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terça-feira, 13 de julho de 2021

CCM oferece curso sobre catequese e missão na iniciação à vida cristã

 


O Centro Cultural Missionário (CCM) vai ofertar de 2 a 6 de agosto um curso que se propõe a estabelecer maior interação entre missão e catequese. Para isso, procura aprofundar o conceito de catequese e missão a partir dos documentos eclesiais e também da prática pastoral concreta.

O curso “Catequese e Missão na Iniciação à Vida Cristã” procura, ao mesmo tempo, indicar caminhos para uma catequese sempre mais evangelizadora e missionária e uma teologia da missão bem integrada com a catequese à serviço da iniciação a vida cristã.

Podem participar catequistas, lideranças das diversas pastorais e movimentos interessados em aprofundar a Palavra de Deus, participantes dos Conselhos Missionários, seminaristas, consagrados, ministros ordenados, religiosos (as), membros de institutos e novas comunidades.

A formação acontecerá de forma online, com assessoria dos padres Daniel Luz Rocchetti, da Comissão Episcopal para Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB e o Jânison de Sá Santos, da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB.

Segundo o padre Jânison, o curso quer ajudar os catequistas e animadores bíblicos, coordenadores de grupos missionários e outros grupos eclesiais a compreender melhor a catequese de iniciação a vida cristã e a forte ligação entre catequese e missão.

“Nós iremos trabalhar temáticas pertinentes e ligadas aos fundamentos catequéticos e também conhecer a realidade da missão, dos fundamentos bíblicos, teológicos e pastorais (…). Conhecer alguns dos documentos missionários, bem como compreender melhor a proximidade que existe entre a catequese e a missão e o desejo e a necessidade de trabalharmos juntos”, afirmou o padre Jânison.

Já o padre Daniel explicou que a proposta do curso do CCM é pensar a catequese em termos missionários, carregado do elemento querigmático, do anúncio salvífico e da proposta de viver uma vida cristã baseada na experiência e no amor de Deus.


As inscrições são pagas e podem ser feitas no site do CCM: https://www.ccm.org.br/encontro-comidis-2016/. Outras informações: 61 9337-2021.

Temas a serem trabalhados
1. A Catequética hoje. Realidade dos catequistas / comunidade.
2. A realidade da missão. Fundamentos bíblicos, teológicos e pastorais da missão.
3. A Catequese no contexto da ação evangelizadora da Igreja. Conceito de Evangelização (Evangelii Nuntiandi, Evangelii Gaudium, etc).
4. Anúncio querigmático e catequese. Textos bíblicos querigmáticos, Decreto Ad Gentes, a missão na Evangelii Gaudium, e anúncio querigmático nos documentos atuais.
5. Documentos sobre a Catequese. Diretório Geral para a Catequese (1997), o Catecismo da Igreja Católica (1992/1997), Diretório Nacional de Catequese (2005/2006), iniciação à vida cristã – Brasil (Doc. 107 em 2017) e Diretório para a Catequese (2020).
6. A pedagogia da fé. Partindo da Sagrada Escritura. A pedagogia de Deus, a pedagogia de Jesus Cristo, a pedagogia da Igreja, o Espírito Santo e Sua atuação na caminhada da Igreja e na Vida do ser humano, e a Pedagogia Divina e a Catequese.
7. Catequese a serviço da Iniciação à vida cristã. O que é a IVC. Itinerário catecumenal (pré-catecumenato, catecumenato, purificação e iluminação, mistagogia) – ver o catecumenato antigo (história da catequese – síntese), como fazer a iniciação à vida cristã, quem são os interlocutores na IVC, com quem contamos na IVC (catequistas, introdutores, padrinho e madrinha, famílias, equipe de celebração / liturgia, grupos de jovens, grupos missionários, ministro ordenado) e a comunidade eclesial missionária na IVC.
8. Lugares e interlocutores da catequese a serviço da IVC. A comunidade catequizadora, dimensão comunitária da Catequese (comunidade: lugar por excelência da catequese), catequese na Igreja Particular, catequese e família: participação dos pais e responsáveis no processo de educação da fé, catequese e pessoa com deficiência, catequese querigmática e mistagógica (ver EG e DC), catequese e compromisso sócio transformador e a organização da catequese: paróquia e diocese.
9. Elementos de metodologia. Uma questão de escolha (apresentar a variedade de métodos), a relação conteúdo-método na catequese, atividades criativas, catequese e enculturação, a linguagem na catequese e catequese e cultura digital.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/ccm-oferece-curso-sobre-catequese-e-missao-na-iniciacao-a-vida-crista/

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

O Papa: quem não segue o Concílio não está com a Igreja

 

Um forte discurso com extensos acréscimos, foi dirigido pelo Papa Francisco àqueles que colaboram com o Escritório Catequético Nacional italiano no 60º aniversário de seu nascimento. Francisco enfatizou a necessidade de ação, lembrando que o Concílio é magistério da Igreja e deve ser seguido. Depois, o convite à Igreja italiana para lançar um Sínodo nacional.


A ocasião da audiência do Papa Francisco, na manhã deste sábado (30), aos membros do Escritório Catequético da Conferência Episcopal Italiana é o 60º aniversário do início de sua atividade, destinada a apoiar a Igreja italiana no campo, precisamente, da catequese após o Concílio Vaticano II. Um aniversário não só serve como um lembrete, mas também é uma oportunidade para "renovar o espírito de anúncio", disse o Papa em seu discurso, e por esta razão ele disse querer "compartilhar três pontos que eu espero que os ajudem no trabalho dos próximos anos".

No coração da catequese, a pessoa de Jesus
O primeiro ponto é: catequese e kerygma. "A catequese é o eco da Palavra de Deus", afirmou o Papa, e através da Sagrada Escritura proclamada, cada pessoa entra a fazer parte "da mesma história de salvação" e com sua própria singularidade "encontra seu próprio ritmo". Francisco enfatizou que o coração do mistério da salvação é o kerygma, e que o kerygma é uma pessoa: Jesus Cristo. A catequese deve "favorecer o encontro pessoal com Ele" e, portanto, não pode ser feita sem relações pessoais.

Não existe uma verdadeira catequese sem o testemunho de homens e mulheres em carne e osso. Quem entre nós não se recorda de pelo menos um de seus catequistas? Eu me recordo. Recordo-me da irmã que me preparou para a minha primeira comunhão e me fez muito bem. Os primeiros protagonistas da catequese são eles, mensageiros do Evangelho, muitas vezes leigos, que se põem em jogo com generosidade para compartilhar a beleza de ter encontrado Jesus. "Quem é o catequista? Ele é aquele que guarda e alimenta a memória de Deus; ele a guarda em si mesmo – ele guarda a memória da história da salvação - e ele sabe como despertar essa memória nos outros. Ele é um cristão que põe esta memória a serviço do anúncio; não para ser visto, não para falar de si mesmo, mas para falar de Deus, de seu amor, de sua fidelidade".

O anúncio é o amor de Deus na linguagem do coração
O Papa então indicou algumas características que o anúncio deve possuir hoje, isto é, que saiba revelar o amor de Deus diante de toda obrigação moral e religiosa; que não se impõe, mas leva em conta a liberdade; que testemunha a alegria e a vitalidade. Para isso, aquele que evangeliza deve expressar "proximidade, abertura ao diálogo, paciência, acolhimento cordial que não condena". E falando do catequista, Francisco acrescentou, improvisando, que "a fé deve ser transmitida em dialeto", explicando que se referia ao "dialeto da proximidade", ao dialeto que é compreendido pelo povo ao qual se dirige:

Toca-me muito aquela passagem de Macabeus, dos Sete Irmãos. Duas ou três vezes eles disseram que sua mãe os apoiava, falando com eles em dialeto. É importante: a verdadeira fé deve ser transmitida em dialeto. Os catequistas devem aprender a transmiti-la em dialeto, ou seja, aquela linguagem que vem do coração, que nasce, que é a mais familiar, a mais próxima de todos. Se não houver dialeto, a fé não é transmitida totalmente e bem.

