Entre as muitas atividades programadas para o
Ano da Misericórdia, a catequese também teve um lugar especial. Inspirado no
lema do pontificado do Papa Francisco “Olhou-o com amor e o escolheu”, foi
realizado o Jubileu dos Catequistas, entre os dias 23 e 25 de setembro, em
Roma.
O encontro também teve como objetivo
reafirmar a importância da catequese, que é uma das vias de evangelização. É a
partir da Iniciação Cristã que crianças, jovens e adultos são inseridos na fé
da Igreja. Após a escuta do primeiro anúncio, cada catecúmeno é chamado a
aprofundar e estruturar essa intimidade com Deus. O jubileu, que contou com a
presença de 15 mil catequistas do mundo inteiro, também permitiu que os
participantes recebessem a Indulgência Plenária.
O encontro teve início no dia 23 de setembro,
com a catequese em diversas línguas, porém, assim como aconteceu na Jornada
Mundial da Juventude, os idiomas foram divididos por paróquias. Por isso, os
nativos de língua portuguesa foram alocados na Igreja São Luís dos Franceses,
próxima à Praça Navona, onde, além de brasileiros e portugueses, se reuniram
catequistas de diversos países africanos.
Um sacerdote de Braga, cidade de Portugal,
conduziu o momento de reflexão sobre o lema “Olhou-o com amor e o escolheu”,
frase contextualizada a partir do quadro que retrata a Vocação de São Mateus,
pintado por Caravaggio, localizado na Capela Contarelli dessa mesma igreja. A
partir disso, os peregrinos foram convidados a contemplar a misericórdia divina
através da pintura.
Para a coordenadora arquidiocesana da Iniciação
Cristã, irmã Lúcia Imaculada, da Congregação Nossa Senhora de Belém, essa foi
uma oportunidade para relembrar que, assim como Mateus, cada catequista também
é chamado por Deus para a missão.
“Trouxemos esta vocação de Mateus para a
nossa missão como catequistas, mostrando que fomos escolhidos, chamados,
vocacionados a esse trabalho dentro da Igreja por um ato de misericórdia do
Senhor. E precisamos, como Cristo, ser misericordiosos uns com os outros”,
afirmou a religiosa, que representou a Arquidiocese do Rio de Janeiro no
Jubileu dos Catequistas, no Vaticano.
No segundo dia, 24 de setembro, pela manhã,
os peregrinos participaram de um momento de adoração e confissões, como preparo
para a peregrinação rumo à Porta Santa. Devido à quantidade de pessoas, a
entrada foi dividida em grupos.
“A peregrinação não é apenas uma caminhada ou
passar pela Porta Santa, ela deve ser espiritual, como o Papa Francisco nos
pede. Que seja um sinal externo do desejo de continuar caminhando com Jesus e a
Igreja. A Via da Conciliação, que nos levaria em direção à Porta Santa, estava
marcada por diversos banners com imagens de catequistas de todo o mundo, com
uma frase dita por eles. Tivemos a graça de encontrar nosso São José de
Anchieta representado também”, contou.
Ainda no sábado, na Basílica de São Paulo
Fora dos Muros, os peregrinos participaram de um momento de partilha que contou
com quatro testemunhos: de um catequista de Moçambique, outra da França, um
padre da Inglaterra – único sacerdote cego e surdo do mundo falou sobre a
importância do acolhimento a pessoas com deficiência no trabalho evangelizador
– e um catequista peruano, mas que vive na Itália. Em seguida, em comunhão com
a Igreja do mundo inteiro, eles rezaram a oração das Vésperas, pela Liturgia
das Horas.
O domingo, 25 de setembro, foi um dos dias
mais aguardados, quando todos se dirigiram à Praça São Pedro para participar da
missa presidida pelo Papa Francisco.
“Somos
chamados continuamente a viver e anunciar a Boa Nova do amor do Senhor”,
recordou o Papa.
Durante a homilia, ele ressaltou a postura
que um cristão deve ter para anunciar o Reino de Deus não só com palavras, mas
por meio do próprio testemunho.
“Quem anuncia a esperança de Jesus é portador
de alegria e vê longe, porque sabe olhar para além do mal e dos problemas. Ao
mesmo tempo, vê bem de perto, porque está atento ao próximo e às suas
necessidades”, disse.
“Que o Senhor - acrescentou o Pontífice -,
nos dê a graça de sermos renovados cada dia pela alegria do primeiro anúncio:
Jesus ama-nos pessoalmente! Que Ele nos dê a força de viver e anunciar o
mandamento do amor, vencendo a cegueira da aparência e as tristezas mundanas.
Que nos torne sensíveis aos pobres, que não são um apêndice do Evangelho, mas
página central, sempre aberta diante de nós”.
Após a celebração, o Papa Francisco
cumprimentou os representantes dos países, sendo um deles a irmã Lúcia
Imaculada, e em seguida, como de costume, saudou o povo de Deus.
“Para mim os momentos mais importantes foram,
primeiramente, o encontro com o Papa Francisco, não pela minha pessoa em si,
mas por tudo aquilo que eu representava naquele momento: a minha congregação,
as Irmãs de Nossa Senhora de Belém, a Arquidiocese do Rio de Janeiro com seus
oito mil catequistas que trazia no coração. Saudamos o Santo Padre em nome da
arquidiocese e ele sorriu. O outro foi durante o momento de partilha, no qual
tive a oportunidade de ouvir o testemunho de um catequista de Moçambique que
nos falou sobre a catequese ligada ao martírio. Ele chegou a ser sequestrado e
viu amigos morrerem como mártires, na década de 1990. Ele ainda disse: ‘Sou
catequista em todos os momentos, mesmo nos mais difíceis’”, relatou irmã Lúcia.
Jubileu dos Catequistas na
Arquidiocese do Rio
No dia 24 de setembro, foi realizada no
Santuário da Divina Misericórdia, em Vila Valqueire, a peregrinação dos
catequistas da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Os catequistas passaram pela Porta Santa e
participaram da celebração eucarística presidida pelo Cardeal Orani João
Tempesta.
A data foi escolhida em sintonia com o
Jubileu dos Catequistas, celebrado no Vaticano pelo Papa Francisco.
“Aqui foi uma festa bonita, primeiramente de
ação de graças pelo ministério de transmissores e educadores da fé de nossos
catequistas, que levam os catecúmenos ao encontro com o Cristo, e nossos jovens
e adolescentes a amadurecerem na sua fé e no discipulado de Cristo”, disse Dom
Orani.
Fotos:
Arquivo Pessoal / Vera Lucy de Oliveira Honório
Fontes:
http://arqrio.org/noticias/detalhes/4978/somos-chamados-continuamente-a-viver-e-anunciar-a-boa-nova-do-amor-do-senhor
e Jornal Testemunho de Fé, edição nº 817, página 24