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segunda-feira, 9 de abril de 2018

Nova Exortação Apostólica do Papa Francisco lançada hoje: "Gaudete et Exsultate"

Os desafios de ser santos no mundo atual. Em sua Exortação Apostólica 'Gaudete et Exsultate', o Papa dá indicações sobre como viver a santidade - um chamado que é para todos - em um mundo que apresenta tantos desafios à fé. Mas Francisco começa o documento, falando sobre o espírito de alegria.

Nós nos tornamos santos vivendo as bem-aventuranças, o caminho principal porque "contra a corrente" em relação à direção do mundo. O chamado à santidade é para todos, porque a Igreja sempre ensinou que é um chamado universal e possível a qualquer um, como demonstrado pelos muitos santos "da porta ao lado".
A vida de santidade está assim intimamente ligada à vida de misericórdia, "a chave para o céu". Portanto, santo é aquele que sabe comover-se e mover-se para ajudar os miseráveis e curar as misérias. Quem esquiva-se das "elucubrações" de velhas heresias sempre atuais e quem, entre outras coisas, em um mundo "acelerado" e agressivo "é capaz de viver com alegria e senso de humor."

Não é um "tratado", mas um convite 
É precisamente o espírito de alegria que o Papa Francisco escolhe colocar na abertura de sua última Exortação Apostólica.
O título "Gaudete et Exsultate", "Alegrai-vos e exultai," repete as palavras que Jesus dirige "aos que são perseguidos ou humilhados por causa dele”.
Nos cinco capítulos e 44 páginas do documento, o Papa segue a linha de seu magistério mais profundo, a Igreja próxima à "carne de Cristo sofredor."
Os 177 parágrafos não são – adverte -  "um tratado sobre a santidade, com muitas definições e distinções", mas uma maneira de "fazer ressoar mais uma vez o chamado à santidade", indicando "os seus riscos,  desafios e oportunidades"(n. 2).

A classe média da santidade 
Antes de mostrar o que fazer para se tornar santos, o  Papa Francisco se detém no primeiro capítulo sobre o "chamado à santidade" e reafirma: há um caminho de perfeição para cada um e não faz sentido desencorajar-se  contemplando "modelos de santidade que lhe parecem inatingíveis" ou procurando  “imitar algo que não foi pensado para ele”. (n. 11).
"Os santos, que já chegaram à presença de Deus" nos “protegem, amparam e acompanham" (n. 4), afirma o Papa. Mas, acrescenta, a santidade a que Deus nos chama, irá crescendo com "pequenos gestos" (n. 16 ) cotidianos, tantas vezes testemunhados por “aqueles que vivem próximos de nós", a "classe média de santidade" (n. 7).