A catequese está sempre escutando o coração do homem
O segundo ponto indicado pelo Papa Francisco é: catequese e futuro. Recordando o 50º aniversário do documento "A Renovação da Catequese", com o qual a Conferência Episcopal Italiana recebeu as indicações do Concílio, celebrado no ano passado, Francisco citou algumas palavras do Papa Paulo VI nas quais convidava a Igreja italiana a olhar com gratidão para o Concílio, que dizia "será o grande catecismo dos novos tempos" e observou como a tarefa constante da catequese é "compreender estes problemas que surgem do coração do homem, para levá-los de volta à sua fonte escondida: o dom do amor que cria e salva". Francisco, portanto, reiterou que a catequese inspirada pelo Concílio é "sempre com um ouvido atento, sempre atento a renovar-se". E a propósito do Concílio, acrescentou uma extensa reflexão:

O Concílio é magistério da Igreja. Ou você está com a Igreja e, portanto, segue o Concílio, e se não segue o Concílio ou o interpreta à sua maneira, à sua própria vontade, você não está com a Igreja. Temos que ser exigentes e rigorosos neste ponto. O Concílio não deve ser negociado para ter mais destes... Não, o Concílio é assim. E este problema que estamos enfrentando, da seletividade do Concílio, se repetiu ao longo da história com outros Concílios. Para mim, isso me faz pensar tanto num grupo de bispos que depois do Vaticano I foram embora, um grupo de leigos, grupos ali, para continuar a "verdadeira doutrina" que não era a do Vaticano I. "Nós somos os verdadeiros católicos" ... Hoje eles ordenam mulheres. A atitude mais severa para custodiar a fé sem o magistério da Igreja, nos leva à ruína. Por favor, nenhuma concessão para aqueles que tentam apresentar uma catequese que não esteja de acordo com o Magistério da Igreja.

A catequese, disse o Papa, retomando a leitura do discurso, deve se renovar para afetar todas as áreas do cuidado pastoral. E recomendou:

Não devemos ter medo de falar a linguagem das mulheres e dos homens de hoje. Sim, de falar a linguagem fora da Igreja: disso, devemos ter medo. Não devemos ter medo de falar a linguagem do povo. Não devemos ter medo de ouvir suas perguntas, sejam elas quais forem, suas questões não resolvidas, de ouvir suas fragilidades e suas incertezas: disso, não temos medo. Não devemos ter medo de desenvolver instrumentos novos.

Redescobrir o sentido de comunidade
A catequese e a comunidade representam o terceiro ponto, um ponto de particular relevância em um tempo que, por causa da pandemia, tem visto um crescimento isolado e uma sensação de solidão. O vírus", disse o Papa, "escavou no tecido vivo de nossos territórios, especialmente os existenciais, alimentando medos, suspeitas, desconfianças e incertezas". Tem minado práticas e hábitos estabelecidos e assim nos provoca a repensar o nosso ser comunitário". Também nos fez compreender que só juntos podemos avançar, cuidando uns dos outros. O senso de comunidade deve ser redescoberto.

A catequese e o anúncio não podem deixar de colocar esta dimensão comunitária no centro. Este não é o momento para estratégias elitistas. E a grande comunidade: qual é a grande comunidade? O povo santo e fiel de Deus. (...) Este é o momento de sermos artesãos de comunidades abertas que sabem valorizar os talentos de cada um. É o tempo das comunidades missionárias, livres e desinteressadas, que não buscam importância e vantagem, mas que percorrem os caminhos do povo de nosso tempo, dobrando-se sobre aqueles que estão à margem. É o momento para as comunidades que olham nos olhos os jovens decepcionados, que acolhem os estranhos e dão esperança aos desanimados. É o momento para as comunidades que dialogam destemidamente com aqueles que têm ideias diferentes. É o momento para as comunidades que, como o Bom Samaritano, sabem como estar perto daqueles feridos pela vida, para enfaixar suas feridas com compaixão.

Uma catequese que acompanha e acaricia
Repetindo o que ele disse no Encontro Eclesial de Florença, Francisco reiterou seu desejo de uma Igreja "cada vez mais próxima dos abandonados, dos esquecidos, dos imperfeitos", uma Igreja alegre que "compreenda, acompanhe, acaricie". Isto, continuou, também se aplica à catequese. E fez um convite à criatividade para uma proclamação centrada no kerygma, "que olha para o futuro de nossas comunidades, para que sejam cada vez mais enraizadas no Evangelho, fraternas e inclusivas".

A Igreja italiana inicie um Sínodo nacional
Finalmente, cinco anos após o Encontro de Florença, Francisco convidou a Igreja italiana a iniciar um processo sinodal em nível nacional, comunidade por comunidade, diocese por diocese. "Também este processo será uma catequese. No Encontro de Florença há precisamente a intuição do caminho a ser percorrido neste Sínodo. Agora, retomou: é o momento. E começar a caminhar".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2021-01/o-papa-quem-nao-segue-o-concilio-nao-esta-na-igreja.html

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Curso para bispos do Brasil começa hoje sobre novo Diretório para a Catequese

 

Nesta terça-feira (26), o presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, dom Rino Fisichella, participa do primeiro dia do tradicional curso para os bispos brasileiros - pela primeira vez, em 31 anos, realizado em modalidade on-line. Em artigo assinado pelo arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta, os detalhes sobre o tema deste ano que será a catequese, já que "desde junho de 2020 temos o novo Diretório para a Catequese", que "se desdobra tocando várias temáticas: a mistagogia, a ligação entre evangelização e catecumenato e a ajuda na inserção progressiva no mistério da fé".


Cardeal Orani João Tempesta - arcebispo do Rio de Janeiro

Nos seus 31 anos será a primeira vez em que o tradicional Curso dos Bispos, promovido pela Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, entre os dias 26 a 28 de janeiro de 2021, terá o formato virtual e tem como tema principal a Catequese. Devido ao momento atual da pandemia, esta foi a nossa opção para que déssemos continuidade a esse momento anual tão importante. Esperamos voltar ao nosso agradável convívio no próximo ano se tudo correr como desejamos.

Sempre lembramos a solicitude do Bispo de Roma e da Igreja que peregrina no Brasil sobre a importância da catequese, que é a educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos, de maneira orgânica e sistemática, para levar à vida cristã. É o primeiro anúncio do Evangelho para suscitar a fé. Nela ensina-se as verdades básicas contidas no Credo, os Sacramentos, a moral cristã baseada nos Dez Mandamentos e a espiritualidade nas orações. O Catecismo é o texto básico para os catequistas. Mas, desde junho de 2020 temos o novo Diretório para a Catequese, que será apresentado pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização. O Diretório deixa claro que o coração da catequese é o anúncio da pessoa de Jesus Cristo. Nesta perspectiva, é indicada uma nota fundamental de que a catequese deve apropriar-se: a misericórdia. O querigma é anúncio da misericórdia do Pai que vai ao encontro do pecador. O Diretório assume a centralidade do querigma que se exprime em sentido trinitário como compromisso de toda a Igreja. A catequese, tal como é expressa pelo Diretório, caracteriza-se por esta dimensão e pelas implicações que confere à vida das pessoas. O Diretório desdobra-se tocando várias temáticas: a mistagogia, a ligação entre evangelização e catecumenato e a ajuda na inserção progressiva no mistério da fé.

