As peregrinações constituem uma dimensão
profunda ligadas à própria natureza do homem de fé. Ele se sente um ser a
caminho. Sua própria vida é uma caminhada do nascimento para a morte, da
juventude para a velhice e, em aspiração mais profunda, uma passagem desta vida
efêmera para uma vida mais feliz.
Por isso, sair de um lugar para buscar outro
é próprio do coração humano. O homem é o eterno peregrino, o permanente
“procurador” de Deus. Saímos de Deus e estamos em contínua tendência para
Aquele que é o nosso princípio e o nosso fim. É daí que o caminhar adquire um
sentido especial para o homem. Todos os povos têm seus lugares de peregrinação.
É, por assim dizer, o subconsciente universal que está à procura de uma
perfeição perdida, o paraíso perdido, na esperança de encontra-lo, o céu.
No Novo Testamento, o nascimento de Jesus
está ligado a uma viagem da Galiléia para a Judéia. Temos ainda a fuga para o
Egito. E a Sagrada Família de Nazaré cumpria fielmente a lei, conforme nos
narra o Evangelho: “seus pais iam todos os anos a Jerusalém na festa da Páscoa.
Tendo ele atingido doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume de festa”
(Lc 2,41-42). Jesus e os Apóstolos também não deixavam de subir a Jerusalém por
ocasião das festas anuais (cf. Jo 5 1; 7,1-14).
Já nos primeiros séculos da era cristã foi
muito comum ver os cristãos reunidos, ainda no tempo da perseguição, para levar
em procissão o corpo dos mártires até o lugar de seu sepulcro, assim é descrito
nas Atas dos martírios de São Cipriano e de outros mais.
A primeira romaria arquidiocesana aconteceu
em 1902 (115 anos), motivada pelo Cardeal Joaquim Arcoverde, em preparação ao
jubileu áureo da proclamação do dogma da Imaculada Conceição, realizado dois
anos depois. Foi a partir de 1931, porém, que a peregrinação ganhou maior
impulso e anualidade, após a visita da imagem de Nossa Senhora Aparecida ao Rio
de Janeiro, quando foi proclamada Padroeira do Brasil.
Esta peregrinação integra a Arquidiocese numa
caminhada em comum. É importante por todo o trabalho evangelizador que a
Arquidiocese do Rio realiza. O último sábado do mês de agosto é a data marcada
para a peregrinação da Arquidiocese do Rio de Janeiro ao Santuário Nacional de
Aparecida, que atualmente tem reunido mais de 60 mil fiéis, sendo a maior
peregrinação de uma Diocese ao Santuário Nacional de Aparecida.
A peregrinação da nossa Arquidiocese a
Aparecida neste ano será no dia 26 de agosto, ou seja, no próximo sábado. O
tema deste ano é “Nossa Senhora Aparecida acolhe as famílias”, que está em
sintonia com o nosso Plano Pastoral de Conjunto que dedicou 2017 como Ano da
Família na Arquidiocese, além do Ano Mariano nacional. Aproveitamos também essa
peregrinação, para celebrar os 300 anos do encontro da imagem da padroeira do
Brasil às margens do rio Paraíba do Sul.
Temos uma série de atividades neste dia da
peregrinação: a programação da romaria começa às 7h com a recitação do Rosário
de Nossa Senhora, na Tribuna do Papa. A Missa “O Rio Celebra” será na Catedral
Basílica, às 9h, transmitida para todo o Brasil com imagens geradas pela TV
Aparecida, pela Rede Vida de Televisão, Rádio Catedral FM, pela WebTV Redentor,
Rede Nazaré, e outras emissoras católicas. Mais tarde, às 10h15, os peregrinos
se encontrarão na Porta Santa para o início da caminhada até o Morro do
Cruzeiro, para a Via-Sacra. No trajeto continuaremos a rezar o rosário até a
chegada ao morro do Cruzeiro, quando então, haverá a Via Sacra, com a
participação de todos os peregrinos. A Rádio Catedral transmitirá também os
outros eventos da Arquidiocese em Aparecida, facilitando para os doentes e
idosos que não puderam ir a Aparecida, para estarem participando com a sua
arquidiocese da grande peregrinação anual mariana.
Após os 3 compromissos arquidiocesanos, cada
Paróquia, grupo ou comunidade continuará sua peregrinação conforme a escolha de
cada um, seja visitando outros locais, seja com tempo de oração ou confissões
na Basílica Santuário.
O tema deste ano nos faz olhar para a vida da
Bem-Aventurada Virgem e ver que ela como Mãe, zela por nossas famílias. Foi
assim que aconteceu na própria vida de Maria, pois, quando soube que sua prima
estava grávida logo se colocou apressadamente a região montanhosa para ajudar
Isabel em suas necessidades. Assim, Maria se coloca ao lado daquela família.
Nas Bodas de Caná, Maria vê que acabou o vinho na festa de casamento. Que
vexame passaria aquele casal, mas, Maria olha para a necessidade daquele lar e
logo se coloca em prontidão para interceder ao seu Filho. Nas nossas casas e
nas nossas famílias, quantas vezes pedimos que pela intercessão dela tudo seja alcançado
para o bem daqueles que amam à Deus. Maria nos ama, Maria nos acolhe e olha por
cada um de nós.
Somos convidados a ir a Aparecida entregar
todas as famílias sob o olhar terno de Maria. Nossa Mãe Aparecida olha por cada
um de nós, toma-nos pelo colo e ajude a cada família e viver sempre no: amor,
na fé e na paz. Nossa Senhora Aparecida, interceda por todos nós. Amém.
Fonte:
http://arqrio.org/formacao/detalhes/1862/vamos-a-aparecida