Por D. Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo do Rio de Janeiro
Em
sintonia com o pedido do Papa Francisco, toda a Igreja Católica está sendo
convidada a celebrar uma hora santa, no dia 2 de junho (nesta data, na maior
parte do mundo, celebra-se a solenidade de Corpus Christi, que é transferida
para o domingo seguinte nos países em que o dia da festa, quinta-feira, não é
feriado).
Por ocasião do Ano da Fé, o Papa
Francisco convocou os fiéis para um gesto único: que às 17h de domingo (horário
local, meio-dia no horário de Brasília), todos os católicos do mundo se unam em
um gesto de comunhão com o Senhor, com o vigário de Cristo, com todo o Colégio
Episcopal e com a Igreja espalhada por toda a Terra, em uma hora de adoração ao
Santíssimo Sacramento, que será presidida pelo Papa, na Basílica de São Pedro.
Em nossa
Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, decidimos que, às 12h, estaremos
unidos ao Papa em adoração, na Paróquia de Santana, Santuário de Adoração
Perpétua, nas intenções pedidas pelo Papa Francisco e, particularmente, pelo
êxito da Jornada Mundial da Juventude que se realizará em nossa Cidade
Maravilhosa de 23 a
28 de julho próximos. As demais paróquias e capelas farão essa adoração em
outro momento oportuno, convocando todos os fiéis.
Neste mês
de maio, a intenção geral de oração do Papa Francisco é pelos agentes da
Justiça, para que “atuem sempre com integridade e reta consciência”. Já a
intenção missionária refere-se aos seminários. “Que os seminários,
especialmente os que se encontram em Igrejas de missão, formem pastores segundo
o coração de Cristo, dedicados por inteiro ao anúncio do Evangelho”. Estas
intenções também deverão ser colocadas em nossa Hora Santa, momento em que
todos os bispos, padres, diáconos e fiéis da Arquidiocese do Rio estarão unidos
em adoração ao Santíssimo.
Acho
oportuno lembrarmos da necessidade da reserva eucarística nos nossos
tabernáculos. A Santa Igreja nos ensina que “a reserva do corpo de Cristo para
a comunhão dos enfermos criou entre os fiéis o louvável costume de se
recolherem em oração para adorar Cristo realmente presente no sacramento
conservado no sacrário. Recomendada pela Igreja aos pastores e fiéis, a
adoração do Santíssimo é uma alta expressão da relação existente entre a
celebração do sacrifício do Senhor e a sua presença permanente na hóstia
consagrada” (Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos. Ano
da Eucaristia, nº 13).
“De fato,
na Eucaristia, o Filho de Deus vem ao nosso encontro, e deseja unir-Se conosco;
a adoração eucarística é apenas o prolongamento visível da celebração
eucarística, a qual, em si mesma, é o maior ato de adoração da Igreja: receber
a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração d’Aquele que
comungamos. Precisamente assim, e somente assim, é que nos tornamos um só com
Ele e, de algum modo, saboreamos antecipadamente a beleza da liturgia celeste.
O ato de adoração fora da Santa Missa prolonga e intensifica aquilo que se fez
na própria celebração litúrgica. Com efeito, somente na adoração pode maturar
um acolhimento profundo e verdadeiro. Precisamente neste ato pessoal de
encontro com o Senhor amadurece depois também a missão social, que está
encerrada na Eucaristia e deseja romper as barreiras, não apenas entre o Senhor
e nós mesmos, mas também, e sobretudo, as barreiras que nos separam uns dos
outros” (cf. Exortação Apostólica Pós-sinodal, “Sacramentum Caritatis”, nº 66).
A
adoração ao Santíssimo Sacramento nos ensina a contemplar a grandeza da
Eucaristia, sinal visível da presença de Cristo entre nós: “O permanecer em
oração diante do Senhor vivo e verdadeiro no santo sacramento amadurece nossa
união com Ele: dispõe-nos para a frutuosa celebração da Eucaristia e prolonga
as atitudes de culto por ela suscitadas” (Ano da Eucaristia, nº 13).
Recomendo
que os fiéis que vão participar, no dia 2 de junho, ao meio-dia, da adoração
estejam em estado de graça. Por isso, recomendo que nesta semana os párocos
favoreçam, sobretudo, o atendimento das confissões para que os fiéis possam
haurir as graças necessárias deste vivo momento de adoração ao Santíssimo.
Quem
adora a Jesus deve buscar viver uma vida digna, ser testemunhas fiéis, assíduas
à leitura orante da Sagrada Escritura, especialmente que conheçam os Santos
Evangelhos, como também tenham sempre mais interesse pelo estudo da doutrina
católica, sobretudo pelo que a Igreja ensina através de seu Catecismo e de seus
documentos.
Reconhecendo
Jesus na Eucaristia, precisamos também reconhecê-Lo entre nós, em todas as
pessoas e, especialmente, na pessoa dos mais sofredores, daqueles que vivem nas
periferias, a quem somos chamados a evangelizar, indo ao seu encontro.
A
celebração e a adoração eucarística permitem abeirar-nos do amor de Deus e a
Ele aderir pessoalmente até a união com o bem-amado Senhor. O amor a Jesus
Eucaristia, quer na Santa Missa, quer em adoração solene, quer em adoração fora
de uma capela ou igreja, não nos deixa estacionados; impele-nos ao amor
fraterno sem o qual não se justifica a nossa fé. O Santo Padre Bento XVI diz a
este respeito que “a Eucaristia impele todo o que acredita” neste mistério de
amor sacrificial de Jesus a fazer-se ‘pão repartido’ para os outros e,
consequentemente, a empenhar-se por um mundo mais justo e fraterno”. Ou seja,
“nasce, assim, à volta do mistério eucarístico – refere ainda o Santo Padre – o
serviço da caridade para com o próximo – como ‘testemunhas da compaixão de Deus
para cada irmão ou irmã’ –, que consiste precisamente no fato de eu amar, em
Deus e com Deus, a pessoa que não me agrada ou que não conheço sequer”.
Que
possamos todos, clero e povo de nossa arquidiocese, joelhos ao chão e olhos e
corações para o céu, no próximo dia 2, às 12hs, entrarmos em comunhão com Cristo,
o seu vigário na Terra, e toda a Igreja nesta corrente mundial de orações e
adoração ao Santíssimo Sacramento nas intenções da Igreja, do Papa e do êxito
da JMJ Rio2013.
Graças e
louvores se dê a cada momento! Ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento! Vinde e
adoremos!