Estamos concluindo a 92ª Semana Eucarística
que tem como tema: “Com a força deste alimento, caminhemos” (1Rs 19,8). Com
essa tradição a Arquidiocese visa preparar a grande festa de Corpus Christi. Em
todas as adorações ao Santíssimo Sacramento no Santuário de Adoração Perpétua é
ressaltada a importância de todas as pastorais, movimentos, serviços e até
mesmo o clero estarem reunidos para adorar Jesus Sacramentado, neste momento
tão importante para a Igreja com o Ano do Laicato, que traz como tema: “Cristãos
Leigos e Leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino”, destacando
a missão de todos de ser Sal da terra e Luz do mundo (Mt 5, 13-16). O texto da
adoração tem como pano de fundo o tema e lema do ano do laicato.
“Para valorizar mais esse grande
acontecimento, esta grande celebração litúrgica que é Corpus Christi, fazemos
uma semana de preparação. Ela vai da quinta-feira da semana anterior até a
quinta-feira em que se celebra o Dia de Corpus Christi”.
Assim se exprime o Papa São João Paulo
II: “O Concílio Vaticano II veio recordar que a Celebração Eucarística
está no centro do processo de crescimento da Igreja. De fato, depois de afirmar
que ‘a Igreja, ou seja, o Reino de Cristo já presente em mistério, cresce visivelmente
no mundo pelo poder de Deus’, querendo de algum modo responder à questão sobre
o modo como cresce, acrescenta: ‘Sempre que no altar se celebra o sacrifício da
cruz, no qual Cristo, nossa Páscoa, foi imolado (1Cor 5, 7), realiza-se também
a obra da nossa redenção. ”
A comum Fração do Pão eucarístico estava
ligada à comunhão na mesma doutrina dos apóstolos e exigia, como consequência,
a partilha dos bens, de modo que, em qualquer tempo, uma comunidade que parta e
reparta o Pão Eucarístico, mas se negue a colocar em comum talentos, ideias e
bens, procurando suprir, o quanto possível, os mais fracos e carentes, é uma
comunidade indigna de celebrar a Eucaristia.
Este Sacramento Santíssimo, exige a coerência
de procurar construir sempre a vida de comunhão nos seus mais diversos
aspectos: comunhão de pensamentos, comunhão de oração, comunhão de talentos,
comunhão de bens... Eis algumas das lições e exigências da Eucaristia. Comungar
no Altar tem como consequência comungar na vida! Ora, como a comunhão é sempre
ameaçada pelo pecado que gera o egoísmo, raiz de toda divisão, a Eucaristia vai
nos dando a misteriosa força do Espírito de unidade e diversidade para que
cresçamos nesta comunhão, que é a Igreja: “Nós vos suplicamos que,
participando do Corpo e Sangue de Cristo, sejamos reunidos pelo Espírito Santo
num só corpo” (Oração Eucarística II).
O Concílio Ecumênico Vaticano II reformulou o
conceito de Eucaristia como sendo a fonte e o ápice da vida cristã. Uma
expressão muito rica de significados. Podemos dizer que dela tudo nos vem e é
nela tudo ganha consistência. É o canto do livro do Apocalipse, pois a
Eucaristia é a própria presença consumada e resumida de todo o mistério
cristão. Dom supremo que alimentou e continua a alimentar tantas vidas e a vida
de tantos santos, sobretudo os mais ativos em nosso tempo e também nos tempos
passados. Com esta reformulação do Concílio Vaticano II podemos até dizer que
toda a vida cristã, quando vivida em autenticidade e plenitude é ela
profundamente eucarística, pois, como bem nos lembrou o Papa São João Paulo II,
“a Igreja vive na Eucaristia e através da Eucaristia”.
A Eucaristia é o conteúdo máximo da Igreja,
seu centro fundamental. Mas podemos até ampliar este conceito, a partir de uma
noção mais profunda da revelação e dizer que todo o cosmo, todo o universo é,
por pura graça, um dom eucarístico do Pai. Tudo dele veio, tudo a ele retorna
como um cântico espiritual. Tudo nele ganha consistência. E este laço de amor
trinitário se mostrou visível na vida do Filho amado de Deus, a Verdadeira e
Única Eucaristia do Pai. “A Igreja recebeu a Eucaristia de Cristo seu Senhor,
não como um dom, embora precioso, entre muitos outros, mas como o dom por
excelência, porque dom d'Ele mesmo, da sua Pessoa na humanidade sagrada, e
também da sua obra de salvação.
Este Sacramento Santíssimo, exige a coerência
de procurar construir sempre a vida de comunhão nos seus mais diversos
aspectos: comunhão de pensamentos, comunhão de oração, comunhão de talentos,
comunhão de bens... eis algumas das lições e exigências da Eucaristia. Ao
celebramos esta semana Eucarística, queremos meditar sobre o tão grande
significado e importância deste Sacramento na vida da Igreja e dos fiéis.
Na solenidade de Corpus Christi iremos, em
festa, mesmo com as dificuldades do momento histórico em que vivemos, nos
reunirmos na Igreja da Candelária as 15 horas para a oração e depois, por volta
das 16 horas, participarmos para a grande procissão arquidiocesana de Corpus
Christi dando testemunho público que somente em Cristo todas as divisões são
superadas e que somos homens e mulheres que partilhamos os dons salvíficos que
Deus, no Pão Consagrado e no Vinho Consagrado, sinais de nossa salvação, dão a
cada um de nós! Fazemos uma caminhada com Cristo anunciando que n’Ele está a vida
do mundo e com esse alimento nós continuamos a caminhar pelas estradas do mundo
anunciando que um mundo novo é possível. E aqueles que se alimentam da
Eucaristia se tornam sal da terra e luz do mundo anunciando o reino como Igreja
em saída contagiando com o bem o nosso povo.
Graças
e louvores se deem a cada momento, ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento.
Fonte:
http://arqrio.org/formacao/detalhes/2207/caminhemos