Sendo um curso em plataforma digital cremos que neste ano a abrangência do referido poderá superar, em número de participantes, as edições anteriores. No dia 26 de janeiro, terça-feira, depois da abertura ouviremos a primeira Conferência do Arcebispo, SER Dom Rino Fisichella, que fará uma apresentação geral do Diretório para a Catequese I, seguido de um testemunho por vídeo conferência e uma segunda apresentação geral pelo mesmo Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização; seguido também de um segundo vídeo de testemunho.

No dia 27 de janeiro, quarta-feira, a terceira Conferência, será proferida pelo Monsenhor Flavio Placida, professor de catequética na Pontifícia Universidade Urbaniana, Roma, versando sobre o tema: Palavra de Deus e catequese – uma relação natural. Segue-se um diálogo com o ilustre conferencista; seguido de um vídeo de testemunho. A 4ª Conferência do mesmo conferencista será: A linguagem na catequese entre narração e beleza; seguido do quarto vídeo de testemunho. 

No dia 28 de janeiro, quinta-feira, a quinta Conferência, será proferida, também, pelo Monsenhor Flavio Placida, terá como tema: Catequese e compromisso ecológico, seguido de diálogo com o conferencista e o quinto vídeo de testemunho. A sexta-conferência será proferia por SER Dom José Antônio Peruzzo, Arcebispo Metropolitano de Curitiba, Paraná, e terá como tema: Questões e perspectivas da catequese no Brasil. Em seguida teremos o diálogo com o referido que é o Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB e o Encerramento.

Os primeiros catequistas devem ser sempre os pais: Eles são “os primeiros catequistas dos filhos”. Portanto, hoje infelizmente, muitas crianças são criadas sem um dos pais ou com pais que também não conhecem a “sã doutrina da fé” (Tt 1,9; 2,1; 1Tm 4,6; 6,20), que leva à salvação. O nosso Catecismo afirma que “a salvação está na verdade” (n. 851) e São Paulo revela que “a Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm 3,15).

Ser Catequista é uma vocação e não um trabalho, porque envolve a vida; o catequista leva ao encontro com Jesus, com palavras, vida e testemunho. O Catequista coloca-se a serviço da Palavra de Deus, que é um primeiro anúncio, sobretudo no atual contexto de indiferença. O primeiro anúncio refere-se a Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou e que perdoa todos os que abrem seus corações e se converterem! O Catequista não é um professor que leciona. A catequese não é uma lição, mas é a expressão da própria experiência e o testemunho de fé em Cristo. Não se deve impor a verdade da fé, mas comunicá-la com carinho, paciência e amizade. Só assim a catequese se torna promoção da vida cristã, apoio na formação global dos fiéis e incentivo para ser discípulos missionários. O mistério da Igreja encontra a sua máxima expressão na Liturgia. A vida sacramental tem seu ápice na Eucaristia!

O Papa Francisco elencou que o catequista deve levar crianças, jovens e adultos ao encontro de Jesus. Seja por meio das palavras ou dos exemplos de sua própria vida, seguindo três pilares: primeiro – Ter familiaridade com Cristo, aprender com Ele, escutá-lo e permanecer em seu amor, como Ele mesmo ensinou aos discípulos: “permaneçam no meu amor, permaneçam ligados a mim, como o ramo está ligado à videira. Se somos unidos a Ele, podemos dar frutos”. O coração do catequista deve viver essa união com Ele. Segundo – Viver o dinamismo do amor, a exemplo de Cristo, no sair de si para ir ao encontro do outro. O dom do catequista o impulsiona sempre para fora de si mesmo, doando-se aos outros. Terceiro – Não ter medo de sair, de ir até as periferias, de ir a quem precisa, sair do comum para seguir a Deus, porque Deus vai sempre além.

Ao apresentar o Novo Diretório para a Catequese, em 25 de junho de 2020, o Arcebispo Rino Fisichella disse que: “Estes textos desempenharam um papel primordial. Constituíram uma ajuda importante para levar o caminho catequético a dar um passo decisivo, sobretudo através da renovação da metodologia e da instância pedagógica. O processo de inculturação, que caracteriza de modo particular a catequese e que, sobretudo nos nossos dias, obriga a ter uma atenção bastante particular exigiu a composição de um novo Diretório”, esclareceu Dom Rino. A cultura digital é um grande desafio para a Igreja, explicou Dom Fisichella. Além de uma mudança instrumental, o bispo destaca que esta cultura manifesta uma transformação radical dos comportamentos que incidem, sobretudo, na formação da identidade pessoal e nas relações interpessoais. A velocidade na mudança da linguagem, e, também das relações comportamentais, toca inevitavelmente também a Igreja no complexo mundo da educação. A necessidade de um novo diretório parte desta premissa. “Na época digital, vinte anos são comparáveis, sem exagero, a pelo menos meio século. Daqui resultou a exigência de redigir um Diretório que tivesse em conta, com grande realismo, a novidade que se apresenta, na tentativa de propor uma leitura dessa mesma novidade que envolvesse a catequese. É por este motivo que o Diretório apresenta não apenas as problemáticas inerentes à cultura digital, mas sugere também os percursos a realizar para que a catequese se torne uma proposta que encontra o interlocutor que seja capaz de a compreender e de ver como se adéqua ao seu mundo”.

A catequese deve estar intimamente unida à obra de evangelização e não pode prescindir dela, sendo certo de que o novo Diretório se qualifica por sustentar uma “catequese querigmática. De uma leitura atenta do Diretório para a Catequese notamos que a catequese leva progressivamente a acolher e viver globalmente o mistério na existência cotidiana. O Diretório da Catequese assume esta visão, quando pede que se exprima uma catequese que saiba encarregar-se de manter unido o mistério, embora o articulando nas diversas fases de expressão. O mistério, quando é captado na sua realidade profunda, exige o silêncio. Uma verdadeira catequese nunca terá a tentação de dizer tudo sobre o mistério de Deus. Pelo contrário, deverá introduzir à vida da contemplação do mistério, fazendo do silêncio a sua conquista. O novo Diretório apresenta a catequese querigmática não como uma teoria abstrata, mas como um instrumento com forte valor existencial.

O Diretório para a Catequese constituiu-se uma verdadeira ajuda e apoio à renovação da catequese no único processo de evangelização que a Igreja não cansou de incitar há dois mil anos, para que o mundo possa encontrar Jesus de Nazaré, o Filho de Deus feito homem para nossa salvação. Essa será a nossa intenção nestes três intensos dias de um Curso dos Bispos diferente, mas não menos fraterno e profundo, como todos os anteriores. Peçamos a proteção de São Sebastião e de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil, para todos os participantes do 31º Encontro dos Bispos. Que a catequese nos leve, em cada Igreja Particular, como guias da catequese e pastores do Povo de Deus, ao verdadeiro encontro com o Cristo Ressuscitado!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2021-01/curso-bispos-catequese-brasil-aulas-virtuais-coronavirus.html

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Seminário Nacional de Catequese acontece, de forma online, nos dias 04 a 06 de novembro

 


A Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) irá realizar o Seminário Nacional de Catequese a Serviço da Iniciação à Vida Cristã, com o lema “Jesus chamou os que Ele quis, para estarem com Ele e enviá-los a anunciar (cf Mc 3,13-14)”. A iniciativa acontecerá de 04 a 06 de novembro, de forma online, e será transmitida a partir das 20h nas redes sociais da CNBB (@cnbbnacional) e da Catequese do Brasil (@catequesedobrasil).

