncia_na_fam%C3%ADlia_viver_a_fidelidade_do_amor/1180809

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Papa defende injeção de espírito familiar na vida cotidiana

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Há poucos dias começou o Sínodo dos Bispos sobre o tema “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. A família que caminha na via só Senhor é fundamental no testemunho do amor de Deus e merece, por isso, toda a dedicação de que a Igreja é capaz. O Sínodo é chamado a interpretar, para os dias de hoje, esta solicitude e este cuidado da Igreja. Acompanhemos todo esse percurso sinodal antes de tudo com a nossa oração e a nossa atenção. E neste período as catequeses serão reflexões inspiradas por alguns aspectos da relação – que podemos bem dizer indissolúvel! – entre a Igreja e a família, com o horizonte aberto ao bem de toda a comunidade humana.
Um olhar atento à vida cotidiana dos homens e das mulheres de hoje mostra imediatamente a necessidade que está em toda parte de uma robusta injeção de espírito familiar. De fato, o estilo das relações – civis, econômicas, jurídicas, profissionais, de cidadania – parece muito racional, formal, organizado, mas também muito “desidratado”, árido, anônimo. Torna-se às vezes insuportável. Mesmo querendo ser inclusivo nas suas formas, na verdade abandona à solidão e ao descarte um número sempre maior de pessoas.
Eis porque a família abre para toda a sociedade uma perspectiva bem mais humana: abre os olhos dos filhos sobre vida – e não somente o olhar, mas também todos os outros sentidos – representando uma visão da relação humana edificada na livre aliança do amor. A família introduz à necessidade dos laços de fidelidade, sinceridade, confiança, cooperação, respeito; encoraja a projetar um mundo habitável e a acreditar nas relações de confiança, também em condições difíceis; ensina a honrar a palavra dada, o respeito às pessoas, a partilha dos limites pessoais e dos outros. E todos somos conscientes da insubstituibilidade da atenção familiar pelos membros menores, mais vulneráveis, mais feridos e até mesmo mais desastrados na condução de suas vidas. Na sociedade, quem pratica estas atitudes, assimilou-as do espírito familiar, certamente não da competição e do desejo de autorrealização.
Bem, mesmo sabendo de tudo isso, não se dá à família o devido peso – e reconhecimento e apoio – na organização política e econômica da sociedade contemporânea. Gostaria de dizer mais: a família não somente não tem reconhecimento adequado, mas não gera mais aprendizado! Às vezes pode-se dizer que, com toda a sua ciência, a sua técnica, a sociedade moderna ainda não é capaz de traduzir estes conhecimentos em formas melhores de convivência civil. Não somente a organização da vida comum fica presa sempre mais em uma burocracia de tudo estranha aos laços humanos fundamentais, mas, até mesmo, o costume social e político mostra muitas vezes sinais de degradação – agressividade, vulgaridade, desprezo… – que estão bem abaixo do limite de uma educação familiar mínima. Em tal conjuntura, os extremos opostos deste embrutecimento – isso é, a obtusidade tecnocrática e o familismo amoral – se conjugam e se alimentam proximamente. Isso é um paradoxo.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Família hoje

D. Orani João Tempesta
Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro

Neste domingo, inicia-se em Roma a 14ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. Até o final do mês (25 de outubro), os padres sinodais partilharão suas inquietações e soluções para as questões da família hoje. Na III Assembleia Geral Ordinária que tivemos no ano passado sobre os desafios pastorais da família no contexto da evangelização, chegou-se a um texto conclusivo que serviu de base para as discussões do atual Sínodo. Portanto, na abertura, o Santo Padre, o Papa Francisco, ao abrir esse belo momento, estará discorrendo sobre o tema da liturgia deste domingo, que é exatamente sobre a união conjugal. E ele recordou sobre a questão da solidão, do amor entre o homem e a mulher e a situação da família, recordando a doutrina da Igreja baseada nas Escrituras e, ao mesmo tempo, a presença da mesma junto às pessoas que sofrem diante de tantas situações hodiernas. Lembremos que o Papa Francisco já decidiu em “motu próprio” como ter celeridade e gratuidade nos processos de nulidades matrimoniais que passam a ser julgados em apenas uma instância embora persistam sempre a possibilidades de recorrer às outras instâncias.
No Evangelho deste 27º Domingo do Tempo Comum, os fariseus perguntam a Jesus sobre o divórcio. Moisés, na Lei, no Antigo Testamento, o permitia. “E tu, Jesus, que dizes”? A resposta é muito clara: “O que Deus uniu, o homem não separe! Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério”. São palavras que ressoam desde aquela época e que nos questionam.
A afirmação de Jesus para os matrimônios válidos continua repercutindo. Cristo é aquele que vem para tirar o pecado do mundo e fazer novas todas as coisas. Sua missão é implantar o Reino de Deus, destruindo o reino de Satanás, reconduzindo tudo ao plano original de Deus para a sua criação. E esse plano tem muito a dizer sobre o homem, sobre sua vida afetiva, sexual e social. Escutamos o Senhor ao responder aos fariseus: “No princípio não era assim”. – eis a chave para compreender o pensamento de Cristo! O casal é chamado e viver o amor como sinal do mesmo entre Cristo e a Igreja.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A Família plenamente viva

