Celebramos hoje o glorioso São José, Patrono
da Igreja Universal. Para nós é motivo de alegria, mesmo dentro do período da
Quaresma. São José é um dos mais claros exemplos de disponibilidade e de
entrega sem reservas a Deus, uma vez que recebeu Maria e “recebeu-a com o Filho
que havia de vir ao mundo, por obra do Espírito Santo; demonstrou deste modo
uma disponibilidade de vontade, semelhante à disponibilidade de Maria, em ordem
àquilo que Deus lhe pedia por meio do seu mensageiro” (João Paulo II, Exortação
Apostólica “Redemptoris Custus”, n.03).
Um santo geralmente é conhecido pelo seu
legado, sejam escritos sejam palavras transmitidas às gerações futuras pelos
seus seguidores e discípulos. Mas de São José não encontramos discípulos, não
encontramos escritos, não encontramos palavras suas dirigidas a quem quer que
seja. Não seria forçoso dizer que São José é um santo mudo de palavras e
falante pelas ações. “Esse silêncio de José tem uma especial eloquência: graças
a tal atitude, pode-se captar perfeitamente a verdade contida no juízo que dele
nos dá o Evangelho: o ‘justo’” (João Paulo II, Idem, n.17).
Silêncio ativo e operante
Para nós, que vivemos em um tempo
profundamente ruidoso e barulhento o esposo de Maria aparece com seu silêncio.
Mas, que tipo de silêncio? Um silêncio passivo e sem expressão? Um silêncio sem
significado e sem vida?
Importante ter em consideração que o silêncio
de José não é passivo e inexpressivo, mas ativo, operante, uma vez que “os
Evangelhos falam exclusivamente daquilo que José ‘fez’; no entanto,
permitem-nos auscultar nas suas ‘ações’, envolvidas pelo silêncio, um clima de
profunda contemplação” (João Paulo II, Idem, n.25).
Para nós, que temos São José como Patrono, ele surge como um mestre de vida interior, como alguém que sabendo da grandeza de seu Criador se põe na adoração do mistério que lhe foi confiado: cuidar, orientar, educar o Filho de Deus, juntamente com sua esposa. Que grande missão, inexplicável ao entendimento humano, digno de ser escutado com o coração, no calar das palavras.
Para nós, que temos São José como Patrono, ele surge como um mestre de vida interior, como alguém que sabendo da grandeza de seu Criador se põe na adoração do mistério que lhe foi confiado: cuidar, orientar, educar o Filho de Deus, juntamente com sua esposa. Que grande missão, inexplicável ao entendimento humano, digno de ser escutado com o coração, no calar das palavras.
Desta vida de recolhimento “lhe provêm ordens
e consolações singularíssimas: dela lhe decorrem também a lógica e a força,
própria das almas simples e límpidas, das grandes decisões, como foi a de
colocar imediatamente à disposição dos desígnios divinos a própria liberdade
(...)” (João Paulo II, Idem, n.26).
Calar para ouvir a voz e a
vontade do Senhor
São José nos ensina que é preciso antes calar
para ouvir a voz e a vontade do Senhor. Calar para tentar entender os desígnios
da vontade divina e só depois anunciar o Evangelho.
São José homem de silêncio, homem de oração,
homem justo, “que fez a experiência quer do amor da verdade, ou seja, do puro
amor de contemplação da Verdade divina que irradiava da humanidade de Cristo,
quer das exigências do amor, ou seja, do amor igualmente puro do serviço,
requerido pela proteção e pelo desenvolvimento dessa mesma humanidade” (João
Paulo II, Idem, n.27)
São José faz parte daqueles silenciosos para
os quais falar é perder tempo, que tem um senso enorme de Deus, do seu Ser sem
medida e de sua loucura de Amor. Ele não pede explicações ao Inexplicável!
Finalizo lembrando o pedido que fazemos ao nosso Santo Padroeiro, no hino a ele
dedicado: “São José, a vós nosso amor. Sede nosso bom protetor, aumentai o
nosso fervor”.
Peçamos a São José pelo Santo Padre, hoje
comemoramos 6 anos da cerimônia do início público de seu ministério.
Pe.
Rafhael Silva Maciel
Presbítero da Arquidiocese de Fortaleza
Missionário da Misericórdia
Presbítero da Arquidiocese de Fortaleza
Missionário da Misericórdia
Fonte:
https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2019-03/sao-jose-reflexao-padre-rafhael-maciel.html