Segundo o padre Jânison de Sá, assessor da Comissão, a iniciativa busca retomar a reflexão do Documento 107 da Conferência, aprovado pelos bispos em 2017, intitulado “Iniciação à Vida Cristã: itinerário para formar discípulos missionários”. “É necessário retomar toda a discussão e reflexão da Iniciação à Vida Cristã, uma temática tão pertinente e importante para a Ação Evangelizadora e Catequética da nossa Igreja”, explicou.

Ainda de acordo com o padre Jânison, o seminário trará uma abordagem metodológica e, por meio disso, buscará entender os processos históricos e a relação entre o Diretório Geral que culminou com a Catequese Renovada; e o Diretório de 1997 que culmina com o Diretório Nacional de Catequese de 2006. “É importante refletirmos um pouco sobre a nossa história, então veremos do Concílio Vaticano II até os dias atuais e entenderemos o sentido da catequese e da Iniciação à Vida Cristã em diversos períodos”, salientou.
Programação

No dia 04 de novembro será feita uma reflexão do itinerário histórico da reflexão catequética do Concílio Vaticano II aos dias atuais. O convidado para assessorar o momento é o irmão marista Balbino Eduardo Juárez Ramírez, da Guatemala.

No dia 05 haverá a participação de dois painelistas. O primeiro tema a ser discutido será “O Diretório Geral para a Catequese de 1971 à Catequese Renovada de 1983”, pelo padre Luiz Alves de Lima, e o segundo será “O Diretório Geral para a Catequese de 1997 ao Diretório Nacional de Catequese de 1996”, pelo irmão Israel José Nery.

No último dia, 06, haverá outros dois painéis. O primeiro sobre o “Documento de Aparecida à Iniciação à Vida Cristã em 2017”, pela irmã Sueli Cruz, e o segundo sobre o “Documento 107 – Iniciação à Vida Cristã: itinerário para formar discípulos missionários” ao Novo Diretório de Catequese, pelo padre Abimar Oliveira de Moraes, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Fonte: https://www.cnbb.org.br/seminario-nacional-de-catequese/

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Catequese e Evangelização

D. Orani João Tempesta
Cardeal Arcebispo da Arquidiocese do Rio de Janeiro

A catequese é o cerne da ação evangelizadora da Igreja; é pela catequese batismal que iniciamos a nossa vida de fé e somos incorporados na Igreja de Cristo. Ainda mais agora neste mundo em que vivemos é de vital importância o anúncio da Palavra de Deus. Um mundo onde as pessoas têm diversas outras ocupações e distrações. Seja por meio do celular, da televisão e da internet, temos que chamar a atenção de alguma forma para a Palavra de Deus.

Em todos os lugares onde há pessoas sedentas de Deus é preciso levar para essas pessoas o anúncio da Palavra de Deus, cumprindo assim o mandato de Jesus “Ide por todo mundo e a todos pregai o Evangelho”. Mesmo que não nos escutem, deixamos plantada a semente da Palavra de Deus para elas nesses lugares.

Jesus Cristo é a palavra “encarnada” do Pai; Deus O “revelou” ao ser humano, para que por meio d’Ele pudéssemos conhecer a intimidade do Pai. Essa revelação se dá por meio do Espírito Santo que nos ajuda a entender e a compreender a Palavra de Deus. Os responsáveis por propagar essa Palavra são os catequistas, chamados por Deus, por uma vocação dada do alto, a anunciar essa Palavra.

Os catequistas podem ser os leigos batizados, que são por excelência discípulos missionários de Jesus e chamados a cooperar no plano de salvação de Deus. Devem ser os padres que são os catequistas por excelência em suas comunidades e os diáconos que são os ministros da Palavra e chamados também a propagar essa palavra a todos aqueles que de coração sincero queira recebê-la. Devem ser os bispos, que são sucessores dos apóstolos, e chamados a propagar em cada canto da terra a mensagem de salvação.

A catequese pode ser vista também como sinal de conversão, ou seja, por meio do anúncio da Palavra de Deus que entra pelos ouvidos e desce ao coração, o Espírito Santo pode suscitar na pessoa o dom da fé. Nesse caso se trata do querigma, que é o primeiro anúncio de Deus que eu faço para uma pessoa que será batizada.

A catequese deve começar desde a base, ou seja, no Batismo, que é o sacramento que abre as portas para a fé e, a partir do Batismo, passar pela catequese preparatória para a Eucaristia e a Crisma. O papel da catequese é mostrar por meio da Palavra de Deus que os sacramentos são sinais sagrados pelos quais Deus quis manifestar o seu grande amor por todos nós.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Reflexões sobre a catequese

D. Orani João Tempesta
Cardeal Arcebispo da Arquidiocese do Rio de Janeiro

O Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, em 25 de junho de 2020, tornou público o novo Diretório para a Catequese. Na apresentação, o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, arcebispo Dom Rino (Salvatore) Fisichella, assim se manifestou: “Na era digital, 20 anos podem ser comparados, sem exageros, a pelo menos meio século”.

Considerar o que está surgindo
O documento nasceu da necessidade de levar em consideração “com grande realismo o novo que está surgindo, com a tentativa de propor uma leitura que envolvesse a catequese”. É por essa razão que o Diretório apresenta “não apenas os problemas inerentes à cultura digital, mas também sugere caminhos a serem tomados para que a catequese se torne uma proposta que encontre o interlocutor capaz de compreendê-la e ver sua adequação com seu próprio mundo”.

Recordar os Sínodos: “Viver cada vez mais a dimensão sinodal faz com que não esqueçamos os últimos Sínodos que a Igreja viveu", explicou Fisichella. O presidente do Dicastério mencionou em particular o Sínodo sobre a Nova Evangelização e transmissão da fé de 2012, com a consequente Exortação Apostólica do Papa Francisco “Evangelii gaudium” e o 25º aniversário da publicação do Catecismo da Igreja Católica, que diz respeito diretamente à competência do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.

Conversão pastoral: “A evangelização ocupa o primeiro lugar na vida da Igreja e no ensinamento diário do Papa Francisco”, observou o prelado: “Portanto, a catequese deve estar intimamente ligada à obra de evangelização e não pode ser separada dela. Ela precisa assumir em si mesma as próprias características da evangelização, sem cair na tentação de se tornar um substitutivo para ela ou de querer impor-lhe suas próprias premissas pedagógicas”. A partir disso podemos ver o primado do “primeiro anúncio” e o vínculo entre a evangelização e o catecumenato, “como experiência do perdão oferecido e da nova vida de comunhão com Deus”. De conformidade com D. Fisichella, “é urgente realizar uma ‘conversão pastoral’ a fim de liberar a catequese de certos laços que a impedem de ser eficaz”. O primeiro ponto pode ser identificado no esquema escolar, segundo o qual a catequese de Iniciação Cristã é vivida no paradigma da escola. O segundo é a mentalidade com a qual a catequese é feita a fim de receber um sacramento. Um terceiro é a instrumentalização do sacramento por causa da pastoral. Desse modo os tempos do Sacramento da Confirmação são estabelecidos pela estratégia pastoral para não perder o pequeno rebanho de jovens que não abandonou a paróquia e não pelo significado que o sacramento possui em si mesmo na economia da vida cristã". https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2020-06/fisichella-novo-diretorio-catequese.html, último acesso em 27 de junho de 2020.