D. Orani João Tempesta
Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro

Estamos vivenciando, dentro de nossa Igreja no Brasil, a partir do Dia dos Pais, dia 9, até o dia 16 de agosto, Assunção de Maria, a Semana Nacional da Família. O tema deste ano é "O amor é a nossa missão: a Família plenamente viva". Este tema foi inspirado nas palavras de um santo dos primeiros séculos da Igreja: Santo Irineu. Ele afirmou que a "glória de Deus é o homem plenamente vivo". "Ele expressa e manifesta o desejo, inscrito no coração da grande maioria de homens e mulheres sobre a face da terra, que não sabe viver sem o amor: o amor que é compromisso com o outro, em especial entre um homem e uma mulher, e aberto a acolher novas vidas".
A Semana Nacional da Família é promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF).
A semana acontece desde 1992, sempre na segunda semana de agosto, mês dedicado às vocações, tendo início com o “Dia dos Pais”, dia em que a Igreja no país dedica à vocação matrimonial, e o seu encerramento no domingo seguinte, com ações internas e externas em nossas comunidades paroquiais.
A fim de auxiliar as atividades de oração e reflexão, a Comissão para a Vida e a Família e a CNPF elaboraram um subsídio intitulado “Hora da Família”, que propõe sete encontros voltados às famílias, jovens, crianças, casais de namorados e noivos.
Trata-se de um subsídio que abrange todos os aspectos da vida familiar, especialmente aqueles que são mais desafiadores. Os temas deste ano aprofundam o aspecto do amor, que é a primeira missão da família.
A conjuntura cultural e os novos paradigmas têm impactado profundamente a família cristã. São muitas as contradições, pois grande parte das famílias de hoje carrega um misto de valores, alguns verdadeiros e outros negativos ou falsos.  É verdade que precisamos acolher os verdadeiros valores da cultura atual. Porém, não podemos desprezar ou sepultar os antigos valores herdados dos antepassados e passados de pais para filhos na cultura tradicional.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Tempo de valorizar a família

D. Orani João Tempesta
Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro

O segundo domingo de agosto, mês vocacional, é dedicado aos pais vivos ou falecidos, e, por conseguinte, à família, cuja semana é celebrada em seguida, de modo que esta reflexão quer ajudar cada um dos nossos leitores sobre este tema tão nobre e urgente, especialmente nos dias de hoje.
Para nós que professamos a fé católica, falar em pai é lembrar automaticamente de Deus, o Pai por excelência, e de São José, o homem escolhido pelo mesmo Senhor para ser, na terra, o pai adotivo de seu Filho, Jesus Cristo, quando este, “na plenitude dos tempos” (Gl 4,4), sem deixar de ser Deus, assumiu, no seio da Virgem Maria, sem o concurso de homem algum, mas por obra do Espírito Santo, a nossa humanidade a fim de resgatá-la do pecado e elevá-la, novamente, à filiação divina.
Importa, porém, notar que o plano divino não privilegia apenas o pai ou a mãe ou o filho, mas, sim, toda a família unida a partir do casamento, vínculo natural elevado a sacramento e que é o lugar por excelência para a formação das futuras gerações, de modo que não podemos nos cansar de repetir, como o Papa São João Paulo II, duas grandes afirmações: “a família é a célula mater da sociedade”, ou ainda, “o futuro da humanidade passa pela família”.
Ao escrever às famílias no dia 2 de fevereiro do ano passado, o Papa Francisco, como lhe é habitual, chama a atenção, a partir do relato evangélico da Apresentação de Jesus no Templo, sobre o encontro entre as gerações: casal, jovens, crianças e idosos. Vemos aí a importância de uma vida familiar sadia e equilibrada. Afinal, existe sempre o perigo de construirmos uma sociedade com as exclusões, especialmente das crianças, incluindo, é óbvio, aquelas ainda por nascer, por meio do aborto; dos jovens, negando-lhes a oportunidade do emprego, ou dos idosos, desejando abreviar-lhes a vida por meio da eutanásia etc.
Contudo, entre nós cristãos deve ser diferente. Somos chamados a ser sinais de que uma sociedade nova sempre seja possível. A cena do Evangelho precisa e deve, sempre que possível, se repetir a fim de se mostrar ao mundo, não por ostentação, mas por testemunho, que vale a pena ser família no modelo sonhado por Deus. São palavras do Papa Francisco: “O evangelista Lucas conta que Nossa Senhora e São José, de acordo com a Lei de Moisés, levaram o Menino ao templo para oferecê-Lo ao Senhor e, nessa ocasião, duas pessoas idosas – Simeão e Ana –, movidas pelo Espírito Santo, foram ter com eles e reconheceram em Jesus o Messias (cf. Lc 2,22-38). Simeão tomou-O nos braços e agradeceu a Deus, porque tinha finalmente ‘visto’ a salvação; Ana, apesar da sua idade avançada, encheu-se de novo vigor e pôs-se a falar a todos do Menino. É uma imagem bela: um casal de pais jovens e duas pessoas idosas reunidos devido a Jesus. Verdadeiramente, Jesus faz com que as gerações se encontrem e se unam! Ele é a fonte inesgotável daquele amor que vence todo o isolamento, toda a solidão, toda a tristeza. No vosso caminho familiar, partilhais tantos momentos belos: as refeições, o descanso, o trabalho em casa, a diversão, a oração, as viagens e as peregrinações, as ações de solidariedade... Todavia, se falta o amor, falta a alegria; e Jesus é quem nos dá o amor autêntico: oferece-nos a sua Palavra, que ilumina a nossa estrada; dá-nos o Pão da vida, que sustenta a labuta diária do nosso caminho”.

