“Testemunha
de Cristo Salvador, todo catequista deve sentir-se e transparecer, ele mesmo,
como salvo por Cristo que faz da sua vida um anúncio. Ele é alguém que possui,
não por si mesmo, mas por Deus, a graça da fé. E nela se empenha para acolhê-la
e compreendê-la, em uma atitude de humildade e simplicidade, buscando
renovar-se por ela a cada dia”, apontou irmã Lucia Imaculada, que coordena há
18 anos a Iniciação Cristã na Arquidiocese do Rio.
De acordo
com a religiosa, que pertence à Congregação de Nossa Senhora de Belém, “o
educador da fé dos seus irmãos é um devedor a todos do Evangelho, que anuncia
ao mesmo tempo em que se deixa educar pela fé e testemunho daqueles a quem
catequiza”.
“Ser catequista
é uma vocação! É um chamado da parte de Deus para uma missão”, explicou irmã
Lúcia. Recordando o Documento Geral de Catequese, disse que “o catequista ao
sentir esse chamado verifica que necessita compreender melhor seu trabalho
missionário. Sentir-se chamado a ser catequista e a receber da Igreja a missão
para fazê-lo pode adquirir, de fato, diversos graus de dedicação, segundo as
características de cada um”.
Números
No último
levantamento feito pela coordenação da Iniciação Cristã, havia na arquidiocese
mais de 60 mil catequizandos de todas as idades e mais de oito mil catequistas.
“Estamos
realizando o cadastro online dos catequistas e agentes da Pastoral do Batismo,
através do blog. Deste modo teremos uma visão
mais atualizada dos anunciadores da Boa Nova”, disse.
Desafios
Os desafios
da arquidiocese são bem comuns a todos os que trabalham em uma grande
metrópole: secularismo, desestrutura familiar, violência urbana, aliados a
outras características do mundo atual, tais como a cultura midiática, a busca
do sagrado em contraposição ao distanciamento das instituições, entre outras.
De acordo
com a irmã Lucia, a Igreja é chamada, nesta época de profundas mudanças
socioculturais, a proclamar a mensagem do Evangelho. E a catequese, enquanto
uma das vias de evangelização, não pode ficar alheia às mudanças do mundo
atual.
“O
princípio de interação entre fé e vida, anunciada pelo documento “Catequese
Renovada”, nos incita a entrar num diálogo constante com a realidade, a fim de
que a própria mensagem do Evangelho possa se tornar mais eficaz”, afirmou a
religiosa.
Ritual da Iniciação
Cristã
Segundo a
religiosa, para os que não foram iniciados aos sacramentos existe o Ritual da
Iniciação Cristã de Adultos (Rica), que é uma metodologia mais apropriada para
viverem o itinerário de fé e de inserção na vida comunitária.
O
catecumenato implica em acolhimento e acompanhamento mais personalizado
possível: cada um tem a sua própria história, sua situação particular, que se
enquadrará em ritos específicos. Os ritos marcam a passagem de um tempo para
outro. O ideal é que aconteça de acordo com o tempo litúrgico, de modo que,
mais intensamente, se integrem o mistério celebrado e vivido. Os candidatos,
sejam eles batizados ou não, depois de avaliados pela equipe, são consultados
sobre a sua disposição de passar para o período seguinte. Os tempos do processo
catecumenal são quatro:
● Pré-Catecumenato: É o período de evangelização.
Tempo destinado para que seja amadurecida a vontade sincera de seguir a Cristo.
A duração dependerá do candidato, que deverá apresentar sinais de conversão. O
fim deste período é marcado pelo Rito de Entrada no Catecumenato.
● Catecumenato: É o espaço de tempo em que os candidatos
recebem formação através da catequese, da prática de vida cristã; da
progressiva mudança de mentalidade e exercitam-se na prática da vida cristã e
comunitária, cooperando ativamente para a evangelização e edificação da Igreja
e auxiliados pelo testemunho dos introdutores, catequistas e toda a comunidade.
● Purificação e Iluminação: De acordo com o documento (RICA,
n.27), este período realiza-se prioritariamente no tempo da Quaresma. Começa
com o rito da eleição ou inscrição do nome, realizado no primeiro domingo, para
os catecúmenos (os que não são batizados). É o tempo destinado à intensa
preparação espiritual, a fim de purificar a mente e o coração do “eleito”, para
iluminá-lo com a consciência mais profunda de Cristo. Nos três domingos
seguintes são realizados os ritos dos escrutínios. A recepção dos Sacramentos
do Batismo, da Crisma e da Eucaristia, na Vigília da Páscoa, é o momento
culminante do Catecumenato.
● Mistagogia: Este quarto tempo do catecumenato realiza-se
durante o tempo pascal, e tem por finalidade permitir que os neófitos vivenciem
mais profundamente o mistério pascal de Cristo.
Formação Permanente
A Exortação
Apostólica “Evangelii Gaudium”, do Papa Francisco, foi o tema do encontro para
catequistas, realizado dia 19 de agosto, na sede da Arquidiocese do Rio, na
Glória.
A formação
permanente, desenvolvida pelo Centro de Formação Catequética Nossa Senhora de
Belém, acontece há 13 anos, na 3ª terça-feira do mês, das 14h às 17h.
O trabalho
é realizado em dois lugares durante o mês: no convento das Irmãs de Belém, em
Jacarepaguá, e no Edifício João Paulo II, na Glória.
“Neste
encontro, tratamos das propostas apresentadas pelo Papa para o alegre anúncio
do Evangelho. Aconteceram momentos de oração, reflexão e dinâmicas.
O curso
dura nove meses e é aberto a quem queira participar. Em setembro, o tema será
Catequese Narrativa”, afirmou a coordenadora da Iniciação Cristã na
arquidiocese, disse Irmã Lucia Imaculada.
A Iniciação Cristã realizará “Capacitação em Leitura Orante da
Bíblia” para catequistas e agentes de pastoral. O curso será de 5 de setembro,
às 17h30, a 7 de setembro após o almoço, na Casa de Retiros Regina Coeli, na
Tijuca. E terá a presença do padre Décio Walker, assessor nacional da Dimensão
Bíblico Catequética da CNBB, em conjunto com a equipe do Projeto Lectionautas
Brasil. A casa de retiros localiza-se na Rua Conde de Bonfim, 1305. Informações
através do email catequeserj@arquidiocese.org.br ou do telefone: 2292-3132 - ramal
442 ou 445.
Fonte: arqrio.org