A catequese e a ação evangelizadora sempre estiveram no cerne da missão da Igreja. Todo batizado é chamado a ser discípulo missionário de Jesus Cristo e anunciar a boa nova do Evangelho a todas as pessoas que a queiram ouvir. O querigma que é o anúncio de Jesus Cristo é apresentá-lo para aquele que será batizado.

Por isso, o caminho catecumenal tem três fases: aquela que nos prepara para o Batismo, que na maioria das vezes são os pais e padrinhos que participam. A catequese da primeira Eucaristia, em que é apresentada a missão e vida pública de Jesus e Catequese da Crisma, que apresenta as verdades de fé da Igreja e os demais sacramentos instituídos por Jesus.

No caminho catecumenal são transmitidas, sobretudo, as bases da fé, desde a criação do mundo por Deus até a revelação de seu Filho Jesus Cristo. É transmitido o desígnio providencial de Deus, que escolheu assumir a forma humana para nos transmitir o seu amor. Deus ao se revelar quis se manifestar pessoalmente aos homens. Foi um ato da bondade de Deus se revelar aos homens, e dessa maneira deu a possiblidade dos homens participarem da sua natureza.

A catequese deve ser mistagógica, ou seja, adentrar nos mistérios de Cristo e da Igreja e de tudo que os envolve. Aprofundar os sacramentos em sua essência e observar juntos que os sacramentos são um sinal de amor deixado por Deus para nós. Explanar, sobretudo, na catequese batismal que os sacramentos, principalmente o Batismo, são a porta de entrada dos sacramentos (ianua Sacramentorum) da entrada na Igreja e um sinal de reconciliação e aliança com Deus.

A transmissão da revelação se dá por meio do Espírito Santo. Foi por meio dele que Deus revelou o seu Filho Jesus e é por meio do mesmo Espírito Santo que a Igreja revela a “verdade” da revelação transmitida por Jesus. Essa revelação começou com Deus, revelando o seu Filho Jesus, que ao mesmo tempo revela, no Espírito Santo, o amor do Pai, passou pelos apóstolos e segue até os dias de hoje, graças a ação do mesmo Espírito. Por isso o Evangelho continua vivo e atuante, e conseguimos pôr em prática aquilo que nele está escrito.

A evangelização deve fazer parte da nossa vida enquanto cristãos; devemos levar adiante as palavras do Evangelho, praticá-las no dia a dia. Assim como Jesus enviou os apóstolos dizendo: “Ide por todo mundo e a todos pregai o Evangelho”, Ele diz isso hoje também a todos batizados e batizadas: não deixar o Evangelho morrer, mas atrair novos fiéis para a Igreja por meio da Palavra e da experiência de vida. Manter viva a tradição evangélica e os ensinamentos de Jesus.

Que os nossos catequizandos possam ser os futuros catequistas e anunciadores do Evangelho, que eles levem adiante a missão dada por Jesus. Seremos “felizes” a cada vez que o Senhor nos der a alegria de perceber a sua ação no coração que se converte. Ir atrás sempre da “ovelha perdida” e ficarmos felizes ao cuidar das suas feridas, e fazendo com que ela novamente faça parte do rebanho. O processo de conversão é permanente, sempre a cada dia devemos pedir a Deus que nos dê o dom da fé, de sempre acreditar em sua Palavra. A adesão a Jesus Cristo deve se consolidar a cada dia.

A catequese está no cerne da missão evangelizadora da Igreja. Por meio dela é que a Igreja faz o primeiro anúncio aos catecúmenos que receberão o batismo, e na Igreja a catequese permanece durante toda a vida de fé da pessoa, partindo do batismo até a vida adulta. Uma catequese bem-feita permanece enraizada na pessoa até a sua vida adulta, e ela transmite isso às demais pessoas de sua família, de sua comunidade, do seu trabalho.
A catequese é um elemento fundamental da iniciação cristã; ela está estritamente ligada ao Sacramento do Batismo, que é o sacramento da fé, e por meio dele o cristão expressa a sua fé pela primeira vez publicamente, sendo inserido na Igreja. O Sacramento do Batismo é a porta de entrada nos sacramentos e na Igreja. A catequese está presente desde o Batismo até a vida adulta de cada fiel. E cabe àquele que recebeu o primeiro anúncio levar aquilo que ele recebeu adiante, não guardar jamais para si mesmo. Aquele que recebeu a formação catequética pode vir a ser no futuro um catequista e evangelizar novas pessoas para que a catequese seja um processo contínuo de recepção e de entrega.

A catequese tem a finalidade de nos colocar em comunhão com Jesus Cristo, pois nos colocamos na intimidade com Ele, conhecendo com mais afinco o mistério escondido, seus ensinamentos, palavras e ações, e a comunhão de intimidade que ele mantém com o Pai. A finalidade por excelência da catequese é professar a Fé na Santíssima Trindade que é o Pai, Filho e o Espírito Santo. O processo catecumenal só será completo quando eu professar a Fé em Jesus Cristo e por meio da minha fé n’Ele, fruto de um encontro pessoal com a sua Pessoa, professar a fé no Pai e no Espírito Santo.

A catequese nos ensina a participar da vida comunitária junto com os demais membros da comunidade, formando assim uma comunidade de fé. Aqueles que já são batizados acolhem aqueles novos membros que chegam. Por isso no Sábado Santo, na celebração da Vigília Pascal são sempre acolhidos novos fiéis que após um caminho catecumenal recebem os Sacramentos do Batismo, da Crisma e da Eucaristia, e são convidados a fazer parte daquela comunidade de fé. A comunidade paroquial é uma comunhão de fiéis, que juntos professam a mesma fé em Deus.

A Palavra de Deus deve estar no cerne da catequese em todas as suas etapas, pois a Palavra de Deus tem um lugar primordial na vida da Igreja. É uma tradição oral que recebemos através dos profetas, de Jesus e dos apóstolos e que depois por meio do Magistério da Igreja a temos escrita.
Portanto, a transmissão do Evangelho que se dá por meio da catequese é um anúncio de salvação. A palavra que salva e que dá vida e que transforma a pessoa. Muitas vezes a pessoa se encontrava perdida e desamparada, e sem acreditar na salvação, mas o anúncio evangélico que fazemos a essa pessoa por meio da catequese pode indubitavelmente salvá-la. O anúncio da Palavra de Deus é para todos e aqueles que a ouvem e acreditam que por meio dela podem alcançar a salvação.

Por isso faz parte da vida do catequista ser um “anunciador da Palavra”, propagando a transmissão do Evangelho da vida em cada canto que essa Palavra for anunciada, fazendo com que ela chegue a mais pessoas. Cooperam para que a “salvação” dada por Deus por meio da Palavra chegue a mais pessoas.

Cabe aos pastores da Igreja serem os transmissores da Palavra de Deus por excelência. São os sucessores dos apóstolos, e os sacerdotes à frente de suas paróquias os catequistas por excelência. Os diáconos que têm o ministério da Palavra são instruídos a levar essa “Palavra da Salvação” aos doentes e marginalizados. Essa é a missão da Igreja desde a sua origem, levar adiante a Palavra de Deus a todos os cantos e fazer com que o nome de Jesus seja conhecido por todos.

Portanto, muita coragem e empenho a todos os catequistas e aqueles que trabalham com a Palavra de Deus, para que esta Palavra tenha o poder de chegar a mais pessoas. E que a catequese seja sempre o cerne da ação evangelizadora da Igreja, desde o batismo até a vida adulta das pessoas.

