Pelo menos 21 milhões de peregrinos estiveram
em Roma nesse Ano da Misericórdia, que começou no dia 8 de dezembro do ano
passado e termina neste domingo, 20, quando o Papa Francisco vai fechar a Porta
Santa da Basílica de São Pedro.
Esse
é um número que impressiona, mas não é o mais importante, segundo o Presidente
do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino
Fisichella. Ele conversou com a equipe do Jornalismo Canção Nova em Roma
fazendo um balanço desse Ano Santo.
“A coisa mais importante é que o Jubileu da
Misericórdia permitiu que os cristãos compreendam o valor da misericórdia e a
vivam todos os dias de sua existência”, disse.
O prefeito da Congregação para os Institutos
de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, Dom João Braz de Aviz,
também foi entrevistado pela nossa equipe. Ele acredita que houve em todo o
mundo uma resposta e que em Roma apenas foi sentida a “pressão”, com uma
presença maciça de fiéis. “Eu penso que nós precisamos desse momento da
misericórdia, sair de uma experiência de que o outro é um perigo pra gente. O
outro é alguém com quem eu posso viver as obras de misericórdia corporais e
espirituais”.
Os pequenos Jubileus
Várias foram as ações realizadas em todo o
mundo nesse Ano Jubilar, como os jubileus temáticos no Vaticano com o Papa
Francisco e em várias dioceses, além de peregrinações para passar pela Porta
Santa.
Desses momentos, Dom Rino destacou a presença
de detentos na Praça São Pedro, no Jubileu dos Presos; o Jubileu das pessoas
socialmente excluídas; o dos voluntários, quando foi canonizada Madre Teresa de
Calcutá, e a chegada das relíquias de Padre Pio e São Leopoldo. “Isso para não
esquecer as centenas e centenas de jovens adolescentes que invadiram Roma e a
Basílica de São Pedro. São todos momentos de grande emoção que fizeram entender
o sentido profundo desse Jubileu”.
Para Dom Aviz, o impressionante nesses
jubileus foi como o Papa quis encontrar todo tipo de pessoa. “O Papa quis
chegar a todos e dizer: Deus ama você, não fique parado, não deixe de acreditar
no seu amor”.
Outro aspecto marcante do Jubileu foram as
Sextas-Feiras da Misericórdia, uma iniciativa do Papa Francisco para estar mais
próximo dos mais necessitados e fragilizados. A cada mês, o Pontífice fez uma
visita surpresa a algum órgão que atende essas pessoas e Dom Rino teve a
oportunidade, ou como diz ele, a graça, de poder acompanhar o Santo Padre
nessas missões.
Ele disse que pôde tocar com a mão a grande
humanidade e comoção do Papa Francisco nesses momentos. “As emoções que eu vi
nas faces, nos olhos das pessoas, a incredulidade também, me marcaram
particularmente. (…) Apenas o Papa chegava e tudo se transformava”.
Além das Sextas da Misericórdia, Dom Aviz
destacou também algumas viagens que o Papa escolheu fazer nesse Ano Santo, a
fim de levar a paz e a misericórdia em lugares onde há dificuldades. “O Papa se
debruçou, eu fico até admirado como aquele homem de 80 anos consegue
desenvolver tanto trabalho como ele desenvolve”.
Daqui pra frente
Agora o Ano Santo está para terminar e a
proposta é continuar propagando a misericórdia divina nas ações do dia a dia.
“A misericórdia não é um parêntese na vida da Igreja. A misericórdia é a vida
cotidiana dos cristãos”, finaliza Dom Rino.
“Eu penso que se o Ano da Misericórdia foi
vivido intensamente por nós e de modo correto, nós agora temos o rosto e o
coração da misericórdia, então a nossa experiência cristã tem que ser mais
caracterizada pela misericórdia”, acrescenta Dom João Braz de Aviz.
Fonte:
http://noticias.cancaonova.com/mundo/anodamisericordia/ano-da-misericordia-reuniu-mais-de-20-milhoes-de-fieis-em-roma/