Às 19h21
desta terça-feira, 23 de julho, teve início, oficialmente, a Jornada Mundial da
Juventude (JMJ Rio2013). O primeiro Ato Central do evento, a cerimônia de
abertura, foi marcada pela emocionante chegada da Cruz dos Jovens e
do Ícone de Nossa Senhora, às 18h25, ao palco montado na Praia de
Copacabana. A juventude do mundo inteiro, representada por rapazes e moças de
várias etnias, e membros do clero de todas as nações receberam os Símbolos da
Jornada com grande fervor, ao som da canção Emmanuel – que se tornou
mundialmente popular a partir da JMJ de Roma, no ano 2000 —, para, em seguida
participarem da Missa.
A Missa de
Abertura, presidida pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta,
e concelebrada pelo clero do mundo inteiro foi rezada em intenção da juventude
de todas as nações. Aqueles que são perseguidos, marginalizados, dependentes,
machucados pela vida e que buscam encontrar seu caminho foram lembrados pelo
Arcebispo, assim como os falecido em acidentes, chacinas, os que são exterminados
pelo vício, pela violência e pela exclusão. Dom Orani rezou pelos jovens
desempregados, pelos sem família, os sem pátria, sem direitos e pelos que
perambulam pelas ruas de nossas cidades ou se encontram detidos. Ele também
pediu a Deus pelos jovens que mesmo enfrentando todo o tipo de provocação com
relação à fé permanecem firmes testemunhando Jesus Cristo — intenção
especialmente aplaudida pelos fiéis. Ainda intercedeu pelas famílias que sofrem
com as perdas, perseguições, injustiças, incompreensões e intolerâncias, por
todos aqueles que acreditam que um mundo novo é possível, assim como pelos que
aceitam a mão estendida da Igreja e pelos que procuram viver uma vida de
conversão, buscando o caminho da santidade. Ele ainda confiou as preces da
Igreja reunida a todos os santos e beatos intercessores ou patronos desta
Jornada, desejoso de que os que participam desta JMJ façam um profundo encontro
com Jesus Cristo e retornem, depois, enviados pela Igreja, como discípulos
missionários da nova evangelização.
Durante a
homilia, Dom Orani acolheu a todos e recordou como a Arquidiocese do Rio de
Janeiro acolheu com grande responsabilidade a escolha feita pelo Papa Bento
XVI, hoje emérito, anunciada ao final da Missa em Madri, em Agosto de 2011.
Para ele, “no entanto, providencialmente, esta Jornada estava destinada a ser
uma Jornada que, pela segunda vez, ao retornar à América Latina depois de 26
anos, pudesse ser o lugar de acolhida da primeira viagem apostólica do primeiro
Papa latino-americano da história, o Papa Francisco, que veio para presidir
este belo e importante momento da vida da Igreja nessas terras de São
Sebastião”.
De acordo
com o Arcebispo — que recordou os quase dois anos da peregrinação dos Símbolos
da Jornada pelo Brasil e as relíquias dos santos patronos e intercessores da
JMJ, expostas para veneração em diversos estados do país, para lembrar que “em
todas as épocas e locais do mundo temos jovens que se santificaram” —, nesta
semana, “o Rio se torna o centro da Igreja, viva e jovem”.
— O
entusiasmo juvenil por todos os cantos demonstra o rosto do jovem cristão, que
procura unir o testemunho de uma vida autenticamente cristã com as
consequências sociais do Evangelho. Somos chamados a ser protagonistas de um
mundo novo. Tenho certeza de que vocês farão isso em suas cidades e seus
países. O mundo necessita de jovens como vocês! – afirmou.
Dom Orani,
apoiado na liturgia do dia, contou aos fiéis que a Arquidiocese do Rio se
sentiu chamada por Deus para acolher cada um dos peregrinos que agora estão em
solo carioca e disse “sim”:
— Aqui
estamos! Nossas paróquias, famílias, escolas, pastorais, associações,
movimentos, grupos de serviços. As nossas casas são as casas de vocês! Existe
uma revolução de amor neste momento: o outro é Cristo para nós! O outro é nosso
irmão! Que isso ressoe pelo mundo! Somos chamados a viver construindo um mundo
de irmãos, exortou.