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Novo Diretório para a Catequese: “É urgente uma conversão pastoral"

"É urgente realizar uma 'conversão pastoral' a fim de liberar a catequese de certos laços que a impedem de ser eficaz". Palavras de Dom Rino Fisichella na coletiva de apresentação nesta quinta-feira (25/06) do novo "Diretório para a Catequese”


“Na era digital, vinte anos podem ser comparados, sem exageros, a pelo menos meio século”. A observação é de Dom Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a promoção da Nova Evangelização, durante a apresentação nesta quinta-feira (25/06) na Sala de Imprensa da Santa Sé do novo "Diretório para a Catequese”.

Considerar o que está surgindo
O documento nasceu da necessidade de levar em consideração "com grande realismo o novo que está surgindo, com a tentativa de propor uma leitura que envolvesse a catequese". É por esta razão que o Diretório apresenta "não apenas os problemas inerentes à cultura digital, mas também sugere caminhos a serem tomados para que a catequese se torne uma proposta que encontre o interlocutor capaz de compreendê-la e ver sua adequação com seu próprio mundo". 

Recordar os Sínodos
“Viver cada vez mais a dimensão sinodal faz com que não esqueçamos os últimos Sínodos que a Igreja viveu", explicou Fisichella. O presidente do Dicastério mencionou em particular o Sínodo sobre a Nova Evangelização e transmissão da fé de 2012, com a consequente Exortação Apostólica do Papa Francisco Evangelii gaudium, e o 25º aniversário da publicação do Catecismo da Igreja Católica, que afeta diretamente a competência do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.

Conversão pastoral
"A evangelização ocupa o primeiro lugar na vida da Igreja e no ensinamento diário do Papa Francisco", observou o prelado: “Portanto, a catequese deve estar intimamente ligada à obra de evangelização e não pode ser separada dela. Ela precisa assumir em si mesma as próprias características da evangelização, sem cair na tentação de se tornar um substituto para ela ou de querer impor à evangelização suas próprias premissas pedagógicas”. A partir disso podemos ver o primado do "primeiro anúncio" e o vínculo entre evangelização e catecumenato, "como experiência do perdão oferecido e da nova vida de comunhão com Deus". Segundo Fisichella, "é urgente realizar uma 'conversão pastoral' a fim de liberar a catequese de certos laços que a impedem de ser eficaz". O primeiro ponto pode ser identificado no esquema escolar, segundo o qual a catequese de Iniciação Cristã é vivida no paradigma da escola. O segundo é a mentalidade com a qual a catequese é feita a fim de receber um sacramento. Um terceiro é a instrumentalização do sacramento por causa da pastoral, desse modo os tempos do sacramento da Confirmação são estabelecidos pela estratégia pastoral de não perder o pequeno rebanho de jovens que não abandonaram a paróquia e não pelo significado que o sacramento possui em si mesmo na economia da vida cristã".

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Novo Diretório de Catequese é apresentado pelo Vaticano

O Novo Diretório de Catequese foi redigido pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização e será lançado no dia 25 de junho.


Novo Diretório de Catequese
Nesta quinta-feira, 25 de junho, às 11h30 (6h30 do Brasil), o Vaticano irá lançar o Novo Diretório de Catequese. O documento é redigido pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização (CPPNE).

Em comunicado, a sala de imprensa da Santa Sé informa que o documento é apresentado, em conferência de imprensa, pelo presidente do CPPNE, dom Rino Fisichella; pelo secretário do mesmo organismo, monsenhor Octavio Ruiz Arenas; e pelo delegado para a catequese do CPPNE, monsenhor Franz-Peter Tebartz-van Elst.

O Novo Diretório de Catequese vem sendo trabalhado há vários anos, de acordo com a explicação de dom Rino Fisichella.

“O novo documento para a catequese da Igreja dará atenção particular a muitas das temáticas da sociedade atual que se relacionam com setor da educação cristã, como a cultura digital, a formação de catequistas, a pastoral que é feita em tantos ambientes ou a catequese para pessoas portadoras de deficiência”, afirmou o prelado.

De acordo com o presidente do CPPNE, há necessidade de o novo documento do Catecismo refletir a dimensão da nova evangelização:

“Certamente ajudará a compreender que o grande esforço pastoral é aquele que deriva da formação. O novo diretório será estudado e concebido à luz, não da dimensão sacramental, mas da nova evangelização”.


Amadurecimento da fé
Desde janeiro de 2013, por decisão de Bento XVI, o setor da catequese, na Santa Sé, passou para a competência do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, saindo da esfera da Congregação para o Clero.

Sendo assim, na conferência que proferiu aos padres das dioceses portuguesas do sul, dom Rino Fisichella convidou a “sair do túnel, em que, ao longo de algumas décadas, a catequese foi pensada apenas em vista dos sacramentos” procurando “consentir o amadurecimento da fé em relação com as condições de vida do crente”.

terça-feira, 19 de maio de 2020

‘Os catequizandos são marcantes no cumprimento da minha missão’

A Paróquia São Rafael Arcanjo, em Vista Alegre, que tem 478 catequizandos e 50 catequistas, tem procurado atravessar a realidade da pandemia vivenciando a catequese em casa com as famílias.

Segundo a coordenadora paroquial, Lourdes Maria Gomes Silva, a catequese está sendo realizada através de atividades em vídeos, áudios e transmissões das missas, celebradas pelo pároco, padre Alberto Gonzaga Almeida, que muito tem apoiado as iniciativas para favorecer os catequizandos. “Nos vídeos desenvolvemos atividades com o livro da catequese, incentivando as crianças e as famílias a fazerem as leituras bíblicas, e depois, postar as reflexões. Trocamos vídeos, fotos, tiramos dúvidas, cumprindo nosso compromisso com Jesus”, disse.

Lourdes Maria acrescentou que o compromisso maior é a participação das missas dominicais através das transmissões realizadas pelas mídias da paróquia. “Através de fotos e vídeos diminuímos as saudades da nossa paróquia, de nosso pároco, das crianças e catequistas”, disse Lourdes Maria.

Algumas atividades são criadas pela coordenação, outras pelo próprio catequista da turma, de acordo com sua realidade. “Assim, crianças, famílias e catequistas não deixam de viver os ensinamentos de Jesus”, afirmou Lourdes Maria.

MANDATO DA MISSÃO
Catequista há 28 anos, Lourdes Maria contou que começou como ajudante, depois como catequista auxiliar. “Em pouco tempo, assumi uma turma e até hoje, conduzida pelo Espírito Santo, continuo sendo instrumento de Deus para os pequenos e as famílias.

Muitas foram e são minhas experiências no âmbito de ensinar o amor de Deus para as crianças”, disse.

Além da de coordenar a catequese paroquial, Lourdes Maria também é responsável pela coordenação vicarial da Catequese Especial, um seguimento da Iniciação a Vida Cristã no Vicariato Leopoldina. Também é catequista de Catequese Regular e Especial com formação.


“As experiências com crianças e especiais tornaram-me uma pessoa mais fiel ao mandato de Jesus: ‘Ide, pois, e ensinai a todas as nações’ (Mt 28,19). Os catequizandos são marcantes no cumprimento da minha missão. Cada encontro é uma experiência nova. Muitas vezes, sou catequizada por meus pequenos, outras sou testemunho. Famílias que nos buscam como consolo. São agradecidas com mudanças de comportamento de seus filhos. Famílias que através dos catequizandos conseguem alcançar uma conversão diária”, contou.