sexta-feira, 20 de março de 2015

19 de março: Dia de São José

São José teve o privilégio de ser esposo de Nossa Senhora, de criar ao Filho de Deus e de ser a cabeça da Sagrada Família. É considerado patrono da Igreja Universal, de uma infinidade de comunidades religiosas e também da boa morte. A festa do santo mais próximo de Jesus e Maria se celebra no dia 19 de março.
"José, filho do David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela foi concebido é obra do Espírito Santo. Dará à luz um filho, e lhe porás por nomeie Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados" (MT. 1, 20-21), disse o anjo em sonhos ao “justo” São José.
São José é conhecido como o “Santo do silêncio” porque não o conhecemos por palavras pronunciadas por ele, mas sim por suas obras, sua fé e seu amor por Jesus e em seu santo matrimônio.
Conta a tradição que doze jovens pretendiam casar-se com Maria e que cada um levava um bastão de madeira muito seca na mão. De repente, quando a Virgem tinha que escolher entre todos eles, o bastão de José milagrosamente floresceu. Por isso é representado com um ramo florescido.
Junto a Maria, São José também teve que sofrer a falta de pousada em Belém, que o amor de sua vida desse à luz em um estábulo e ter de fugir ao Egito, como se fossem delinquentes, para que Herodes não matasse o menino. Mas soube enfrentar tudo isto confiando na Providência de Deus.
Com seu ofício de carpinteiro não pôde comprar os melhores presentes para seu filho Jesus ou garantir que recebesse a melhor educação, mas o tempo que dedicou para atendê-lo e ensinar-lhe sua profissão foram mais que suficientes para que o Senhor conhecesse o carinho de um pai, que também é capaz de deixar tudo por ir em busca do filho extraviado.
O casto esposo de Maria é considerado também Patrono da boa morte porque teve a sorte de morrer acompanhado e consolado por Jesus e Maria. Foi declarado Patrono da Igreja Universal pelo Papa Pio IX em 1847.
Uma das que mais propagou a devoção a São José foi Santa Teresa de Ávila, que foi curada por intercessão do pai de Jesus na terra de uma terrível enfermidade que a teve quase paralisada e que era considerada incurável. A Santa rezou com fé a São José e obteve a cura. Logo costumava repetir:
"Parece que outros santos têm especial poder para solucionar certos problemas. Mas a São José lhe concedeu Deus um grande poder para ajudar em tudo".
No final de sua vida, a Santa carmelita ressaltou: “durante 40 anos, a cada ano na festa de São José pedi ma graça ou favor especial, e não me falhou nenhuma só vez. Eu digo aos que me escutam que façam o ensaio de rezar com fé a este grande santo, e verão quão grandes frutos vão conseguir".

