D.
Orani João Tempesta
Cardeal
Arcebispo do Rio de Janeiro
Em nossa Arquidiocese a celebração de São
José, patrono universal de toda a Igreja Católica, tem um significado muito
especial porque, além de padroeiro de nosso Seminário Arquidiocesano, estamos
coroando três dias de intensas orações agradecendo pelo dom do sacerdócio
ministerial e rezando pela santificação do clero.
Neste mês de março, a Igreja celebra a
memória de São José. Homem justo, segundo a Escritura, escolhido por Deus como
pai adotivo de Jesus sempre do lado da Virgem Mãe.
Pouco se fala na Sagrada Escritura do Homem
José, mas o que se fala é sempre para enaltecer este Homem escolhido. De José
sabemos que Deus lhe falou através dos anjos, em sonho. Obedecendo ao aviso de
Deus, José toma Maria e o menino, em meio à noite, para fugir a ira de Herodes,
fugindo para o Egito.
São José sempre fez a vontade de Deus,
observando um obsequioso silêncio. Neste silêncio orante, percebemos a
contemplação de José aos desígnios de Deus. Silêncio eloquente, que fala forte
sem usar a palavra. O Papa Bento XVI anotou: “Como sabemos, o Evangelho não
conservou alguma palavra de José, que desempenha a sua atividade em silêncio. É
o estilo que o caracteriza em toda a existência, quer antes de se encontrar
diante do mistério da obra de Deus na sua esposa, quer quando –consciente
deste mistério – está ao lado de Maria na Natividade – representada
no terceiro painel. Naquela noite santa em Belém, com Maria e o Menino,
encontra-se José, a quem o Pai celestial confiou o cuidado quotidiano do seu
Filho na terra, um cuidado levado a cabo na humildade e no silêncio” (https://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/speeches/2010/july/documents/hf_ben-xvi_spe_20100705_fontana.html,
último acesso em 10 de março de 2018).
Observador às necessidades de sua esposa e de
seu “filho” foi o grande provedor. Proveu a segurança, ao fugir para o Egito.
Proveu a boa fama, aceitando se casar com Maria, ao saber que aquilo que nela
acontecia era uma obra de Deus.
Sai de cena do mesmo modo como entrou, em
silêncio. Não temos relatos sobre a sua morte, mas com a certeza da fé, temos
presente no coração sua ida para junto do Pai, onde pedimos insistentemente:
rogai por nós!
Sigamos o exemplo de São José: “O exemplo de
São José é para todos nós um forte convite a desempenhar com fidelidade,
simplicidade e humildade a tarefa que a Providência nos destinou. Penso antes
de tudo, nos pais e nas mães de família, e rezo para que saibam sempre apreciar
a beleza de uma vida simples e laboriosa, cultivando com solicitude o
relacionamento conjugal e cumprindo com entusiasmo a grande e difícil missão
educativa. Aos sacerdotes, que exercem a paternidade em relação às comunidades
eclesiais, São José obtenha que amem a Igreja com afeto e dedicação total, e
ampare as pessoas consagradas na sua jubilosa e fiel observância dos conselhos
evangélicos de pobreza, castidade e obediência. Proteja os trabalhadores de
todo o mundo, para que contribuam com as suas várias profissões para o
progresso de toda a humanidade, e ajude cada cristão a realizar com confiança e
com amor a vontade de Deus, cooperando assim para o cumprimento da obra da
salvação”.( https://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/angelus/2006/documents/hf_ben-xvi_ang_20060319.html,
último acesso em 10 de março de 2018).
Que o silêncio orante e provedor de São José
ajude a todos os homens e mulheres de boa vontade para que fazendo a vontade de
Deus, na oração e no trabalho, testemunhem o Cristo Ressuscitado!
Que São José proteja e ilumine,
particularmente, todos os nossos sacerdotes que a exemplo do homem justo devem
carregar em suas mãos os lírios da santidade para santificar o Povo de Deus! Ao
padroeiro de nosso Seminário Arquidiocesano pedimos santas e perseverantes
vocações.
Fonte:
http://arqrio.org/formacao/detalhes/2108/sao-jose-aumentai-o-nosso-fervor