COM A FORÇA DO ESPÍRITO SANTO
Nesse tempo de pandemia de isolamento social, Lourdes Maria contou que começou a elaborar projetos e a procurar alcançar objetivos através das mídias sociais. “Por muito tempo, as redes sociais foram um instrumento que nos afastou, hoje nos aproxima. Começamos com as missas online em nossa paróquia, pedindo para as crianças participarem e darem retorno. Uma das ações foi no Domingo de Ramos, quando pedimos para que todos colocassem ramos em suas portas e janelas, celebrando a entrada de Jesus em Jerusalém. No Domingo de Páscoa, pedimos pra colocarem toalhas brancas nas janelas. Está dando certo; temos colhido muitos frutos”, afirmou.

Durante a semana, acontecem outras atividades através de vídeos ou áudios. Neste mês de maio, dedicado a Virgem Maria, os catequizandos foram orientados a ter o compromisso de rezar todos os dias para Nossa Senhora em família.


“Mesmo com todas as dificuldades da pandemia, procuro, como catequista, cumprir a minha missão. Sei que, quem nos sustenta é o Espírito Santo de Deus, que age em nós”, completou Lourdes Maria.

TESTEMUNHAS DO REINO
Junto com Lourdes Maria, outras catequistas da Paróquia São Rafael Arcanjo receberam o chamado para serem testemunhas do Reino de Deus. Ana Cristina Lamberg permanece intensificando as orações diárias, a recitação do terço, por vídeo, com a família e as missas online.


“A pandemia está sendo uma experiência nova para todos. Porém, estou tentando diminuir a saudade que sinto dos meus catequizandos, mandando mensagens via WhatsApp e mensagens por vídeo”, disse Ana Cristina.

Já Maria Tereza Quintela sente falta da convivência da comunidade paroquial. “Sinto falta dos meus adolescentes, dos nossos encontros catequéticos e das experiências trazidas por eles. Também dos sorrisos quando nos encontramos nas missas, e a vontade enorme que eles sentiam em encontrar Jesus na Primeira Eucaristia”, disse Maria Tereza.

Fonte: Jornal Testemunho de Fé, edição 1.003, página 11.

sábado, 2 de maio de 2020

Caminhos da catequese em tempos de pandemia

A pandemia limitou a vida das comunidades paroquiais e das atividades pastorais. Um dos grupos mais afetados, inicialmente, foi a Iniciação Cristã, com seus catequizandos em preparação para receber os sacramentos da Confissão, da Primeira Comunhão e do Crisma.

As paróquias tiveram que se reiventar. Assim aconteceu com a Iniciação Cristã da Paróquia São Paulo Apóstolo, em Copacabana. “Vendo que os dias estavam passando, já que mal havíamos iniciado o ano e já tivemos que parar atividades, estando com uma turma de 1ª etapa finalizando o livro e da 2ª etapa nos últimos encontros para receberem a Primeira Eucaristia, começamos a ficar preocupados”, contou os coordenadores Marcelo Sampaio e Cristina de Andrade Pinto, da catequese, pré, 1ª etapa e 2ª etapa.
A catequese na Paróquia São Paulo Apóstolo precisou ser reinventada

Em conjunto, a equipe de catequistas refletiu que a evangelização é permanente, e por isso, não pode parar. Era preciso manter a chama de Cristo acesa nos corações das crianças e, principalmente, dos pais e responsáveis. A equipe também refletiu que o tempo é curto e que a evangelização acontecia somente aos domingos.

Ainda que muitos pais não se dediquem tanto em assumir a missão de primeiros catequistas em casa. “Corríamos o risco das crianças acabarem se distanciando do grupo catequético, podendo esquecer as informações recebidas ao longo do ano, e perderiam também o costume de se encontrar com o sagrado”, contou Marcelo.

Pensando na situação, surgiu a ideia do que poderia ser feito de concreto que envolvesse a catequese em família. Seria preciso manter a chama da fé acesa e alimentar o conhecimento dos catequizandos. Desta forma, seria um estímulo para que todos pudessem continuar conectados com a fé, com Jesus Cristo. “Partilhamos, via online, o projeto com nosso pároco, padre Paulo de Tarso Rodrigues. Ele nos acolheu e abençoou nossa iniciativa, e colocamos as mãos na massa”, disse Cristina. Marcelo Sampaio contou que o primeiro passo foi comunicar aos catequistas o que seria feito, pedindo a adesão de todos, com o envio de materiais, trabalhos e tudo o que gostariam que fosse divulgado. 
Os catequizandos se alegraram com a catequese em casa

Por meio do aplicativo WhatsApp, acrescentou Cristina, foi anunciado aos pais e responsáveis que a catequese teria continuidade, porém de forma online. “Todos ficaram alegres e aceitaram a proposta. Dissemos que não seria substituição da catequese presencial, mas uma outra forma de evangelizar, até que nos encontrássemos de novo na paróquia”, disse Marcelo.

“Desde então, estamos enviando para o grupo dos pais e responsáveis páginas do livro de catequese a serem trabalhadas em casa, com a família, além de atividades extras e vídeos.Estamos ainda pedindo a participação nas missas online de nossa paróquia ou pela TV”, acrescentou Cristina.
Ações para manter a chama da fé nas crianças

Uma das sugestões foi as confecções de cartazes e cartão de Feliz Páscoa, distribuídos aos paroquianos e nos demais grupos de WhatsApp da paróquia. “A cada semana, as crianças nos enviam o que foi feito, e nós vamos comentando, tirando dúvidas dos pais e pedindo para que todos trabalhem juntos”, disse Marcelo.

“Estamos percebendo a importância do envolvimento da família neste processo de iniciação à vida cristã. Têm sido bastante gratificantes estes encontros com Cristo”, completou Cristina.

Fonte: Jornal Testemunho de Fé, edição 3 a 9 de maio de 2020 - pág. 8

terça-feira, 10 de março de 2020

Grupo de Reflexão Bíblico-Catequética aprofunda tema e lema do Mês da Bíblia de 2021

