Por Dom Orani João Tempesta, O. Cist.
No segundo
domingo de maio, mês de Maria, comemora-se o Dia das Mães em nosso país. É uma
data civil, mas na qual podemos também ver a importância dessa comemoração como
um belo sinal da vida. Ser mãe é um grande mistério de Deus em favor da
humanidade! Queremos colocar diante do Altar do Deus Uno e Trino todas as
nossas queridas mamães. Aquelas que, com a graça de Deus, ainda peregrinam
neste mundo conosco e aquelas, como a minha saudosa mamãe, que já contemplam a
visão beatífica de Deus, no céu, sendo nossas poderosas intercessoras.
Cresci em
uma família numerosa. Belos tempos! Muitas pessoas hoje pensam que a família
deve ser constituída de marido e mulher e apenas um ou dois filhos, em nome de
uma falácia de que é muito caro oferecer estudo privado e uma vida de qualidade
para os seus filhos. As famílias numerosas são bênçãos de Deus. Os pais serão
amparados na melhor idade pelos muitos filhos e netos, e esse intercâmbio
familiar renova e respira um ar puro da graça de Deus nas famílias numerosas.
Queridas
mulheres: não tenham medo da maternidade! Não tenham medo de ter filhos! Mesmo
personagens midiáticas dão testemunho da beleza e emoção da maternidade. Também
não tenham medo de educar os filhos na fé católica! A mulher, hoje, com grande
júbilo, vem ocupando um lugar de destaque cada vez maior na sociedade e no
trabalho. A mãe não renuncia à sua missão primeira e precípua de educar os seus
filhos, de ouvi-los, de ensiná-los a falar, de ensiná-los a ouvir, de
ensiná-los a enxergar as maravilhas de Deus e educá-los transmitindo a fé católica
recebida de pais para filhos.
Na festa
da Sagrada Família de 2012, em Roma, o Papa Bento XVI assim nos alertou: “A
preocupação de Maria e José para com Jesus é a mesma de cada pai que educa um
filho, o introduz na vida e na compreensão da realidade. Hoje, portanto, é
necessária uma oração especial ao Senhor por todas as famílias do mundo.
Imitando a Sagrada Família de Nazaré, os pais se preocupam seriamente com o
crescimento e educação dos filhos, para que, amadurecidos como homens
responsáveis e cidadãos honestos, sem se esquecer jamais de que a fé é um dom
precioso que deve ser alimentada nos filhos com o exemplo pessoal”.
Como o
Papa naquela época convocou todo o mundo a rezar para que cada criança possa
ser “acolhida como dom de Deus” e que encontre em sua família o sustento para
“crescer como o Senhor Jesus em sabedoria, idade e graça diante de Deus e dos
homens”, hoje faço o mesmo apelo a todas as mães que, unidas aos seus maridos,
sejam escola de evangelização para os seus filhos e que não tenham medo de ter
filhos e educá-los na fé. “O amor, a fidelidade e a dedicação de Maria e José
sejam exemplos para todos os esposos cristãos, que não são os amigos ou os
patrões da vida de seus filhos, mas os protetores deste dom incomparável de
Deus (...). O silêncio de José, homem justo, e o exemplo de Maria, que
conservava todas as coisas em seu coração, nos façam entrar no mistério pleno
da fé e da humanidade da Sagrada Família. Desejo a todas as famílias cristãs
que vivam na presença de Deus com o mesmo amor e alegria da família de Jesus,
Maria e José”, concluiu o papa, celebrando a Sagrada Família, modelo para todas
as nossas famílias.
As mães
são mulheres de oração: lembremo-nos de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho,
na intercessão pela conversão do filho. Como gratidão por tê-lo tão
profundamente impregnado da doutrina de Cristo, São Gregório Magno mandou
pintar sua mãe Sílvia ao seu lado, com vestido branco e a mitra dos doutores,
estendendo dois dedos da mão direita, como para abençoar, e tendo na mão
esquerda o livro dos santos Evangelhos diante dos olhos de seu filho. Quem nos
deu São Bernardo, e o fez tão puro, tão forte, tão abrasado de amor por Deus?
Sua mãe, Aleth. Por isso, as mães são as educadoras de seus filhos na fé.
Gostaria
de fazer um apelo a todas as mães, particularmente às mães dos sacerdotes, bem
como a todos os cônjuges, para que se dediquem generosamente na educação dos
filhos, preparando o fértil terreno espiritual onde brotam e amadurecem as
vocações ao sacerdócio e à vida consagrada. Oremos para que, por intercessão de
Nossa Senhora do Bom Conselho, as famílias cristãs se tornem pequenas Igrejas
em que todas as vocações e todos os carismas possam ser acolhidos e
valorizados.
Quero
enviar, de coração, minha especial bênção a todas as mães de nossa
Arquidiocese. Uma saudação especial às mães que, de maneira generosa, abrem as
portas de seus lares para receberem os jovens peregrinos para a JMJ Rio2013,
bem como às mães que estão doentes. Saúdo as mães que sofrem com os seus filhos
nos presídios, para que não percam a esperança de que, terminado esse tempo,
seus filhos voltem para os seus braços. Manifesto a minha proximidade às mães
que estão nos cárceres de nossa Arquidiocese. Que esse período não esmoreça a
sua maternidade e oportunidade para um renascimento espiritual. Enfim, às
mães hospitalizadas ou acamadas, meu carinho especial. A todas as mães, a minha
bênção e a minha proximidade, meu carinho, meu afeto e o meu Deus lhes pague
pelo seu sim generoso e a sua abertura à vida. Que estas mulheres continuem
dando testemunho da beleza do mistério da vida da sua maternidade, o maior dom
de Deus em favor da humanidade.
Parabéns!
Que Deus e a Bem-Aventurada Virgem Maria abençoe todas as nossas mães. Amém, Aleluia!