“Quando
Deus vem e se aproxima, é sempre festa”, disse o Papa na homilia proferida na
manhã de ontem, 3 de outubro, na Casa Santa Marta, concelebrando a missa com os
cardeais membros do Conselho que está reunido desde dia 1º no Vaticano.
O Papa
ressaltou que não se pode transformar a memória da salvação numa lembrança, num
“evento costumeiro". "A missa não é um evento social e sim a presença
do Senhor em meio de nós".
Francisco
se inspirou na primeira leitura, do Livro de Neemias, centrando sua homilia no
tema da memória “que toca o coração”:
“Isto não
é importante só nos grandes momentos históricos, mas na nossa vida; todos temos
memória da salvação. Mas ela está próxima de nós? Ou é uma memória distante,
arcaica, uma memória de museu...? Quando a memória não é próxima, se torna uma
simples recordação”.
“E esta
alegria é a nossa força. A alegria da memória próxima. Ao invés, a
memória domesticada, que se afasta e se torna uma simples recordação, não
aquece o coração, não nos dá alegria e não nos dá força. Este encontro com a
memória é um evento de salvação, é um encontro com o amor de Deus que fez
história conosco e nos salvou; é um encontro de salvação. E é tão bom ser
salvos que é preciso festejar”.
“Quando
Deus vem e se aproxima – afirmou, há sempre festa. E muitas vezes nós cristãos
temos medo de festejar: esta festa simples e fraterna que é um dom da
proximidade do Senhor. A vida, acrescentou o Papa, nos leva a afastar esta
proximidade, e a manter somente a lembrança da salvação, não a memória que está
viva”. “A Igreja tem a “sua” memória, que é a Paixão de Senhor. Também conosco
acontece de afastar esta memória e transformá-la numa lembrança, num evento
habitual”.
“Toda
semana vamos à igreja, ou quando alguém morre vamos ao funeral... e essa
memória, muitas vezes, nos aborrece porque não é próxima. É triste, mas a missa
muitas vezes se transforma num evento social e não estamos próximos da memória
da Igreja, que é a presença do Senhor diante de nós.”
“Peçamos
ao Senhor – concluiu o Papa – a graça de ter sempre a sua memória próxima a
nós, não domesticada pelo hábito, por tantas coisas, e distanciada
numa simples recordação”.
Fonte: arqrio.org