Aconteceu entre os dias 07 e 08 de março, no Centro Cultural Missionário (CCM), em Brasília (DF), a reunião do Grupo de Reflexão Bíblico–Catequética (GREBICAT). Dom José Antonio Peruzzo, presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pronunciou as palavras iniciais, valorizando a riqueza do grupo que conta com membros veteranos, bem como acolhe iniciantes. A nova composição do grupo levou em conta a diversidade e o campo de atuação: homens e mulheres, leigos e leigas, religiosas e presbíteros, alguns mais ligados ao estudo da Sagrada Escritura, outros da Catequese. 
O primeiro tema da reunião contou com a colaboração do professor Joel Antônio Ferreira (PUC Goiás), convidado para elaborar o texto–base do mês da Bíblia de 2021. O tema do Mês da Bíblia 2021 será “Carta de São Paulo aos GÁLATAS” e o lema “Pois todos vós sois UM só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d). O lema provém do Hino Batismal da carta paulina que, por sua vez, dá as chaves para a abertura das portas de toda a epístola, que traz temas importantes como a igualdade e a liberdade em Cristo Jesus. 
Ao longo da apresentação do texto, os participantes deram suas contribuições para enriquecê-lo e para bem adaptá-lo as realidades da base. Ainda no primeiro dia de encontro, o professor Cláudio Vianney Malzoni trabalhou o tema Bíblia como literatura numa perspectiva narrativa. O assessor resgatou a importância da Bíblia como obra literária, em sua beleza. Além disso, destacou a importância das Sagradas Escrituras para a cultura ocidental. Malzoni insistiu que é preciso ser educado para uma sensibilidade que seja capaz de fazer uma interpretação profunda do texto sagrado. O diálogo do grupo trouxe contribuições que seguiram apontando a importância deste tema para a evangelização. 
No segundo dia de encontro, padre Abimar Morais abordou o tema Unidade Sacramental, partindo de alguns desafios. De acordo com ele, urge a recuperação do nexo entre sacramentos e vida, bem como o resgate da unidade entre os sacramentos da iniciação cristã. “O tema é desafiador, porque há indicativos que apontam não somente para uma compreensão unitária, mas também para uma nova configuração na ordem dos sacramentos. Tal revisão cria resistências. Por outro lado, a abordagem é oportuna, pois o Brasil está em processo de inserção dentro de uma mentalidade iniciática que visa à formação de discípulos missionários”, disse.  
Diante desta reflexão, os integrantes puderam discutir sobre os desafios da atualidade: integrar a pastoral do Batismo infantil ao projeto de inspiração catecumenal e repensar a catequese do Crisma. As discussões do grupo também trouxeram a questão importante da sequência dos sacramentos: o Batismo como a porta de entrada, complementado pela Confirmação, sendo a Eucaristia o último sacramento a ser recebido, conforme já fora indicado pelo papa Bento XVI na Sacramentum Caritatis. 
Já o presbítero e a iniciação cristã foi o tema trabalhado pelo padre Eduardo Calandro. O ponto de partida da reflexão é o desafio de fazer com que os presbíteros estejam alinhados com a nova mentalidade de iniciação. “Se se deseja avançar pastoralmente, a conscientização dos presbíteros sobre sua responsabilidade é fundamental. A IVC está alicerçada na tríade catequista-presbítero-comunidade, podendo contribuir muito na concretização da pastoral orgânica”, afirmou o padre. O grupo discutiu caminhos para ajudar na conscientização dos presbíteros, em especial dos párocos, sobre a sua importância dentro dos novos processos de iniciação. 
O último tema foi motivado pela irmã Sueli Cruz, que tratou do anúncio querigmático hoje: perspectivas e desafios. Irmã Sueli insistiu que o primeiro anúncio deve estar construído a partir da encarnação, vida, morte e ressurreição. Destacou ainda que, muitas vezes, insiste-se em um Cristo sem cruz, uma espécie de encontro anestésico e intimista, o que de acordo com ela, é perigoso para a catequese a serviço da iniciação à vida cristã. “Muito se tem falado sobre a importância do querigma dentro do processo iniciático, mas é preciso fazê-lo sem empobrecer o mistério de Cristo e sem perder os próprios valores evangélicos”, disse. 
No final do encontro, padre Jânison de Sá, assessor nacional da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, conduziu a avaliação do encontro. O grupo do GREBICAT se manifestou feliz com a sua reestruturação e com a rica partilha acontecida. “Os integrantes seguem animados com a missão que se descortina, dispostos a dar indicativos de reflexão que ajudem a Igreja do Brasil no caminho rumo a uma catequese à serviço da iniciação à vida cristã”, finalizou. 


quarta-feira, 12 de setembro de 2018

A catequese não pode falhar

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo (SP) 

Na última semana de agosto, está em destaque a vocação dos cristãos leigos e as muitas maneiras como eles participam da vida e da missão da Igreja. A Igreja é formada por um imenso “povo de batizados”, um “povo de vocacionados”, em que cada um recebeu de Deus um dom para o seu próprio proveito, mas também para o proveito da Igreja inteira. Recebemos os dons em função de missões que devemos cumprir.
Dois são os vastos campos da vida e da missão da Igreja onde os leigos são chamados a participar: na vida interna da Igreja, eles exercem diversos ministérios não ordenados e também partilham, com o clero, as responsabilidades pelo anúncio do Evangelho, a organização dos vários serviços nas comunidades e o testemunho da vida cristã.
O outro vastíssimo campo da missão dos leigos é o “mundo secular”, onde eles são cidadãos ao lado dos demais cidadãos, encarregados de promover a “obra boa” em relação à vida familiar e matrimonial, à educação, à cultura e ao trabalho profissional, às responsabilidades públicas e políticas. Os leigos são mensageiros do Evangelho pela palavra, a ação e o testemunho nos ambientes do “mundo”, onde a Igreja não está presente como instituição.
Os cristãos leigos têm a missão, em nome da Igreja, de edificar o mundo conforme o reino de Deus. Em todas as instâncias da vida e da atividade humana em que estão inseridos, eles devem fazer levar a luz, o sal e o fermento do Evangelho de Cristo. São testemunhas de Deus e ajudam as pessoas a se encaminharem para Deus. E cabe-lhes a missão nada fácil de fazer a síntese entre a fé professada e a vida de cada dia.
Entre os leigos que desempenham serviços na vida interna da Igreja lembramos especialmente os catequistas. Eles têm a missão de ajudar os irmãos na iniciação à vida cristã e na fé da Igreja Católica. São pedagogos da fé, que ajudam crianças, adolescentes, jovens e adultos a conhecerem os mistérios da fé e da vida cristã e os introduzem, pouco a pouco, na vida da comunidade eclesial.
A fé e a vida cristã despertam do encontro com Deus e com Jesus Cristo Salvador e, por isso, a ação dos catequistas tem o objetivo de ajudar as pessoas a terem esse encontro com Deus através do conhecimento das verdades da fé e através da prática cristã. Os catequistas ajudam a fazer a experiência da fé vivida, conforme o convite do salmo: “provai e vede como o Senhor é bom!” (Sl 33/34).
A catequese é um aspecto fundamental da evangelização e não pode faltar em nenhuma paróquia ou comunidade cristã. Ela possui diversos momentos, que vão do “primeiro anúncio”, ou querigma, ao aprofundamento do conhecimento e da adesão de fé, e deve levar à maturidade da fé, que se traduz na vida cristã coerente e na prática das virtudes e das bem-aventuranças. De fato, a catequese continua ao longo de toda a vida e requer sempre novos aprofundamentos diante das situações e circunstâncias novas da vida.
A boa catequese não pode ater-se apenas ao conhecimento intelectual da fé e da religião, mas precisa ser orientada necessariamente à prática da vida cristã: deve levar à oração, nas suas múltiplas formas; à vida moral coerente com os mandamentos de Deus e com os ensinamentos de Jesus; deve levar à prática das virtudes, à vida honesta e ao envolvimento social para a edificação do mundo “conforme Deus”. A catequese deve também levar à participação ativa e generosa na vida e na missão da comunidade cristã. O caminho da catequese não pode deixar de ser um caminho paciente e perseverante de inserção na comunidade eclesial, onde os católicos se sentem como em sua casa e em sua família. Por isso, a catequese não pode deixar de apresentar uma boa e correta visão da Igreja de Cristo, da qual os catequizandos também são parte e devem sentir-se participantes. A catequese seria muito incompleta se não conseguisse transmitir também um amor sincero e filial à Igreja.
O sínodo arquidiocesano que estamos realizando deverá fazer uma boa avaliação sobre a situação real da catequese em nossas paróquias e comunidades. A catequese é uma ação prioritária da Igreja e deve merecer o melhor de nossas atenções. Se ela for falha, estaremos colocando seriamente em risco o futuro da evangelização e da transmissão da fé cristã.

Fonte: http://www.cnbb.org.br/a-catequese-nao-pode-falhar/