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Amoris Laetitia

D. Orani João Tempesta
Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro

Acaba de ser publicada a aguardada Exortação pós-sinodal sobre a Família, do Papa Francisco, que tem por título “A alegria do amor” (Amoris Laetitia). É um documento longo que cita muito o parecer dos Padres Sinodais. Os cardeais e o casal que apresentaram o documento na sala de imprensa do Vaticano foram unânimes em falar da alegria em ler esse documento e a importância de acolhe-lo com carinho.
São 325 parágrafos distribuídos em nove partes assim discriminadas: À luz da Palavra; A realidade e os desafios da família; Olhar fixo em Jesus: A vocação da família; O amor no matrimônio; O amor que se torna fecundo; Algumas perspectivas familiares; Reforçar a educação dos filhos; Acompanhar, discernir e integrar a familiaridade e espiritualidade conjugal e familiar. Encerra-se com uma Oração à Sagrada Família.
Seu conteúdo é assim sintetizado pelo Papa: “No desenvolvimento do texto, começarei por uma abertura inspirada na Sagrada Escritura, que lhe dê o tom adequado. A partir disso, considerarei a situação atual das famílias, para manter os pés no chão. Depois lembrarei alguns elementos essenciais da doutrina da Igreja sobre o matrimônio e a família, seguindo-se os dois capítulos centrais, dedicados ao amor. Em seguida destacarei alguns caminhos pastorais que nos levem a construir famílias sólidas e fecundas segundo o plano de Deus, e dedicarei um capítulo à educação dos filhos. Depois deter-me-ei em um convite à misericórdia e ao discernimento pastoral perante situações que não correspondem plenamente ao que o Senhor nos propõe; e, finalmente, traçarei breves linhas de espiritualidade familiar” (n. 6).
O Documento tem, pois, início lembrando que, não obstante as crises pelas quais passa a família, enquanto instituição querida por Deus, o desejo de perpetuá-la permanece vivo nas novas gerações, conforme observaram os Padres Sinodais e, por isso, é preciso se debruçar sobre a família com seus valores e desafios nos nossos dias sob o prisma moral, doutrinal, espiritual e pastoral. Isto tudo, sem negar o Magistério da Igreja, dá lugar à pluralidade de interpretações de uma mesma doutrina em diversos locais diferentes à luz da Misericórdia de Deus, cujo Ano Extraordinário estamos vivendo (n. 1-8).
Passa o Papa a lembrar que a Sagrada Escritura está repleta de histórias de famílias com suas alegrias, belezas e dificuldades, sem que essa instituição esmoreça. Muito aparece também a expressão “Tu e tua esposa”, ou seja, o homem e a mulher (por exemplo, Mt 19,9 que remete a Gn 2,24 e 1,27) a terem seus filhos e filhas como brotos de oliveira ao redor de tua mesa (cf. Sl 128/127,3); as primeiras comunidades cristãs se reúnem em casas, local da convivência familiar por excelência. É, no entanto, também na família que ocorrem experiências dolorosas de brigas, doenças e mortes, mas, no fim dos tempos, Deus enxugará nossas lágrimas e não haverá mais morte ou dor (cf. Ap 21,4). Dentro da mesma família com suas dificuldades, estão também dois pontos importantes do convívio material e espiritual: o trabalho e o carinho do abraço, que é responsabilidade de todos (cf. n. 9-30).

sexta-feira, 8 de abril de 2016

A alegria do amor: misericórdia e integração para todas as famílias

“A alegria do amor” (Amoris Laetitia) é o título da Exortação Apostólica pós-sinodal que o Papa Francisco assinou em 19 de março passado, Solenidade de São José, e que foi apresentada nesta sexta-feira, 8 de abril, no Vaticano.
A Exortação tem nove capítulos e a oração final à Santa Família. O documento reúne os resultados dos dois Sínodos sobre a família convocados pelo Papa Francisco em 2014 e 2015. 

“À luz da Palavra”
No primeiro capítulo, o Papa indica a Palavra de Deus como uma “companheira de viagem para as famílias que estão em crise ou imersas em alguma tribulação, mostrando-lhes a meta do caminho”.  

“A realidade e os desafios das famílias”
Partindo do terreno bíblico, no segundo capítulo, o Papa insiste no caráter concreto, que estabelece uma diferença substancial entre teorias de interpretação da realidade e ideologias. “Sem escutar a realidade não é possível compreender nem as exigências do presente nem os apelos do Espírito”, aponta. “Jesus propunha um ideal exigente, mas não perdia jamais a proximidade compassiva às pessoas frágeis”. 

"O olhar fixo em Jesus: a vocação da família”
O terceiro capítulo é dedicado a alguns elementos essenciais do ensinamento da Igreja sobre o matrimônio e a família. Ilustra a vocação à família assim como ela foi recebida pela Igreja ao longo do tempo, sobretudo quanto ao tema da indissolubilidade, da sacramentalidade do matrimônio, da transmissão da vida e da educação dos filhos. A reflexão inclui ainda as famílias feridas e o Papa recorda aos pastores que, “por amor à verdade, estão obrigados a discernir bem as situações”, já que o grau de responsabilidade não é igual em todos os casos: “É preciso estar atentos ao modo como as pessoas vivem e sofrem por causa da sua condição”.  

(Baixe a exortação apostólica na seção “Download” ao lado direito)