Fonte: http://www.acidigital.com/noticias/feliz-solenidade-de-sao-jose-patrono-da-igreja-68104/

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Fiéis criam "Dia de Adoração" pelo Sínodo sobre a Família

Fiéis católicos na África, América, Ásia, Austrália e Europa já manifestaram sua intenção de unir-se à campanha de oração.

Fiéis de diversas partes do mundo se unem em oração pelo Sínodo dos Bispos sobre a Família que acontece no final deste ano. A iniciativa é de uma organização de leigos italiana, que propôs realizar uma novena de oração durante nove meses, nos quais, em um dia de cada mês, se fará uma Adoração Eucarística nesta intenção.
O Dia de Adoração teve início nesta quinta-feira, 5, em todo o mundo. As próximas datas, serão: 5 de março, 2 de abril, 7 de maio, 4 de junho, 2 de julho, 6 de agosto, 3 de setembro e 1º de outubro.
A intenção é confiar especialmente a Igreja Católica, o Santo Padre, os Padres sinodais e as famílias do mundo à proteção do Sagrado Coração de Jesus. A escolha das quintas-feiras de cada mês foi proposital: é um dia no qual muitas paróquias e capelas realizam Horas Santas e outros espaços de adoração.
Várias destas datas coincidem com solenidades litúrgicas em muitos países. Estas memórias especiais incluem a Quinta-feira Santa (na qual se pede que se participe somente da liturgia e da adoração já prescritas pela Igreja para esse dia), a Solenidade de Corpus Christi, a Transfiguração do Senhor e a festa de Santa Teresa de Lisieux, entre outras.
A Sociedade da Adoração Eucarística para o Sínodo da Família, organização criada por seculares em Roma em 2014, informou que fiéis católicos na África, América, Ásia, Austrália e Europa já manifestaram sua intenção de unir-se à campanha de oração.

Fonte: http://noticias.cancaonova.com/pelo-mundo-fieis-rezam-em-favor-do-sinodo-sobre-a-familia/

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

"Os pais devem ser doces e firmes com os filhos", diz o Papa

Na Sala Paulo VI, o Papa recebeu cerca de sete mil fiéis para a Audiência Geral desta quarta-feira (04/02).
Sob o som de “Solo lo pido a Dios”, tocado ao vivo na Sala, o Papa percorreu o corredor central para saudar e receber o carinho dos peregrinos, que saúdam entusiasmados o Pontífice.
Em sua catequese, o Papa voltou a falar do papel dos pais na família, desta vez ressaltando os aspectos positivos. “Toda família necessita do pai”, constatou Francisco, que se inspirou nas seguintes palavras do Livro dos Provérbios: “Meu filho, se o teu coração é sábio, meu coração também se alegrará”.
“Este pai não diz que se orgulha porque o filho é como ele”, explicou o Papa, mas diz algo bem mais importante, isto é: que se alegra toda vez que o filho age com sabedoria e retidão. E um pai sabe bem quanto custa transmitir esta herança. Proximidade, doçura e firmeza são atitudes necessárias – e que só podem ser manifestadas com um pai presente na família.
“O pai deve estar próximo da mulher, para compartilhar tudo, alegrias e tristezas, fadigas e esperanças. E deve estar próximo dos filhos em seu crescimento: quando brincam e quando se empenham, quando ousam ou hesitam, quando erram e voltam atrás. Pai presente, sempre! Presente não significa controlador, pois pode anular o filho”, advertiu.
Francisco cita também como exemplo o pai da parábola do filho pródigo. “Quanta dignidade e ternura naquele pai que espera à porta de casa que o filho regresse!” Um bom pai sabe esperar e sabe perdoar, do profundo do coração. Certamente, sabe também corrigir com firmeza, sem sentimentalismos. O pai que sabe corrigir sem humilhar, é o mesmo que sabe proteger sem poupar-se.
“Punir na medida justa”, disse Francisco, lembrando de um pai que disse, numa reunião de casais, que jamais batia no rosto dos filhos para não humilhá-los. Depois de experiências e falências, voltar para casa e não encontrar um pai pode provocar feridas difíceis de serem curadas.
Por fim, o Pontífice garantiu a proximidade da Igreja a todos os pais:
“A Igreja, portanto, está empenhada em apoiar com todas as suas forças a presença generosa dos pais nas famílias, porque eles são para as novas gerações custódios e mediadores insubstituíveis da fé na bondade, na justiça e na proteção de Deus, como São José.”

Fonte: http://arqrio.org/noticias/detalhes/2959/audiencia-geral-os-pais-devem-ser-doces-e-firmes-com-os-filhos