As Novas Diretrizes Gerais da Ação
Evagelizadora da Igreja no Brasil para o próximo quadriênio (2019 a 2023), após
intenso processo de debate e acréscimos dos bispos, foram aprovadas na manhã
deste dia 6 de maio pelos participantes da 57ª Assembleia Geral, em Aparecida
(SP).
O padre Manoel de Oliveira Filho, membro da
Comissão do Texto Central sobre as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da
Igreja no Brasil (2019-2023) falou ao portal da CNBB sobre o caminho que as
novas diretrizes propõem à Igreja no Brasil.
Segundo ele, o central nas Novas Diretrizes é
mais uma vez um novo chamado de retorno às fontes para olhar a
experiência das comunidades primitivas e inspirados por elas formar, no hoje da
história e na realidade urbana, comunidades eclesiais missionárias.
“Que
essas comunidades eclesiais missionárias tenham jeito de casa, de acolhida, não
uma coisa estática de paredes simplesmente, ou da estrutura física. Mas, acima
de tudo as diretrizes falam de um jeito de ser, de uma postura que lembre,
evoque a ideia da casa que acolhe, que é espaço de ternura e misericórdia”,
disse.
Os quatro pilares – Padre Manoel reforça
que a casa é onde as pessoas são identificadas pelo nome, pelo jeito, onde têm
história. Na proposta das diretrizes, lembrou o religioso, a casa é sustentada
por quatro pilares essenciais: a) Palavra de Deus e a iniciação à
vida cristã; O pilar do Pão que é a casa sustentada pela liturgia e
sobre a espiritualidade; o pilar da Caridade que é a casa sustentada
sobre o acolhimento fraterno e sobre o cuidado com as pessoas, especialmente os
mais frágeis e excluídos e invisíveis; o pilar da Missãoporque é
impossível fazer uma experiência profunda com Deus na comunidade eclesial que
não leve, inevitavelmente, à vida missionária.
A realidade urbana, fragmentada, carregada de
luz e de sombras, mas também cheia de potencialidades, é definida pelo padre
muito mais do que um lugar social geográfico mas como uma mentalidade e
cultura. “Nesta realidade a Igreja é convidada a ser presença. Como casa. Como
comunidade eclesial missionária”, reafirmou.
A diretrizes, segundo ele, apontam para um
rumo muito bonito, porque partem de uma perspectiva de encontro com Deus e com
os irmãos, numa dinâmica de acolhida, de portas abertas, de ir ao encontro, de
espera e acolhida ativa para formar as comunidades.
As Igrejas e comunidades são convidadas,
segundo o que propõe as novas diretrizes, a serem luzeiros no meio do mundo. O
religioso afirmou que as comunidades podem estar em qualquer lugar: no
condomínio, numa praça, no trabalho. “Mas também nas paróquias, comunidades,
nos colégios católicos, nas obras sociais”, disse.
“As novas diretrizes apontam para rumos e
horizontes muito bonitos de avanço, de comprometimento apostólico e de
comprometimento profético-transformador”, destacou.
Segundo ele, a profecia não se dá apenas pela
denúncia, embora seja fundamental hoje mais do que nunca, mas também pelo
anúncio de um jeito novo de ser e de viver. “Os rumos são os mais bonitos,
basta a gente entrar nesta história e caminho”, disse.
Após a assembleia, o religioso aponta que
todas as instâncias, as pastorais e organismos, e as Igrejas particulares, toda
vida eclesial precisam entrar mesmo neste rumo, na direção apontadas pelas
Diretrizes. “Seguir este caminho, acreditar no projeto e proposta. Vamos todos
precisar, como todo a vida de Igreja, fazer um caminho de conversão, ler
estudar, colocar na mente e descer para o coração para transformar em
realidade”, disse.
A CNBB apresenta diretrizes mais gerais, não
apresenta um plano; Após a assembleia, segundo padre Manoel, o plano deve ser
feito por cada instância da Igreja nas diferentes realidades. “Se a gente
acredita no projeto vamos encontrar um caminho para que ele se torne real”,
concluiu.