O número de pedidos de refúgio na cidade do
Rio de Janeiro quase duplicou: de 454 para 834 entre os anos de 2014 e 2015,
segundo a Cáritas Arquidiocesana. Neste ano, a média é igual ao ano passado.
Até o primeiro semestre, já foram 210 solicitações.
O trabalho com os refugiados, desenvolvido
pelas Cáritas da Arquidiocese do Rio de Janeiro, é acompanhado com
sensibilidade pelo arcebispo, Cardeal Orani João Tempesta.
"Logo que assumiu a arquidiocese, em
2009, Dom Orani determinou que fosse reiniciado com muita dedicação o trabalho
com os refugiados, porque para ele é um sinal da presença da Igreja junto aos
mais pobres. Sempre apoiou incondicionalmente o trabalho desenvolvido pela
Cáritas Rio. Constantemente pergunta como vai o serviço e, se as coisas não vão
bem, quer saber o porquê. Atende os refugiados de maneira extraordinária, como
um pai de todos", afirmou o diretor executivo da Cáritas e representante
da sociedade civil no Conare, Cândido Feliciano da Ponte Neto.
Na opinião de Dom Orani, o fenômeno das
migrações sempre foi preocupante e agravou-se nos últimos tempos, dando origem
a uma crise humanitária que se multiplica em várias regiões do mundo. O motivo
- acrescentou o arcebispo -, tem suas origens nas perseguições política,
religiosa e étnica, e também por questões sociais, que provoca ondas de terror,
intimidação e violência.
“A Cáritas Arquidiocesana, que, com seus
relacionamentos nacionais e internacionais, procura responder às necessidades
dos refugiados que vem para o Rio movidos por situações de injustiça ou
perseguição. Tudo isso é feito com o pano de fundo cristão, que procura amar o
próximo e acolher Cristo no próximo sem fazer proselitismo, respeitando a fé
daqueles que aqui aportam. Queremos fazer o bem como cristãos, porém respeitando
a diversidade cultural e religiosa de cada pessoa. Como cristãos vamos
além da lei do refugiado, pois procuramos colocar em prática o mandamento de
Jesus de amor ao próximo”, afirmou Dom Orani.
Além dos refugiados
A Cáritas também atua em outras atividades de
promoção humana e atendimento a desastres naturais. A última campanha realizada
no final de 2015, foi em socorro às famílias afetadas com rompimento de duas
barragens na cidade de Mariana. Os recursos financeiros, fruto da campanha,
foram enviados também para as dioceses vizinhas de Mariana.
Outro exemplo, em 2010, quando houve o
desastre no Morro do Bumba, em Niterói, no qual muitas pessoas morreram ou
ficaram feridas e outras desabrigadas por causa do deslizamento de terra, a
arquidiocese e a Cáritas prestaram assistência.
"Com Dom Orani, o trabalho é mais
intenso, porque ele tem uma visão mais global. Quando acontece algum acidente,
a primeira coisa que faz é mandar uma mensagem de solidariedade. Quando houve o
desastre em Niterói, a Igreja do Rio de Janeiro logo se movimentou para ajudar
e fez campanhas beneficentes", recordou o vigário episcopal para a
Caridade Social, cônego Manuel Manangão.
O arcebispo alertou que as situações vão
mudando com o tempo, e que é preciso estar atento para acompanhar quais são as
necessidades das pessoas. Destacou também que o trabalho com os refugiados deve
ser um trabalho constante na missão da Cáritas.
"É nossa responsabilidade defender a
vida e, ao mesmo tempo, trabalhar com aqueles que precisam do amparo da
Igreja", concluiu.
Fonte:
http://arqrio.org/noticias/detalhes/4296/procuramos-colocar-em-pratica-o-mandamento-de-jesus-de-amor-ao-proximo