“Todo cristão é chamado a trabalhar pela
unidade da Igreja”. Esta foi a exortação feita pelo Papa Francisco, no dia 24
de outubro, durante missa celebrada na Casa Santa Marta. O Papa
desenvolveu a sua homilia partindo da exortação de São Paulo na Carta aos
Filipenses: “Eu, prisioneiro, vos exorto a construir a unidade na Igreja”.
“Fazer a unidade da Igreja – observou o
Pontífice – é o trabalho da Igreja e de cada cristão durante a história”. O
Apóstolo Pedro, acrescentou, “quando fala da Igreja, fala de um templo feito de
pedras vivas, que somos nós”. Ou seja, o contrário daquele outro templo da
soberba que era a Torre de Babel. O primeiro templo, disse ainda o Papa,
promove a unidade, enquanto o outro é o “símbolo da desunião, da incompreensão
e da diversidade das línguas”:
“Fazer a unidade da Igreja e construí-la:
esta é a tarefa de todo cristão, de cada um de nós. Quando se deve construir um
templo, um palácio, se busca uma área preparada para isso. A primeira coisa que
se faz é buscar a pedra de base, a ‘pedra angular’, diz a Bíblia. E a pedra
angular da unidade da Igreja, ou melhor, a pedra angular da Igreja é Jesus e a
pedra angular da unidade da Igreja é a oração de Jesus na Última Ceia: ‘Pai,
que sejam um!’. Esta é a força!”
Jesus, reiterou Francisco, é “a pedra sobre a
qual nós edificamos a unidade da Igreja, “sem a qual não é possível construir.
Não há unidade sem Jesus Cristo na base: é a nossa segurança”. Este trabalho de
construção, explicou o Papa, é feito pelo Espírito Santo, “o único capaz de
fazer a unidade” na “diversidade dos povos, das culturas, das pessoas”. Para
construir este templo, S. Paulo nos aconselha a sermos não propriamente pedras,
mas frágeis tijolos. Os conselhos do Apóstolo são de fraqueza, segundo a lógica
humana:
“Humildade, doçura, magnanimidade: são coisas
frágeis, porque o humilde parece que não serve para nada; a doçura, a mansidão
parecem não servir; a magnanimidade, o ser aberto a todos, ter o coração
grande... E, depois, dizer mais: ‘Apoiando-se juntos no amor’. Apoiando-se juntos
no amor, tendo um coração que? Conserva a unidade. E nós nos transformamos mais
em pedras fortes nesse templo quanto mais frágeis nos tornamos com essas
virtudes da humildade, da magnanimidade, da doçura, da mansidão”.
Isso, observou o Papa, é “o mesmo caminho que
fez Jesus” que “se fez frágil” até a Cruz “e ficou forte!” E, assim, devemos
fazer nós: “O orgulho, a suficiência não servem”. Quando se faz uma construção,
afirmou o Santo Padre, “é necessário que o arquiteto faça a planta, o projeto.
E qual é o planta da unidade da Igreja?:
“A esperança pela qual nós fomos chamados: a
esperança de ir em direção ao Senhor, a esperança de viver numa Igreja viva,
feita com pedras vivas, com a força do Espírito Santo. Somente sobre o projeto
da esperança podemos ir pra frente, na unidade da Igreja. Fomos chamados a uma
esperança grande. Vamos pra ela! Mas, com a força que nos dá a oração de Jesus
pela unidade; com a docilidade ao Espírito Santo, que é capaz de fazer de
tijolos, pedras vivas; e com a esperança de encontrar o Senhor que nos chamou,
encontrá-lo quando aconteça a plenitude dos tempos.”
Fonte:
http://pt.radiovaticana.va/news/2014/10/24/papa:_a_unidade_da_igreja_%C3%A9_um_trabalho_conjunto,_de_todos_os_crist%C3%A3os/bra-832726