(parte 4)
3.
«Para nos estimularmos ao amor e às boas obras»: caminhar juntos na
santidade.
Esta
afirmação da Carta aos Hebreus (10, 24) impele-nos a considerar a
vocação universal à santidade como o caminho constante na vida espiritual, a
aspirar aos carismas mais elevados e a um amor cada vez mais alto e fecundo
(cf. 1 Cor 12, 31 – 13, 13). A atenção recíproca tem como finalidade estimular-se,
mutuamente, a um amor efetivo sempre maior, «como a luz da aurora, que cresce
até ao romper do dia» (Prov 4, 18), à espera de viver o dia sem ocaso em Deus. O tempo, que nos é
concedido na nossa vida, é precioso para descobrir e realizar as boas obras, no
amor de Deus. Assim a própria Igreja cresce e se desenvolve para chegar à plena
maturidade de Cristo (cf. Ef 4, 13). É nesta perspectiva dinâmica de
crescimento que se situa a nossa exortação a estimular-nos reciprocamente para
chegar à plenitude do amor e das boas obras.
Infelizmente,
está sempre presente a tentação da tibieza, de sufocar o Espírito, da recusa de
«pôr a render os talentos» que nos foram dados para bem nosso e dos outros (cf. Mt 25,
24-28). Todos recebemos riquezas espirituais ou materiais úteis para a
realização do plano divino, para o bem da Igreja e para a nossa salvação
pessoal (cf. Lc 12, 21; 1 Tm 6, 18). Os mestres
espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua.
Queridos irmãos e irmãs, acolhamos o convite, sempre atual, para tendermos à «medida alta da vida cristã» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31). A Igreja, na sua sabedoria, ao reconhecer e proclamar a bem-aventurança e a santidade de alguns cristãos exemplares, tem como finalidade também suscitar o desejo de imitar as suas virtudes. São Paulo exorta: «Adiantai-vos uns aos outros na mútua estima» (Rm 12, 10).
Queridos irmãos e irmãs, acolhamos o convite, sempre atual, para tendermos à «medida alta da vida cristã» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31). A Igreja, na sua sabedoria, ao reconhecer e proclamar a bem-aventurança e a santidade de alguns cristãos exemplares, tem como finalidade também suscitar o desejo de imitar as suas virtudes. São Paulo exorta: «Adiantai-vos uns aos outros na mútua estima» (Rm 12, 10).
Que
todos, à vista de um mundo que exige dos cristãos um renovado testemunho de
amor e fidelidade ao Senhor, sintam a urgência de esforçar-se por adiantar no
amor, no serviço e nas obras boas (cf. Heb 6, 10). Este apelo ressoa
particularmente forte neste tempo santo de preparação para a Páscoa. Com votos
de uma Quaresma santa e fecunda, confio-vos à intercessão da Bem-aventurada
Virgem Maria e, de coração, concedo a todos a Bênção Apostólica.
Vaticano,
3 de Novembro de 2011