O
Arcebispo ainda fez um pedido bastante especial aos jovens:
— Andem
por esta cidade, testemunhem Jesus Cristo, comprometam-se com o mundo novo,
contagiem a todos com a alegria e a paz de Cristo, como sentinelas da manhã,
trabalhando na renovação do mundo à luz do plano de Deus.
Dom Orani
também destacou que a sociedade vive uma crise de valores e que é missão da
juventude levar esperança e fé a ela:
— Vocês,
queridos jovens, são o presente esperançoso de uma sociedade que aguarda que
sua crise de valores tenha uma solução. São chamados a formar uma nova geração,
que vive a fé e a transmite para a geração seguinte. Somos convidados a uma
experiência de fé e a dela sairmos revigorados! Temos muitas barreiras e
injustiças para superar. Vamos construir pontes, ao invés de muros e
obstáculos. O mundo todo, através de vocês, presente nessa cidade, precisa
testemunhar a solidariedade, a partilha e a acolhida do amor do Cristo
Redentor. É tempo de despertar confiança e esperança que se transformem em
atitudes para um amanhã de luz, orientou.
Finalizando a homilia, Dom Orani
pediu a intercessão de Nossa Senhora, lembrada em seus diversos títulos, e
esclareceu aos jovens que, neste início de Jornada, o Cristo Redentor diz
“Venham, meus amigos!”, para, durante o evento, cada um aprender a responder
“Fala, Senhor, que teu servo escuta”, e ouvir, cada vez mais, o mesmo Senhor
ordenar “Sejam missionários. Ide e fazei discípulos entre as nações”, ao que
responderão “Eis-nos aqui, Senhor, envia-nos”!
Leia a
íntegra da homilia feita pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João
Tempesta:
Ao término
da Celebração Eucarística, o Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos,
Cardeal Dom Stanisław Ryłko, também fez sua saudação aos jovens. Durante seu
breve discurso, ele destacou que “nos próximos dias esta cidade será a
capital da juventude católica proveniente dos recônditos mais distantes do
planeta”, e contou que esta JMJ no Rio é bem particular, por, além voltar a
acontecer novamente uma Jornada na “América Latina, que é um continente jovem,
um continente de esperança”, após 26 anos, se tratar de um evento querido e
preparado pelo Papa Bento XVI, e presidido pelo Papa Francisco, o primeiro Papa
latino-americano:
—
Realmente as vias do Senhor são imperscrutáveis, exclamou.
O Cardeal
usou a imagem do Monumento mais conhecido mundialmente como cartão-postal do
Rio de Janeiro para lembrar à juventude do amor de Deus:
— Esta JMJ
acontece aos pés da imponente estátua do Cristo Redentor do Corcovado. É Ele o
verdadeiro protagonista deste evento! O seu coração bate, movido por um amor
infinito por cada um de vós, e os seus braços abertos estão prontos a acolher
todos vós! Durante esta JMJ, deixai-vos abraçar por Cristo! Confiai-Lhe todos
os vossos anseios, os vossos projetos para o futuro, as vossas alegrias mais
profundas, confiai-Lhe também as decisões mais difíceis que sois chamados a
tomar, os vossos medos e as inquietações que habitam os vossos jovens corações!
E, finalizando, exortou rapazes e
moças de todas as nações a vencerem o individualismo e serem corajosos no
anúncio do Evangelho:
— Durante
esta JMJ, Cristo nos chama a sair de nós mesmos – como frequentemente diz o
Papa Francisco – e pede-nos para abandonar a nossa vida cômoda, derrubar os
muros do nosso egoísmo, para ir com coragem às “periferias” geográficas e
existenciais do mundo, levando Cristo e o seu Evangelho. (...)Cristo precisa de
vós, jovens! Precisa da vossa fé jovem, cheia de alegria e de entusiasmo
missionário! Cristo conta com cada um de vós, enfatizou.
Leia a
íntegra da saudação do Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos,
Cardeal Dom Stanisław Ryłko:
Fonte: arqrio.org